Capítulo Setenta e Cinco.

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P.O.V Blake

Aquele gnomo verde maluco poderia muito bem ir para o inferno!
Depois que consegui arrastar Cedrico de volta para o chalé — e confesso, foi uma tarefa difícil com ele tropeçando nos próprios pés e culpando a areia — dei banho no arrependido, e fiz questão de entupi-lo de café até que sua língua adormecesse.
Cedrico deu mais trabalho ainda na hora de dormir, proclamando seu amor por mim repetidas vezes.

‐ Por favor, eu imploro. Vá dormir. ‐ O empurrei gentilmente no colchão fofinho do meu quarto. Ele gemeu em protesto. - Se sentirá melhor pela manhã.

‐ Você irá me deixar. ‐ Sua voz enrolada por causa do sono e da bebida me fez rir. - Não me abandone, Blake. - E começou a chorar.

- Não irei te abandonar. - Eu o abracei, aconchegando-o nas cobertas. Ele me apertou com força, enfiando sua cabeça na profundidade entre minha clavícula e meu ombro. - Eu amo você.

- Ama nada. - E chorou mais forte.

Eu tentei. Juro! Tentei com todas as minhas forças mas comecei a rir. Achei hilário Cedrico chorando daquele jeito, como se fosse uma criança e alguém o negasse seu brinquedo favorito.

- Por quê está rindo? - Ele perguntou fungando, suas mãos me apertavam na cintura.

- Porque você é lindo chorando. - O desgraçado mordeu meu pescoço como resposta.

- Eu te amo. - Ele murmurou, os dentes ainda presos na minha pele.

- Pare de me morder! - Eu protestei.

- Só quando disser que me ama. - E para enfatizar que estava falando sério, Cedrico afundou mais os dentes em mim.

- Eu também te amo, sua coruja velha. - Eu o empurrei com cuidado, tirando sua boca do meu pescoço. - Agora durma, teremos um dia cansativo amanhã. - E levantei da cama.

- Aonde pensa que vai? - Ele quase gritou atrás de mim.

Enquanto estava ajudando-o no banho, Hermione havia batido na porta do banheiro e dito que precisávamos conversar. Adiei a conversa o máximo que pude, mas acho que de hoje não passa. Ela parecia nervosa quando me chamou.

- Preciso conversar com Hermione.

- Então eu vou com você. - Cedrico falou, bagunçando as cobertas que eu havia arrumado, e se pondo de pé em um pulo. A tontura o atingiu meio segundo depois e o vi tombar para frente.

- Por todos os deuses mais sagrados, volte para a cama! - Eu grunhi. Por sorte consegui alcança-lo antes que caísse de cara no chão. Ele se debateu um pouco tentando protestar minhas mãos, mas consegui colocá-lo na cama novamente. - É uma conversa, Cedrico. Assim que acabar prometo voltar correndo para os seus braços.

Ele pareceu não gostar das minhas palavras, grunhindo em resposta;
- Quando eu acordar vai me dizer que tudo foi um sonho. 

Eu suspirei. Ele parecia tão contente e certo na praia. Talvez com o efeito da bebida se esvaindo a desconfiança tenha voltado com tudo. Eu não o culpava. Como poderia? Eu também tive muitas dúvidas. Sem outra ideia para acalmar seu coração, tirei o anel de Viktor e Pansy do dedo e o entreguei, o encarando nos olhos.

- Guarde-o para mim. - Eu pedi, pegando sua palma e colocando a pequena joia no centro. - Assim saberá que não é um sonho.

Ele ergueu as sobrancelhas.
- Não está mentindo? - Ele me perguntou incerto.

- Não, não estou mentindo. - Me estiquei e o beijei na testa. - Agora, durma, pelo amor de Merlin!

Saí do quarto, — deixando um Cedrico desconfiado para trás — e segui em direção a minha amiga. A testa franzida me explicou que a conversa não seria nada amigável.
E com certeza, não foi.
Enquanto Draco se aproveitava da situação e me beijava em sua Mansão, Hermione havia descoberto que a próxima horcrux estava — muito possivelmente — no cofre de Bellatrix Lestrange em Gringotts.
O que era conveniente para nós já que tínhamos um goblin para nos ajudar, não é mesmo?
Não.
O gnomo verde maluco se excedeu nos termos de negociação.

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