Capítulo 25

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           Todos estavam malucos com as notas do trimestre e o show da banda no início de setembro. Ensaiamos mais algumas vezes nos intervalos de provas, trabalhos e testes. Sentia tanta falta de Tchelo e Céli, mas ambos haviam feito suas escolhas. Mesmo que eu não aceitasse muito bem isso.

Ainda tentávamos inutilmente descobrir a origem de Sofia, mas ela era um mistério. Então decidimos simplesmente deixar aquilo com a assistente social e tentarmos a adoção o que era um processo lento, mas não impossível.

Tentei continuar lidando com a lista "Eu nunca..." e os novos itens malucos que Julia me impunha. Sua última ideia genial havia sido um jantar com seus pais onde nós dois cozinhamos peixe acebolado – eu detestava – e suco de beterraba com cenoura e laranja. Não preciso comentar o quão horrível foi e que acabamos a noite comendo pizza.

30 de agosto. 10h. Sala de teatro.

- Bem, pessoal, reuni todos aqui porque esse é o nosso último encontro antes da festa.

Julia havia convocado a todos por torpedo para que fossem até a sala de teatro no intervalo.

- Eu só queria dizer que foi bom esse tempo que passamos juntos. Diferente. O ano não terminou ainda. Aliás, temos um bom tempo pela frente, mas queria agradecer realmente pelo esforço, dedicação e responsabilidade. Vocês estiveram presentes sempre que precisei e isso foi ótimo. O grêmio agradece e eu, eu especialmente, tô muito feliz pelo nosso trabalho nesses meses.

- Graças a você tudo deu certo.

- Obrigada, Pedro. – ela disse sorrindo gentilmente. – Mas obrigada de verdade à todos vocês... Obrigada – ela disse me encarando. – O show vai ser legal.

Todos bateram palmas para ela e seu tímido discurso. Julia parecia radiante e surpresa porque, afinal, havia dado certo. Pedro correu até ela e a abraçou o que me deixou indignado. Senti meu estômago revirar e então saí da sala. Mel me aguardava do lado de fora.

- Mel? – eu disse surpreso por vê-la ali.

- Dillan, Graças a Deus!

- Tudo bem?

- Procurei você por toda a parte... tenho o resultado sobre a composição daquele frasco que você me deu um tempo atrás.

Eu a olhei satisfeito e a segui até o laboratório.

30 de agosto. 20h10min. Casa da mãe de Dillan.

Na vida tudo é uma questão de escolha e foi uma escolha sábia e sensata ir jantar na casa da minha mãe naquela noite. Sara pareceu extremamente surpresa por me ver ali e eu me sentia completamente estranho de volta ao lar onde cresci.

- E você mãe? O que tem feito? – perguntei tentando quebrar o silêncio enquanto estávamos na mesa de jantar.

- Trabalhado. É só isso que tenho feito pra ser sincera. – ela disse sorrindo. Parecia alguém feliz. – Acha que Karen se importaria se eu conhecesse Laura?

Eu imaginei que isso iria parecer estranho pra Karen, talvez ela tivesse algum de seus surtos, mas prometi conversar com ela sobre o assunto. Resumi minha vida com meu pai e meu bom relacionamento com minha madrasta.

- Você e Sara estão tão parecidos!

Sara fez uma careta para mim. Acho que ela também detestava aquela observação.

- Gostei do jantar, mãe... – ela sorriu. – Você não tem nenhum namorado?

- Não.

- Não é da minha conta, mas você é jovem ainda...

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