Capítulo 8

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Auuuuuuunnn... Auuuuuuuun... Auuuunnn....

♪♪♪

Olhei para o celular sobre a cama desinteressado. A música continuava a tocar insistentemente.

I'm not calling for a second chance, i'm screaming at the top of my voice...

♪♪♪

Era Céli.

- Oi!

- Oi babaca! – eu fiz uma careta. – E como andam as coisas?

- Tudo tranquilo...

- Não, Dillan... não perguntei sobre você. Quero saber sobre as investigações. Descobriu alguma coisa nova? – eu fiz outra careta. Detestava quando Céli me fazia sentir como uma criança de oito anos.

- Na mesma. O que espera que eu faça, Sherlock Holmes?

- Dillan! - exclamou em tom reprovador. – Você ainda não pensou em nada?

- E por que você também não tenta descobrir alguma coisa? Eu tenho minha vida e meus problemas...

- Porque nós combinamos que você iria investigar e eu iria escrever.

Ela tinha razão.

- Tudo bem, Céli. Vou pensar em alguma coisa – eu disse – Mas e você? Tem alguma novidade?

- Sim. Felizmente.

Fiquei alerta.

- O que descobriu?

- Nada demais... soube que o pai do Pedro não é mais sócio do banco central. Não sei dizer o que houve, só que agora ele é um tipo de gerente.

- Hum. Estranho. Então agora ele é mais pobre?

- Não sei, mas vamos descobrir. Ah! E mais uma coisa. Todo esse burburinho sobre as atividades extracurriculares tem algo haver com algumas bolsas de estudo que o banco central vai distribuir aos alunos do terceiro ano.

- Por que um banco sairia distribuindo bolsas de estudo?

- Para usar esses recém-formados como estagiários e escravizá-los. Talvez seja isso. Não sei ainda.

- Faz algum sentido, mas mesmo assim algo não se encaixa...

- É. Eu sei. – disse Céli com uma voz estranha. – Ei Dillan, você não sabe mesmo quem escreveu aquele conto?

- Não. Por quê?

- Como assim, por quê? – outra vez senti meu QI diminuir lentamente - É o assunto mais comentado da escola e querem mais sobre Anne e o Néo.

- Malucos...

- Mas você gostou do conto.

- É.

- Tá. Tchau.

- Eiiii... – outra vez ela havia desligado. – Tão educada!

Durante aquele dia eu pensara bastante sobre minha vida e as coisas que andavam acontecendo. E se eu me metesse em mais encrencas ao me aliar a Céli nessas "investigações"? Céli havia me contando sobre o estranho comportamento de Pedro e do treinador Otávio nos últimos meses. Segundo ela, nas últimas três semanas eles se encontravam frequentemente durante à noite e sozinhos sem ter consciência de que Céli os observava quando devia estar adiantando suas matérias no jornal.

Ela dizia que eles tinham conversas longas. Longas demais para um assunto qualquer de escola. Céli percebeu que na maioria das vezes Pedro aparecia com uma mochila azul escura, mas saía sem ela e no encontro seguinte voltava com uma igual ou pelo menos muito semelhante.

Eu Nunca...Onde histórias criam vida. Descubra agora