Capítulo Sessenta e Quatro.

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P.O.V Narrador

- O que está fazendo aqui? - O tom de voz de Blake mostrava seu desespero.

- Precisava vê-la - Ele se aproximou rapidamente tomando as mãos de Blake nas suas - Não tenho muito tempo.

- Não deveria ter vindo - Ela não se afastou - É perigoso.

- É um risco - Ele retrucou - que eu precisava correr.

Blake sentiu os dedos calejados de Draco acariciarem as costas de sua mão. Encarou o rosto do bruxo, lembrando os últimos momentos que estiveram juntos.

- Precisa tomar cuidado. O Ministério está um caos....

- Pare de falar - Ela o cortou no meio da frase - Quanto isso irá lhe custar? Não despeje informações em cima de mim se sofrerá consequências!

- Tente entender... Eu precisava te ver. Mesmo que por alguns momentos. Informações é tudo que eu posso oferecer.

- Você está intacto. É suficiente por enquanto. - Blake engoliu em seco pensando nas próximas palavras - Sabe que eu vi aquela reunião. Assim como o que aconteceu com Dumbledore na Torre de Astronomia. Consigo sentir sua agonia, seu pavor e seu desespero. Então eu lhe peço; fique longe de mim pelo tempo que estiver preso á eles. Lhe matarão se descobrirem que esteve aqui. Principalmente se descobrirem sobre a promessa.

O rosto branco de Draco ficou ainda mais pálido.
- Espero que entenda que eu tive que fazer aquilo. Você é minha única chance.

- Não sei o que espera de mim. Ou o que acha que eu posso fazer por você. Deveria ter forçado outra pessoa.

Uma promessa de sangue só poderia ser feita uma vez na vida. Era tão preciosa e possessiva que os bruxos evitavam fazê-la, com medo de ficarem presos á ela pelo laço eterno. Era uma benção e uma maldição ao mesmo tempo, já que a promessa se desfazia instantâneamente quando seus propósitos fossem concluídos. Ninguém sabia como funcionava ou como ela escolhia como acabar. E Draco havia forçado Blake á uma promessa de sangue para salvá-lo. Se Draco morresse antes que Blake pudesse cumprir a promessa, ela morreria junto. Em desonra pela promessa quebrada.

- Desculpe - Ela ouviu as palavras de Draco com atenção - Mas agora já está feito. Não me arrependo de escolher você, sei que é a única que conseguirá me salvar quando o momento certo chegar.

- Jogou mais uma responsabilidade em meu colo. Ao menos se perguntou se eu iria querer salvá-lo? - Ela se afastou cruzando os braços. O vento gelado da noite açoitou as bochechas vermelhas de frustração da bruxa.

- Eu soube no momento que entrou na minha vida que jogaríamos um jogo perigoso. Então me deixei levar...quando o momento chegou e você estava quebrada eu aproveitei a oportunidade para juntá-la á mim. Aproveitei para me salvar.

- Por acaso pensa que sabe mais que eu? Pensou que poderia me enganar me beijando antes de minha partida? Para que eu não notasse? Eu soube no momento em que cortou a minha mão o que estava fazendo e eu deixei. Poderia tê-lo negado no mesmo momento, mas não o fiz. Escolheu essa promessa tanto quanto eu. - Blake sorriu com escárnio - Cuidado Draco, eu não jogo para perder. Agora vá embora e fique longe.

Draco fez menção de se afastar mas parou subitamente, encarando Blake com olhos arregalados.
Não. Ela não fez isso.
- Eu pedi para que me salvasse - Ele falou quase como um sussurro - O que você pediu?

A expressão de Blake mudou da água para o vinho. O sorriso se tornou lupino enquanto a bruxa dava de ombros alegremente.
- Se prepare. Matar Antonin não será nada fácil.

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