Oito

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Christian pov.

Era início de noite em Seattle e eu fiquei na empresa para mais duas reuniões de vídeo conferência de última hora.

Ana, minha mãe e Mia tinham ido á procura de referências pro casamento, mas pelo que minha digníssima irmã mais nova me disse, nada agradava as três. Foi como eu imaginei. Porém, dei carta branca para Anastasia decidir o que for conveniente á ela que eu a apoiarei.

Dei por encerrado meu expediente, desliguei meu computador, e guardei os documentos e fui embora. Assim que desci pro térreo do prédio, encontrei Leila.

Diferente de dois anos atrás, ela está mais magra, pálida e com olheiras enormes.

— Christian ? - A olho

— O que faz aqui, Leila ?

— Preciso falar com você. Eu sinto sua falta.

Eu fico sem saber o que fazer. Nossa relação acabou há mais de dois anos, até que ela dizer que estava comigo por dinheiro.

Tudo bem que a vida que eu levo não é exemplo, mas se estou vivendo assim, é por culpa dela, e obviamente minha também, tanto que meus pais e minha irmã me alertaram e eu fui cego em não ter acreditado neles.

 — O que você quer comigo, Leila ? Já não basta o belo par de chifres que você colocou em minha cabeça, já não basta jogar na minha cara que estava comigo por dinheiro, quer foder com minha vida de novo ?

—Não, Christian. Eu vim aqui pra te dizer que eu me arrependi. Eu... eu te quero de volta. Ter dito aquilo e ter te traído foi o pior erro da minha vida. Eu amo você, Christian. Sempre amei.

Me aproximo da mesma e digo:

— Não, Leila. Você não me ama, nunca me amou. Sabe o que você realmente ama ? O dinheiro e a vida boa que eu te proporcionava, agora me faça um favor. Saia da minha frente antes que eu chame a polícia. Some, Leila.

Leila me olha e sai com os olhos marejados. Sei que peguei pesado com ela, mas tudo que eu disse não deixa de ser verdade. Passei a mão pelos cabelos e desafrouxei minha gravata preta.

Destravo meu Audi SUV, entro e vou direto pra casa. Passo pelas suas de Seattle e meu pensamento é em Anastasia. O que será que ela está fazendo agora ? Será que já está dormindo ? Fico me perguntando mentalmente, e logo chego no Escala.

Assim que o elevador para na cobertura, desço e dou de cara com Mia.

 — Mia ? O que você tá fazendo aqui ? —Estranho o fato dela estar aqui, ainda mais tarde da noite.

— Chris, meu irmão, vim te pedir um favor bem pequeno. — Ela diz, gesticulando as mãos. Rio e pergunto:

— Qual favor, pirralha ? Fala logo, estou cansado.

— Nossa, seu grosso. Mas enfim, me empresta o jatinho da Grey House ? Preciso ir em Aspen, olhar os vestidos de noivas para Ana. — Pra Ana ? Mas, não é a noiva que tem que ver isso ?

Minha irmã percebe minha confusão e logo diz:

— Foi a pedido dela mesma. Andamos por Seattle inteira e ela não encontrou nada que a agradasse. Por favor irmão. — Mia faz sua melhor cara do gato de botas. Obviamente ela consegue me convencer.

- Tudo bem, Mia Trevelyan-Grey. Me convenceu. Vai amanhã ? — Ela afirma.

— Ótimo. Vou pedir á Taylor deixar sob aviso Stephan de sua ida á Aspen. Era só isso ?— Ergo minha sobrancelha, Mia pula em meu colo e me abraça.

- Obrigada irmão. Amanhã vou pra Aspen bem cedinho, e quero chegar aqui, antes de anoitecer. - Beijo a testa de minha irmã, nos despedimos e ela vai pra casa dela, já eu corro pro quarto. Tiro meu terno, jogo no cesto de roupa seja e me jogo no chuveiro.

Após um banho quente e relaxante, vou jantar. Já são mais de onze da noite e estou caindo de sono, mas ainda tenho e-mails para responder e contratos para finalizar.

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Acordo ás seis da manhã, com o despertador estridente. É sexta, decido tirar um dia de folga. É raro isso acontecer.

Mando um e-mail á Ros, dizendo que não comparecei na Grey House hoje, somente se for algo realmente necessário, e de resto, ela tome a frente. Confio nela. Além de minha amiga de anos, é a vice- presidente da GEH, então confio nela de olhos fechados.

Taylor me liga avisando que Mia já embarcou para Aspen e que no final da tarde, ela estará de volta. Agradeço meu segurança e desligo, mas ainda sim, continuo deitado na minha cama enorme. Passam-se dez minutos e me levanto. Não consigo ficar deitado até tarde. Me acostumei levantar-me cedo. Faço minha higienes matinais e vou tomar meu café.

— Bom dia, menino Grey.

— Bom dia, Gail. O que temos para o café ? — Pergunto á Gail Jones. Minha governanta. Uma segunda mãe pra mim.

— Temos frios, pães, ovos, bacon, café sem açúcar e um bolo de chocolate divino. — Ela diz gargalhando, me fazendo rir junto.

Gail me serve uma fatia de bolo e uma xícara de café sem um pingo de açúcar. Gail está comigo desde o início da minha vida adulta até os dias de hoje.

Finalizo meu café e Gail recolhe os itens sujos do balcão, colocando-os na máquina de louças. Dou-lhe um beijo em sua cabeça e vou pro escritório rever alguns contratos de algumas empresas que pretendo negociar.

Em meio á tantos papéis, nem vejo Ana entrar.

— Nem na folga você deixa esses papéis, Grey ? — Ela diz com os braços cruzados. Ouço sua voz e levanto minha cabeça e não pude deixar de nota o quão linda ela estava. Simples, porém muito linda. Seu cabelo caindo como cascatas castanhas pelos seus ombros, seu inseparável jeans, saltos enormes e uma blusa preta com um decote enorme em "V". Anastasia estava sexy. Sexy demais, eu diria.

Me levantei e a cumprimentei com um beijo no rosto, convidei-a para se sentar e assim o fez. Para acabar com a minha pouca sanidade, ela cruza as pernas e me dá um sorriso um tanto malicioso.

Me sento de frente á ela e começamos á debater assuntos da empresa.

— Essa empresa quer uma parceria com a Grey House ? Mas por quê ? Levantar dinheiro ? — Ela me pergunta.

— Eu não sei. Ana. É tudo tão estranho. Números não batem aqui. — Comento ainda olhando o papel que estava em minhas mãos. Ana se debruça sobre minha mesa, me dando a bela visão de seu decote e pude notar que ela estava sem nada por ali. Engulo seco e volto olhar aquele papel.

— Christian, eu acho arriscado. As Indústrias Hyde está quase falida com tanto escândalo envolvendo o herdeiro Jack Hyde. — Ana diz.

— Mas não custa marcar uma reunião pra saber o porquê eles querem uma parceria com a GEH, mas debateremos isso depois, agora eu quero debater outra coisa. — Digo.

Antes de Anastasia dizer alguma coisa, a puxo pela sua cintura, fazendo com que nossos corpos colem um no outro e a beijo. No início, Ana se assusta, mas logo ela se rende e passa seus braços pelo meu pescoço e arranhando minha nuca. Enquanto minha mão está em sua cintura, a outra está em seu cabelo, fazendo com que eu aprofunde o beijo.

Não posso negar. O beijo de Ana é o melhor de todos que eu já provei e me vem a certeza.

Eu estou completamente apaixonado pela Ana.

Casados por Contrato (Concluída- EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora