Capítulo 6

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                                                                       Capítulo 6

I’m not calling for a second chance, i’m screaming at the top of my voice... Give me reason but don’t give me choice cause I’ll just make the same mistake again...            

                                                                         ♪♪♪

 Lá estava eu, completamente relaxado, aconchegado em meio aos inúmeros cobertores que mantinham a temperatura atual do meu corpo, olhando para o teto com total incompreensão quanto a atitude dos humanos lá fora. Não tinha certeza se era ilusão, mas em algum lugar no planeta estava tocando minha trilha sonora.

                                                          Auuuunnnnnnn....

                                                                      ♪♪♪

Acordei incerto quanto ao que fazer, em busca de respostas. Mas o mundo se revelava um paralelo à parte e as pessoas fantoches cruéis de uma história contada por nós mesmos. Tudo estava tão fora de foco e sem qualquer sentido...

And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak... Don’t buy promises cause, there ate no promises i keep... And my reflection troubles.. me, so here i go...                                                                                                                 ♪♪♪

Por isso preferi permanecer ali deitado encarando o nada, enquanto comia umas pipocas doces que me obrigara a preparar - Laura fora proibida de aproximar-se da cozinha desde que quase explodira a casa tentando fazer churrasquinho no fogão na semana anterior - enquanto ouvia a melodia distante. Logo me dei conta de que a música não passava da campainha do meu celular, mas o ignorei sem me incomodar com o latejar dos meus tímpanos e com o tilintar irritante que vinha do andar de baixo.

                                   Auuuuuuunnn... Auuuuuuuuuun... Auuuunnn....

                                                                     ♪♪♪

Ainda estava meio distraído, pensando no que havia acontecido na escola naquele dia e em como resolveria o problema quando percebi que segundos depois do alerta da campainha do telefone/celular no meu quarto e no andar de baixo cessarem vieram passos indiscretos e apressados da escada. Instantes depois ouvi alguém bater na minha porta. Não me mexi. Laura entrou logo depois, aborrecida com o meu pouco caso. Olhou aoredor do quarto com aquele olhar de censura que vinha exibindo há meses.

- Telefone. - disse num tom seco segurando o telefone em suas mãos.

- Caso não seja alguém com a solução para a pobreza, aquecimento global ou corações partidos, não tô para ninguém. – respondi sem tirar os olhos do teto.

- Deixa de ser emo, Dillan! E eu não sou pombo-correio.

- Que gíria antiquada! – respondi com calma. Laurinha havia se tornado insuportável. No entanto ela dizia que as mudanças haviam ocorrido comigo enquanto eu tinha total certeza de que era o universo que se reinventara.

- Falo do jeito que quiser! – respondeu largando o telefone em cima da minha cama e saindo do quarto enquanto revirava os olhos.

- Malcriada. – respondi não tendo certeza se ela ainda podia me escutar e ao mesmo tempo hesitando em pegar o telefone que estava a centímetros dos meus dedos. – Alô? - eu disse finalmente. - Então não tá pra ninguém?

Eu Nunca...Onde histórias criam vida. Descubra agora