Capítulo Quarenta e Seis.

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P.O.V Blake

- Blake.

Me apoiei no encosto da cadeira com medo de cair no chão.

- Blake! - Cedrico praticamente gritou na sala, chamando atenção de todos.

- Quase me esqueci que se conhecem! - Antonin falou batendo no ombro de Cedrico - Se lembra Blake, quando fomos á França?

Alguém me tira daqui.

- Claro - Menti levantando a mão e apertando a de Cedrico - Como vai?

- Muito bem - Cedrico disse com um sotaque forte húngaro - Não tão bem como você. - Senti o olhar pesado de Cedrico me olhar de cima a baixo.

Entendi. Ele não é o MEU Cedrico.

Dei uma risada constrangida e soltei sua mão virando para a mesa de jantar.
Cedrico fez questão de sentar do meu lado á mesa. Todos nos reunimos ao redor, com Harry á minha frente, Arthur em seu lado, com Antonin na ponta e Bellatrix sentada á outra ponta.

- Está deliciosa hoje - Cedrico sussurrou á meu ouvido. Arregalei os olhos quando sua mão apertou, deliberadamente, a minha coxa.
Dei um tapa em sua mão empurrando-a para fora de meu corpo.

- Mantenha suas mãos para sí - Respondi brava.

- Gosto dos seus joguinhos - Ele voltou a apertar minha coxa livremente.
Afundei meu cotovelo em sua mão jogando todo o peso do meu corpo.

- Estou falando sério Diggory - Ele sacudiu a mão de dor.

- Desde quando ficou tão entediante? - Cedrico disse apoiando o braço no encosto da minha cadeira.

Respirei fundo e preferi não responder.
A comida foi servida e a conversa rolava solta. Não olhei para Cedrico a refeição inteira, até Antonin nos chamar;

- Blake querida, por que não mostra a nova quadra de Quadribol para Cedrico? - Antonin sugeriu.

Fiz que não com a cabeça.
- Estou muito cansada. Com certeza Harry pode o acompanhar, não pode Harry? - Perguntei fixando os olhos em meu "irmão"

Harry levantou da cadeira tirando o guardanapo de seu colo.
- Infelizmente já estou de saída. Tenho prova amanhã bem cedo. - Harry me olhou confuso.

- Tudo bem - Bati as duas mãos na mesa - Uma volta pois devo me retirar também.

Cedrico se levantou rapidamente estendendo o braço para eu segurar. Contra a vontade, passei meu braço pelo dele e fomos em direção a porta.

- Madame - Ele disse àbrindo por completo e deixando eu atravessar primeiro.
Provavelmente para ter visão exclusiva da minha bunda.

- Quando vai ser a copa? - Perguntei quebrando o gelo e tentando conseguir informações.

- Final do ano.

Mais cedo do que eu esperava.

- Vão jogar contra quem?

- Irlanda - Ele respondeu sem vontade.

Por dentro dei risada. Não podia prever que os húngaros iriam perder nesse "universo" que estou, mas fiquei feliz com a possibilidade.

- Onde fica sua biblioteca? - Ele perguntou ficando mais perto de mim.

- Virando à esquerda. Tem algum livro em mente de que precise? - Perguntei sem delongas.

- Magia temporal - Ele parou no corredor e me olhou com cautela - De onde você veio e por que está aqui?

Minha boca ficou seca enquanto ele me encarava sério. Senti a palma da mão começar a suar quando ele me puxou á um canto escuro do corredor.

- De onde você veio e por que está aqui?

- Não sei do que está falando - Menti descaradamente.

Ele puxou meu dedo com força e me forçou a olhar meu anel.

- Achou que eu não iria reparar nisso? - Ele perguntou com desdém.
Puxei meu dedo de volta bruscamente.

- Acho melhor você falar - Cedrico se apoiou na parede e cruzou os braços.

Relutante, eu disse;
- Precisei voltar ao meu passado e acabei aqui.

- Menina burra. Não sabe as consequências do uso da magia? - Ele perguntou irritado.

- Posso lhe garantir que estou bem ciente dos meus atos - Respondi me apoiando na parede oposta - Era um risco que tive que correr.

- Por quê? - Cedrico perguntou.

- Não te interessa - Retruquei.

- Magia deixa rastros Blake. - Ele falou tranquilo - Tem que ir embora daqui antes que bagunce essa linha temporal.

- E como faço isso? - Perguntei interessada.

- Precisa achar o momento certo que as duas realidades se cruzam e voltar para a sua. Sabe quando isso vai acontecer?

- Eu acho que sim - Torci os dedos - Preciso mudar o que aconteceu no Torneio Tribuxo.

- Pra sua sorte, o torneio acontece daqui a duas semanas - Ele voltou a dizer.
Fiquei confusa.

- Não é ano que vem? - Cedrico negou com a cabeça instantâneamente.

- Esqueça tudo que pensa que sabe sobre essa realidade.

- Como que sabe de tudo isso? - Perguntei curiosa.

Cedrico riu com escárnio.
- Acha que foi fácil me tornar apanhador? - Ele colocou a mão nos bolsos da calça marrom - Tive que voltar ao passado diversas vezes. Mas nunca saí da minha realidade....

Revirei os olhos com força.

- Como conseguiu o anel da minha mãe? - Ele voltou a falar.

Mãe? Cedrico não havia me dito que o anel pertencia a sua mãe.

- Sou casada com uma versão não patética de você - Respondi - Me explique como voltar.

Ele pareceu achar graça.
- Esteja no lugar na qual planeja voltar. No mesmo horário também. Você saberá o que fazer a partir dali. - Ele suspirou - Sua realidade vai te puxar. O vira tempo não é preciso.

Assenti com a cabeça engolindo as informações.

- Mais uma coisa - Ele se indireitou e me encarou - Não tenho como saber precisamente, mas acredito que vai voltar do mesmo jeito que está aqui.

- Como? - Perguntei não entendendo o que ele queria dizer.

- Você não é loira na outra realidade, não é?

Bufei.

- Não.

~~~~~~~~~

Cedrico manteve as mãos para si mesmo quando o agradeci pela ajuda e segui para meu dormitório. O salão da Grifinória era quase igual ao que eu estava acostumada, a diferença era a decoração, mais bufante...exagerada.
Subi as escadas para meu quarto esbarrando sem querer em Pansy, que deveria estar dormindo essa hora.

- Lestrange - Ela sussurrou.

- O que faz aqui? Deveria estar dormindo - Respondi também sussurrando.

Ela levantou os braços como em rendimento.

- Saí da cama por uma boa causa - Ela deu um sorrisinho e beijou minha bochecha - Boa noite.

- Boa noite - Respondi confusa, enquanto via Pansy descendo as escadas até o sala comunal.

Segui pelo corredor até encontrar minha porta. Pregados por fora estavam os números 137, marcando o quarto.
Abri com rapidez a porta e entrei rapidamente fechando a porta atrás de mim. Como já sabia, a cama de Pansy estava vazia e o quarto iluminado por uma porção de velas brilhantes de chamas quase vermelhas.
Olhei ao redor e me deparei com uma sombra sentada na minha cama, com os braços apoiados nas coxas.
Meu coração parou quando o vi, parado me olhando. Respirando. Vivo.
Corri até ele e o abracei, me jogando em cima de seu colo.
Ele riu e me abraçou de volta, me apertando com força.

- Oi linda- A voz de Viktor preencheu o quarto- Senti sua falta também.

Paixão Violenta Onde histórias criam vida. Descubra agora