Capítulo 4| Mathilde

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'A hundred on the dash get me close to God
We don't pray for love, we just pray for cars'

- Starboy, The Weeknd

Terça-feira, 03 de outubro

- O teu carro é mais caro. - Ian informa e sorri para mim.

- Não o trocaria. - afirmo. - Contudo, acho que com uma Ferrari na garagem fica melhor acompanhado.

Ele assente em concordância e não posso deixar de reparar no brilho que preenche as suas íris escuras. O moreno parece muito satisfeito com a minha declaração, embora eu não entenda o motivo. Talvez ele goste de pessoas que apreciam automóveis.

- O Porsche gosta da companhia da minha m1000r. - brinca, arrancando-me um sorriso.

- Eu deveria estar à espera disso. É quase obrigatório um carro desportivo estar acompanhado de uma moto potente. A m1000r é uma boa escolha. - elogio.

- Agradeço. - é honesto, mas hesita antes de continuar. - Podemos dar uma volta nela, se quiseres.

Fico surpreendida com a subtileza do seu convite. Qualquer pessoa irracional nem tomaria consciência da situação. Pondero durante algum tempo, desviando a minha atenção para as outras pessoas. É tentador aceitar, mas tenho noção de que Ian não é nenhum inocente. Não o conheço o suficiente para me arriscar.

- Talvez. - respondo. - Quando eu estiver totalmente convencida.

Ele ri com a minha sinceridade e assente em concordância. O seu sorriso é contagiante.

- A Pâmela ainda é maluca? - ouço o Ricciardo questionar.

O homem ao meu lado para de rir e assume uma postura mais tensa.

- Creio que a obsessão dela se prolongou. - Tina declara. - Alice também não fica atrás.

- Dois anos depois, ainda não superaram? - Ian parece indignado.

- Vocês são inesquecíveis. - Thiago gargalha, amenizando o ambiente.

- Quem são? - Francesca pergunta curiosa e o loiro fita-a inseguro.

- As ex-namoradas deles. - Valentina responde e recebe dois olhares mortais.

- Duas mulheres que corromperam os relacionamentos por ciúmes e não conseguem aceitar que a sua possessividade não é capaz de prender os dois indivíduos por quem são obcecadas. - concluo e recebo a atenção de todos.

- Tenho medo dela. - Thiago diz e eu sorrio em sua direção.

- Estou em constante observação. O Direito ensina-nos a deduzir bastantes coisas. - informo e a minha prima confirma.

- Eu sinto-me segura com ela. - a ruiva confessa.

Os outros dois indivíduos estão demasiado estupefactos para reagir.

- Não tenham medo de inflacionar o meu ego, eu sei que sou uma ótima investigadora. - brinco.

- Sem precisar de investigar. - Francesca acrescenta.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora