Isso é um sonho

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-Nenhuma das duas opções me agrada.

-Eu só quero que você descanse Val.

-E você acha que eu vou conseguir descansar com você aqui?

-Sim, tenho certeza. Vem aqui, eu não farei nada prometo. _falou dando tapinhas ao seu lado da cama para Valentina se sentar.

-Tem certeza?

-Prometo Val, você continua usando o mesmo lado da cama? _perguntou puxando o lençol da cama.

-Sim.

-Perfeito, eu também.

-Juliana...

-Val... olha eu não vou fazer nada, vamos apenas dormir, vem se deitar. _disse Juliana se deitando e estendendo seu braço.
-Esqueça essa armadura que você usou por tantos anos, entendo que foi a sua defesa para que não te fizessem mais mal, mas amor essa armadura é muito pesada e está te machucando. _ Juliana disse essas palavras e notou os olhos de Valentina se encherem de lágrimas.

-Não é fácil. _falou tentando segurar as lágrimas.

-Eu sei, por isso iremos avançar pouco a pouco. Não pense no amanhã, vamos viver um dia de cada vez. Não dá para saber o que vai acontecer depois e nesse momento a única coisa que temos é o presente. _disse Juliana.

Depois de alguns minutos de silêncio Valentina se sentou ao seu lado e Juliana sorriu levemente.

-Isso tudo é um sonho? E se amanhã quando eu acordar tudo isso tiver desaparecido?


-Eu estarei aqui, não é um sonho Val. Na verdade... você é o meu sonho... meu sonho que virou realidade. _disse Juliana pegando no braço de Valentina para fazê-la se deitar.

-Me promete que eu não vou acordar sozinha? _perguntou Valentina em um sussurro.

-Eu te prometo morrita, agora dorme amor, estarei aqui quando acordar. _disse Juliana acariciando seu cabelo.

-Está bem.

- Tudo bem se você se deitar sobre meu braço? É mais fácil para eu acariciar seus cabelos.

-Sim. _sussurrou Valentina levantando a cabeça para que Juliana colocasse seu braço.

-Está confortável assim? _perguntou Juliana, não se referindo precisamente a posição que estavam e Valentina entendeu isso.

-Sim Juls. _Valentina voltou a sussurrar.

-Dorme meu amor. _sussurrou Juliana enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto, pela primeira vez Valentina havia a chamado de Juls novamente.

-Não chore. _falou limpando a lágrima do rosto de Juliana.

-Está tudo bem Val, não são lágrimas de tristeza... eu juro... é só que... estou muito feliz de estar aqui. Agora vamos dormir, não precisa dizer mais nada. _disse Juliana depositando um beijo na cabeça de Valentina.

Juliana continuou acariciando os cabelos de Valentina por um longo tempo, parou apenas quando se deu conta de que a sua esposa havia dormido.

-Lutarei todos os dias para estar assim com você. _sussurrou Juliana antes de fechar os olhos.

Juliana abriu os olhos lentamente, não tinha certeza de que horas eram, mas o sol entrava através das cortinas. Ela sabia que era um pouco tarde e sorriu ao se dar conta de que durante a noite Valentina havia passado o braço em volta da sua cintura e escondido o rosto no seu pescoço, ela tentou não se mover para não acordá-la e se manteve assim por duas horas sentindo a calmaria da respiração de Valentina em seu pescoço.

-Bom dia. _sussurrou Valentina depois de abrir os olhos.

-Oi amor, dormiu bem?

-Sinto que dormi por três dias. _disse Valentina a fazendo rir.

-Por três dias não, mas você dormiu por muitas horas.

-Que horas são?

-Onze da manhã. _disse Juliana depois de pegar o celular e ver a hora.

-O que? _gritou Valentina tentando se levantar e sendo impedida por Juliana que a fez voltar a se deitar.

-Calma, hoje é sábado Val. Não acredito que seja necessário que você vá trabalhar hoje.

-Eu nunca falto. _falou preocupada.

-Pode abrir uma exceção no dia de hoje, você é a presidente e tem benefícios. _Juliana a olhou fazendo um beicinho.

-Não tenho certeza se é uma boa idéia Juls, mas irei mais tarde porque ainda tenho coisas para fazer no escritório.

-Bom... então me diz, você está com fome?

-Um pouco.

-Vou preparar algo para você tomar o café da manhã, quer que eu traga aqui ou você vai descer?

-Hmmmm.... eu... _falou pensativa.

-Pode deixar que eu trago... mas antes me faz um favor.

-O que? _perguntou curiosa.

-Devolva o meu braço. _ Juliana falou rindo.

-Ah me desculpe, você tem razão. _disse Valentina corada levantando sua cabeça para libertar o braço de Juliana

-Eu já volto. _falou se levantando e caminhando em direção a porta.

Juliana desceu as escadas, entrou na cozinha procurando as coisas para preparar um digno café da manhã para a sua esposa. O caminho não estava sendo fácil, mas ela sabia que as coisas dariam certo.

Minutos depois ela entrou no quarto com a bandeja em mãos.

-Eu teria feito mais coisas, mas não tinha muitas opções no seu armário. _disse Juliana colocando a bandeja com frutas, suco, café, cakes e uma rosa sobre a cama.

-Está ótimo, onde você pegou essa rosa?

-Eu roubei do seu jardim eu teria pegado uma gérbera, mas não tinha. _disse Juliana enquanto Valentina se sentava na cama.

-O cheiro está bom.

-Espero que goste.

-Você vai na empresa? _perguntou Juliana depois de tomar o café.

-Sim, já vou me arrumar para sair..

-Está bem, nesse caso eu vou embora. _disse Juliana se levantando.

-Juliana... Obrigada. _Valentina segurou no seu braço a impedindo de sair e lhe deu um beijo na bochecha a fazendo sorrir.

-Não tem nada o que me agradecer Val, eu daria tudo para acordar todos os dias da minha vida ao seu lado.

-Sabe Juliana fazia muito tempo que eu não dormia tão bem.

-Posso te falar uma coisa? Eu também. _disse Juliana sorrindo.

-Juliana...

-Sim...

-O que eu disse naquele dia não era verdade. _disse Valentina enquanto Juliana a olhava confusa.

-Você me falou muitas coisas Val, não sei do que está falando.

-Quando eu disse que queria não te amar... não era verdade Juls... Jamais me arrependi de te amar. _disse Valentina enquanto em seu rosto se formava um pequeno sorriso... Um sorriso que havia demorado 10 anos para aparecer, um sorriso que significava tudo

Siempre Fuiste TúOnde histórias criam vida. Descubra agora