capítulo 39

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Amizades e segredos

***


— Vocês já escolheram o vestido de vocês? — Luana perguntou no horário do intervalo na escola.

Senti meu coração gelar. A moça da loja tinha dito que o prazo para guardar era de até três dias. Meus olhos se expandiram, fazendo Maria perguntar a mim se estava tudo bem.

— Não, está péssimo! — deslizei meu corpo até sentar no chão — Esqueci de pegar o vestido que olhei outro dia

— Nossa! — Luana cobriu a boca com a mão — E aí, o que vai fazer? Eu sei que quando você cisma que quer uma roupa em específica, dificilmente gosta de outra depois

— Sim!

— Eu vou ter que ir hoje à tarde lá

Bufei.

— O pior é que eu falei com minha mãe sobre isso

— Liga pra ela. Eu te empresto o celular

— Obrigada, amiga! — sorri para Luana — Mas nem sei se ela vai dar bola, ainda mais com as recuperações que peguei — olhei para meus pés.

— Falando nisso... — Lu começou — Como andam os estudos, "apenas estudos", — fez aspas com os dedos — Com seu namorado?

— Eu estou tentando o mínimo possível estudar com ele — comecei a explicar olhando para o nada, com vergonha do que diria a seguir — Porque no primeiro dia eu mais fiquei olhando para ele e pensando em beijar Augusto a todo momento, enquanto ele estava fazendo o maior esforço pra me explicar o que eu não entendia

— Hum — Maria deu um sorriso malicioso — Pensei que ele que iria se distrair

— Também, pensei Maria

— Parem vocês duas — pedi, tampando o rosto logo em seguida.

— Está bem, está bem

Elas ergueram as mãos.

— Vamos parar — Maria completou.

— Ótimo!

Ficamos caladas por alguns segundos, ou minutos, não sei ao certo até que Luana abriu a bendita boca.

— Mas... — ergueu o indicador no ar — Se por acaso ele tentasse passar para a próxima etapa no relacionamento de vocês... — mordeu o lábio lábio inferior — Você faria o quê, iria junto ou pediria para retroceder?

Fiquei olhando para o nada, pensando sobre aquilo.

Luana correu até mim e balançou meus braços.

— A pergunta não foi pra ficar sem respostas, Júpiter

Olhei para cima, de encontro a seu rosto, deixando evidente minha testa franzida de irritação.

— Eu não sei!

— Claro que você deve ter uma noção ao menos! — ela respondeu como se fosse o óbvio.

— Claro que eu posso não ter uma noção sobre isso ou pensando no assunto, Luana

Maria decidiu falar, primeiro arranhou a garganta, saiu de onde estava encostada na parede, caminhou até mim e depois se sentou ao meu lado.

— Você teria coragem de dormir com ele? — foi objetiva.

Soltei uma risadinha.

— Claro que sim

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