capítulo 50

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Formatura

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Eu gostava do jeito que os olhos de Augusto me fitavam quando entrei pelos portões do Centro de Convenções da cidade. Era um prédio da universidade local que tinha como principal função receber eventos, na maioria dos casos, formaturas.

Meu vestido era escuro  como a noite e com cristais minúsculos que  quando iluminados por feixes de luz brilhavam como estrelas no céu azul marinho. Ele era grudado ao corpo na parte superior e da cintura até os joelhos soltinho e esvoaçante feito com tecidos levinhos e macios. A sensação gelada dele contra a pele me deixava tranquila.

Em seu terno preto, sapato social e com os cabelos arrumados com gel, Augusto caminhou em minha direção com as mãos no bolso parecendo embasbacado e eu me senti ainda mais linda. Eu havia adorado tudo em mim, a maquiagem de cor branca e cintilante nas pálpebras e o batom pastoso de tom rosado. Nós meus pés, uma sandália de salto de cor prata com cristais.

_ Você está linda, Júpiter! Tão linda quanto poeira estelar _ sorriu para mim depois de me beijar e nos esquecemos dos meus pais _ Valeu a espera _ sussurou me fazendo imaginar há quanto tempo ele me esperava ali.

Peguei a barra do vestido e fiz uma mesura.

_ Estou lisonjeada, senhor!  _ ficamos nos encarando como dois bobos enfeitiçados.

Meu namorado estendeu-me seu braço e o entrelacei com o meu. Olhei meus pais atrás de mim que sorriam para nós.

_ Boa noite, Leona e José! _ Augusto acenou com a cabeça e foi retribuído por meus pais que perguntaram sobre onde a família dele estava.

_ Vou ir com o Guto. Tem problema? _ perguntei em seguida para que eles não iniciassem uma conversa longa. Eu estava quase dando pulinhos de impaciência.

_ Não, mas é melhor você ver onde sua mesa fica antes de sair por aí. Se você quiser nos encontrar depois vai ser mais fácil _ minha mãe respondeu antes que eu saísse correndo.

Concordei e segui com eles, meus avós e o fotógrafo que nos levaria até nossa mesa. Augusto, ao meu lado, falava que depois era para irmos até onde a turma estava e tirar fotos com todos.

Assim que vi onde ficaríamos e, meu pai com sua câmera, tirou fotos minhas com Augusto e depois pediu para que ele fotografasse nossa família. Deixei minha bolsa com meus pais e fomos até a pista de dança onde a maior parte do terceiro ano estava.

2002Onde histórias criam vida. Descubra agora