Capítulo 37| Ian

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'First you wanna go to the left, then you wanna turn right
Wanna argue all day, make love all night
First you're up, then you're down and then between
Oh, I really wanna know
What do you mean? Oh, oh
When you nod your head yes, but you wanna say no'

- What do you mean?, Justin Bieber

Quarta-feira, 03 de janeiro

Não vejo a morena à horas e isso deixa-me ansioso, principalmente depois de receber uma carta registada do tribunal a informar-me de que a minha audiência foi adiada após a investigação ter sido prolongada por novas suspeitas.

Mathilde e Francesca foram para o dormitório, alegando que necessitavam de organizar tudo para o regresso à faculdade. Eu e Ricciardo ficamos relutantes, porque nos últimos dias estivemos tanto tempo juntos que agora parece que fica um vazio quando não estamos no mesmo ambiente.

Valentina e Thiago foram visitar o irmão mais velho dela, que se mudou de casa recentemente, com a namorada.

Abro o frigorífico em busca de algo para reforçar o estômago e distrair-me um pouco, enquanto o loiro procura alguma programação na televisão. Ricci recusou-se a ir ao nosso dormitório, alegando que isso só as deixaria incomodadas.

Eu duvido que a morena recusasse a minha presença, mas não quis argumentar com ele e acabei por me render à sua vontade.

- Será que este ano vai correr bem? - Ricci pergunta pensativo.

- Se elas ficarem conosco, provavelmente. - respondo, sentando-me ao seu lado.

- Não me parece que a Francesca fique comigo tanto tempo. - declara.

- Estou farto da vida que levávamos antes. Sinto que conquisto o triplo sendo só de uma. - noto.

- Sendo da Mathilde. - ele corrige. - Tu e ela estão bem?

- Sim, tu e a Francesca não? - questiono.

- Não estamos perfeitamente bem. Não sei o que fazer, sinceramente. Preciso de encontrar alguma estabilidade. - ele admite.

- Assumir um relacionamento sério é uma opção. - indago.

- Scott? - Ricci encara-me muito surpreendido.

- Que foi? - perguntei sem entender.

- Nunca pensei ouvir-te dizer tal coisa. - ele moveu a mão teatralmente e eu revirei os olhos.

- Não queres exclusividade? A única explicação para não assumires a Fran é gostares da atenção que recebes de miúdas como a Pâmela. - alfineto.

- Sabes muito bem que não a suporto. - aponta na minha direção. - E, sejamos sinceros, a Francesca é o triplo dela.

- Temos de nos ver livres de todos os entraves. - reflito. - O aniversário da Mathilde está próximo e é numa sexta-feira, estou a pensar em preparar uma surpresa, longe daqui. Talvez a leve a Paris.

- E o processo? - Ricciardo alerta.

- Vou a tribunal antes disso e eles não me podem obrigar a permanecer aqui. Não represento uma ameaça. - afirmo.

- Nós sabemos, Ian. Infelizmente, eles têm o poder para decidir o teu futuro por causa de uma falsa acusação. - o loiro passa a mão pelo rosto, afastando as mechas. - Mathilde está contigo, mas achas que ela vai aguentar a pressão de estar associada a um suspeito, sendo estudante de Direito?

- Ela não merece, eu sei. - suspiro frustrado. - Contudo, não posso afastar-me. Prefiro que ela me destrua, em vez de me odiar.

- Ela é incapaz disso. - pontua. - Vamos torcer para que o processo não tome outras proporções.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora