{16} Câmara Secreta

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Estamos na aula de Minerva, onde ela está a nos ensinar como transformar animais em cálices. Ela pede que Weasley seja o primeiro a demonstrar, mas por conta de sua varinha estar quebrada, o feitiço acaba dando errado.

Todos na sala começam a rir, inclusive eu. Foi realmente engraçado ver mais uma das gafes de Ronald. É incrível como ele nunca para de fazer papel de bobo.

Mas antes que Minerva prossiga com sua aula, Hermione a interrompe.

- Professora, será que não poderia nos contar sobre a câmara secreta.

Logo eu me recordei daquela noite, com a escrita na parede com sangue. Mas por que Hermione está tão interessada nessa lenda? Eu me pergunto se Harry também está envolvido. E não só os três, como toda a sala agora estão interessados em saber a respeito.

- Pois bem... - Minerva decide falar - Hogwarts foi fundada a mil anos pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época: Godric Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw, e Salazar Slytherin! Três dos fundadores conviviam em perfeita harmonia... Mas um deles não!

- Adivinha quem era... - Ronald cochicha para Harry.

- Shiu! - eu o corrijo.

- Salazar Slytherin achava que o ensino de Hogwarts devia ser restringido para famílias inteiramente mágicas, os chamados sangue-puros.

Sinto que Draco olha para mim com desprezo, sentindo-se superior. Apenas reviro os olhos. Essa coisa de sangue-puro não tem a menor importância! Salazar Slytherin é só mais um dos idiotas que acreditam nessa baboseira!

- Incapaz de dissuadir os outros, ele decidiu abandonar a escola. E, de acordo com a lenda, ele havia construído uma câmara neste castelo, conhecida como a Câmara Secreta, e logo antes de ir embora ele a selou, até que seu legítimo herdeiro voltasse à escola... - Minerva continua - Somente o herdeiro pode abri-la e libertar o horror que lá existe. Ao fazer isso, expurgar a escola daqueles, que segundo Slytherin, não são dignos.

- Quem nasceu trouxa... - Hermione completa - Mas o que exatamente a lenda diz que há dentro da Câmara?

- Que a Câmara é o lar de algo que só o herdeiro de Slytherin pode controlar... Dizem que é o lar de um monstro.

A sala permanece em silêncio. Ronald e eu encaramos Draco, que está sorrindo maliciosamente. Pelo visto, ele realmente odeia os trouxas...

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Chegou o dia que eu não queria que chegasse: o primeiro jogo de Malfoy como apanhador. Eu realmente estou me sentindo muito mal desde que soube que ele entrou no time no meu lugar. Mas mesmo que eu não quisesse assistir o jogo, meu pai me obrigou. Ele alega que, como Draco vai ter seu primeiro jogo, é importante que eu vá torcer por ele, porque afinal, nas palavras dele, "somos parceiros".

Isso tudo é uma grande palhaçada! Eu sei que ele só me obrigou a vir por causa de Lucius, que compareceu para ver Draco jogando. Meu pai quer evitar problemas com a família dos Malfoy, principalmente com tudo o que tem acontecido na escola. Eles temem por Voldemort.

O jogo está quase começando. Eu vou até a porta dos vestiários para desejar boa sorte para o Harry.

- Você veio! - ele sorri animado - Disse que não viria...

- É, eu disse... - bufo - Mas vai ser legal te ver esmagando o Draco!

- Nem sabe se vou conseguir superá-lo!

- Está brincando? Malfoy é péssimo, chega a ser patético...

- Falando mal de mim pelas costas, Snape?

Malfoy aparece atrás de mim, já vestido em seu uniforme de Apanhador. Ele se aproxima de mim e de Harry, com raiva.

- O que tiver para me dizer, diga na minha frente! - ele rosna.

- Não faça pose de durão, Malfoy. - eu o encaro - Sabe que você é um covarde, fingir ser corajoso é ridículo...

- Ah, é mesmo? Pois você vai engolir essas suas palavras quando eu acabar com ele! - ele se vira para Harry - Cuidado, Potter. Porque eu não vou pegar leve com você!

E assim, os meninos entram em campo para iniciar o jogo. Madame Hooch, apita e começa a partida. Eu estou ao lado de meu pai, indo até nossos assentos ao lado de Lucius. Ele estava todo vestido de preto, com um chapéu definitivamente ridículo na cabeça, todo esnobe.

- Bom dia, Severus... E... Senhorita Charlotte! Que bom que aceitou ver o jogo. Tenho certeza de que Draco está muito feliz com sua presença...

- Ah, ele deve estar MUITO feliz... - eu rio e meu pai me olha com severidade.

Assim, o jogo se passou. Gryffindor está perdendo feio para Slytherin, que está na frente por noventa a trinta. Olhando para meu pai, percebo que ele está de ótimo humor, satisfeito por Slytherin estar ganhando. Não só ele, como Lucius também. Eu realmente não estou nem aí para o jogo. Era para eu estar em campo, e não aquele idiota do Draco...

De longe, percebo que Harry está muito desanimado com o rumo que o jogo está levando. Até que Draco começa a persegui-lo pelo campo. Vejo de longe um dos balaços vir na direção de Harry.

- HARRY! CUIDADO! - eu grito de onde estou.

E ele consegue desviar-se. Meu pai me corrige, dizendo para eu não continuar torcendo para Gryffindor. Lucius me olha sem entender o porquê de eu não estar torcendo para minha casa. Mal sabem eles que eu não dou a mínima para Gryffindor, ou para Slytherin. Eu só torço por Harry porque gosto dele e quero que ele vença, sendo ele de qual casa for.

O balaço que vinha na direção de Harry acerta Oliver, o derrubando da sua vassoura, agora quebrada, e o balaço torna a perseguir Harry. Logo, eu realizo que ele claramente está alterado. E Harry continua tentando desviar, até mesmo fazendo ziguezague por entre as arquibancadas.

- Pai, esse balaço está alterado!

- Eu estou vendo...

- Você não vai fazer nada?

Ele apenas me encarou, meio que me mandando ficar calada. Eu reviro os olhos, entediada. Quando volto minha atenção para o jogo, vejo que agora Draco e Harry estão ombro a ombro perseguindo o pomo de ouro. Draco lhe da uma cotovelada, tentando o derrubar. Esse maldito loiro...

Eles desaparecem em baixo do campo atrás do pomo, e lá ficam por alguns minutos. Eu estou morrendo de curiosidade para ver o que está acontecendo, chegando até mesmo a ficar na ponta dos pés. Torço para que eles subam logo para que eu possa ver.

E meu pedido se realiza rápido demais. Draco surge no ar, todo desgovernado, mal conseguindo se segurar na vassoura. Até que ele se choca contra o solo.

Meu coração para. Eu fico em choque, totalmente desespera. Saio de perto de Lucius, que permanece paralisado, sem fazer nada para ajudá-lo, e desço empurrando todos que estão no caminho. Enquanto isso, todos parecem estar muito mais interessados em Harry do que em Draco. Nem percebo quando ele consegue pegar o pomo, vencendo a partida. Eu só conseguida pensar no loiro que parecia desacordado no chão.

- Saiam da frente! - eu digo afobada - SAIAM DA FRENTE!

Finalmente chego ao campo, o qual eu invado para ir em direção a Draco. Me agacho no chão, preocupada, e deito sua cabeça em minhas pernas.

- Você está bem? - falo desesperada.

Ele não responde, apenas tenta se recuperar da forte queda. Eu olho em volta e ninguém, absolutamente ninguém vem até nós dois para socorrê-lo, e isso me perturbou. Nem mesmo os amigos dele se preocupam com ele nesse momento?

Harry está cercado de pessoas, que o parabenizam e comemoram junto com ele. Ele aparentemente quebrou o braço, mas como tem bastante gente ao seu redor, não me preocupei tanto. A minha maior preocupação é Draco, neste momento. Fiquei tão aflita que tive vontade de chorar. Até que finalmente Madame Hooch o leva do campo para a enfermaria, me deixando sozinha e imensamente preocupada.

- Prometidos - Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora