Franz e Greta
***
O casal me viu e caminhou até nossa mesa. Aprumei-me e esperei, com o nervosismo me consumindo por dentro.
— Mãe, pai! — chamei a atenção dos dois entredentes — Os pais do Augusto estão vindo até nossa. Finjam surpresa! — mandei, mas minha mãe virou a cabeça na mesma hora e acenou.
— Que bom ver vocês dois! — Greta disse, indo abraçar minha mãe e depois meu pai, enquanto se abraçavam, o senhor Franz me cumprimentou.
— Olá, Júpiter! — falou com o seu sotaque de quem mesmo tendo passado anos no Brasil, ainda tem muito de seu verdadeiro país.
— Olá, Franz! — respondi baixinho, repentinamente tímida.
Tímida e envergonhada, por medo do Augusto ter dito algo sobre nossa discussão. No entanto, se eu sou reservada, ele é ainda mais, mas diferente de mim, ele sabe os limites.
— Júpiter! — a mãe do Guto me abraçou com força.
— Então, como estão? — mamãe perguntou.
— Muito bem e vocês? — ela alternou seu olhar entre nós, mas focando mais em mim, fazendo-me desviar os meus olhos.
— Bem também! — respondi com uma animação meio falsa enquanto balançava levemente a cabeça.
— Por que não se sentam com a gente? — meu pai sugeriu.
Sorri tensa, depois de mais algumas perguntas sobre estar tudo bem, por fim, eles sentaram conosco.
Ótimo! Tensa durante todo o almoço, pensei levando a limonada até a boca.
Eles começaram um papo animado sobre viagens, economia e estudos, depois que Franz e Greta fizeram seus pedidos. Me perguntaram se eu já sabia o que queria fazer.
— O Augusto me disse algo sobre História da Arte — ela comentou e eu levantei meus olhos do copo.
— Sim… — olhei em seus olhos brilhantes que fitavam-me com atenção — Mas eu não sei ainda
— Ah! — concordou com a cabeça — A tia do Augusto trabalha no Louvre, se você quiser perguntar algo para ela, pode comunicar comigo que eu te passo o contato
— Seria incrível, não é mesmo, Júpiter! — mamãe se animou por mim, levantando o tronco e segurando minha mão.
— Sim, seria mesmo — sorri plácida, respondendo baixinho.
Seria incrível se eu não estivesse brigada com o filho de vocês.
Será que eles sabem?, pensei de novo.
— E o Augusto, Greta? — não pude impedir meu olhos de moverem-se rápido até a mãe dele — Já escolheu o que quer fazer? — agradeci a ela mentalmente pela pergunta do século, porque os pais sempre sabem muito sobre os filhos.
— Um segredo que só — comprimiu os lábios e negou com a cabeça. Isso fez Franz Vettel gargalhar.
— Ela não gosta dos mistérios que ele faz — explicou olhando com carinha para a esposa — Ele gosta de ter tudo planejado e feito, com certeza de que deu certo, pra só então nos dizer. O riso dele se acalmou e, respirando fundo, continuou — Tenho um irmão que mora em Lyon, na França, que fez engenharia aeroespacial e mostrou desde que o Augusto era pequeno algumas coisas pra ele. O Augusto ficou encantado — os olhos dele brilharam e Greta sorriu, apertando de forma reconfortante o braço do marido — E o garoto leva jeito pra coisa. Ele ama física
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2002
Romancelola | © 2021 SINOPSE: Júpiter está apaixonada por seu "melhor amigo" há não sei quanto tempo, na verdade, ela sabe as horas exatas de cada dia em que passou pensando nele, Augusto Vettel. Ele mudou-se para a Áustria com sua família há algum tempo...