{23} Esperanças

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Eu tive um sonho esquisito... Sonhei que escutava passos no quarto onde os Malfoy me hospedaram, mas eu ainda estava a dormir. Os passos se aproximavam e eram cada vez mais audíveis. Até que, de dentro da escuridão, saiu Draco. Seu rosto sereno observava o meu corpo adormecido na cama, e seu olhar demonstrava tristeza.

Ele se aproximava de minha cama e se sentava ao meu lado, e sussurrava "me perdoe" em meu ouvido. Em seguida, Draco se deitava ao meu lado, abraçando-me pela cintura, assim como Harry fez naquela noite. Mas desta vez era diferente, era como se eu estivesse completa e não precisasse de mais nada. Como se nada pudesse me atingir mais.

E por fim, o sonho acaba, com Draco adormecido junto a mim.

Acordei com os olhos inchados, afinal passei a noite inteira chorando praticamente. Sento-me na cama, espreguiçando o meu corpo, me preparando para enfrentar mais um dia terrível na mansão Malfoy. A cama está tão quentinha, eu poderia ficar deitada para sempre nesse colchão enorme e confortável.

Bom... Hora de levantar...

- Mas o q...

Fico perplexa, pois ao levantar para arrumar a cama, me deparo com alguém deitado do lado direito da cama. Me aproximo calmamente e retiro o cobertor que estava por cima da pessoa. Draco Malfoy está deitado na minha cama.

- Queee... - sussurro para mim mesma - Não foi um sonho...

Dou passos leves para trás, me afastando. Eu certamente não quero que ele acorde e me veja desse jeito. Também pode ter sido um acidente, vai ver ele estava tão cansado que acabou entrando no quarto errado. Pode acontecer, afinal, a casa dele deve ter uns mil quartos!

Me aproximo e lhe cutuco levemente a bochecha, apenas para ter certeza absoluta de que não estou enlouquecendo e que estou começando a ver Draco por toda a parte. E tive a certeza: é ele, em carne, osso e arrogância. Se bem que, olhando assim de pertinho, enquanto ele dorme, ele quase se parece com um anjo. Quieto, calmo, sereno, como se não me machucasse toda santa vez que chega perto de mim. Mental e fisicamente.

Mas acho que o cutucão não foi tão de leve assim, pois ele começa a se mexer. Entro em desespero, saio de fininho do quarto e fecho a porta, ainda de camisola. Como não é uma camisola indecente, apenas um vestido, resolvo que vou assim mesmo tomar o café da manhã.

- Bom dia... - digo bocejando para Narcissa, que está de ótimo humor.

- Bom dia, querida. Espero que tenha dormido bem... - ela está sentada à mesa, tomando uma xícara de café - Sente-se!

- Com licença. - digo me sentando - Onde está o senhor Malfoy?

- Ah, ele e Draco tiveram uma briga feia ontem a noite... Ele não dormiu direito. Claro que não foi culpa sua, só estou te mantendo informada. Afinal, vocês dois são-

- Companheiros... - eu a interrompo - É, pois é...- Falando no Draco, Sn, viu ele por aí? - Narcissa pergunta enquanto folheia o Profeta Diário que o elfo lhe entregou - Não o vi desde que me retirei para conversar com você.

Ferrou...

- Ah, eu... Eu não... Vai ver ele resolveu acordar cedo para dar uma caminhada, ou algo parecido.

- Mas sem tomar café? Ai esse menino...

- Bom dia... - Draco aparece na sala de jantar.

Ele está sonolento e distraído, esfregando a parte de trás da nuca, como se não estivesse acostumado a dormir em outra cama senão a sua. Mas aí ele finalmente repara que já estou acordada, e sua expressão muda drasticamente. Como se estivesse se perguntando se eu vi que ele deitou do meu lado.

- Prometidos - Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora