Capítulo 22| Ian

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'Malvada sem sentimento
Nosso lance é caso sério
De mistérios e momentos
E toda vez que ela me pede
Com carinho eu boto dentro
Morena do porte médio
Bunda grande, toda minha'

- Perdoa Por Tudo Vida, Veigh

Segunda-feira, 23 de outubro

- Isso é covardia. - a morena indaga, num fio de voz.

- Covardia é fechar-me as portas do paraíso durante todo este tempo. - respondo inclinando-me sobre si.

O meu membro roça a sua barriga e ela estende os braços, puxando-me para um beijo. Os meus lábios tocam cada canto da sua pele quente, fazendo-a suspirar. Mathilde tenta resistir ao prazer, mas, felizmente, não é bem sucedida.

Atingimos a intimidade que eu tanto ansiei. Estamos ambos nus, sem qualquer sinal de vergonha ou timidez, somente entregues às sensações que podemos causar um ao outro.

Sou paciente e contento-me somente em vê-la reagir às minhas carícias. Embora deseje ardentemente que ela me toque, não me atrevo a incutir-lhe tal ação.

- Eu sei que está bom mas não estamos sozinhos em casa. - aviso, embora cada som que ela emite seja uma bela melodia para os meus ouvidos.

- É a nossa vez de fazer barulho. - as suas íris escuras encontram as minhas. - Vamos garantir que ninguém chega atrasado às aulas, moreno.

- Então acorda o prédio todo. - sussurro.

Ela ajoelha-se na cama e empurra-me, fazendo-me sentar no colchão. Passa as pernas por cada lado do meu corpo, sem hesitar. Uno os nossos lábios novamente e ela geme quando o meu membro força a sua entrada. Aperto a sua cintura e ela sorri perversamente.

Mathilde repete os meus gestos, espalhando beijos pelo meu pescoço. Ela traça um caminho até o meu membro, percorrendo toda a extensão do meu peitoral e abdômen com beijos molhados. O brilho no seu olhar não deixa espaço para dúvidas. A morena gosta do que vê.

Fecho os olhos, deixando-a à vontade para fazer o que quisesse. Os seus dedos raspam ligeiramente no meu membro, despertando-o ainda mais, antes dela rodeá-lo com a mão e começar um vaivém lento. Suspiro, apreciando a delicadeza de cada movimento.

- Olhos abertos, amor. - diz autoritária e eu obedeço prontamente. - Bom proveito.

A sua língua quente finalmente toca a minha glande e eu arfo, perdido completamente na visão privilegiada que tenho. A saliva dela escorre pelo meu comprimento e ela brinca com a língua, prolongando o nosso tempo. Quando, finalmente, a morena recebe-me por inteiro na sua boca, permito-me relaxar.

- Tão gostosa e, o melhor de tudo, minha. - digo quase inaudivelmente.

Enquanto ela me chupa, perco a noção de tudo e sou transportado para um outro mundo, onde somente a junção dos nossos corpos importa. Não consigo controlar-me perto dela, principalmente num momento de maior intimidade. Reuni forças para a afastar assim que estava prestes a vir-me.

Mathilde volta à posição anterior, mas força o contacto entre as nossas intimidades, rebolando descaradamente contra mim. O meu aparelho telefónico começa a vibrar, sinalizando as seis e meia, hora que o meu despertador soa.

- Morena... - chamo-a, uma vez que ela simplesmente ignorou o alarme. - Não quero trazer-te consequências.

Ela não para, o que me faz rir. Seguro a sua cintura e rodo com ela na cama, ficando novamente por cima.

- Não vai ser agora. - pontuo. - Não temos pressa, certo?

- Certo... - suspira.

- Depois de estar dentro de ti, não saio tão cedo. - afirmo.

Ela cruza as pernas e morde o lábio inferior, denunciando que aprova as minhas palavras. Rio e roubo-lhe um selinho, saindo de cima dela. Mathilde rola na cama, ficando de barriga para baixo, e abraça a almofada. Visto-me, não tirando o meu olhar dela, e quando estou pronto para sair, aproximo-me da cama.

- Vamos, amor. Não podemos faltar. - insisto.

- Eu sei, mas, como deves imaginar, não é a tarefa mais fácil do mundo. - ela resmunga.

Acerto um tapa moderado no seu rabo, o que a desperta por completo. A morena levanta-se e enrola-se na própria roupa, caminhando pelo corredor até à casa de banho.

A porta do quarto da Francesca encontra-se aberta e a cama imaculadamente arrumada. Estranho aquela situação, mas decido ignorar. Aproveito para preparar o pequeno-almoço enquanto a morena toma um duche.

Deixo tudo pronto em cima da mesa e bato à porta da casa de banho. Ela permite a minha entrada e eu deparo-me com a morena enrolada num robe, com os ombros expostos, o cabelo perfeitamente ondulado cai-lhe como uma cascata, os fios negros brilhantes.

- Eu não demoro. - garante, enquanto aplica um creme no rosto.

- O pequeno almoço está pronto. - afirmo. - Estás deslumbrante.

- Obrigada. - sorri. - Também estás muito elegante.

Abraço-a e deposito um beijo na sua testa.

- Tenho de confessar que ainda estou atordoado. - sussurro. - Sinto-me um sortudo por teres confiado em mim e um viciado por desejar muito mais.

- Foi algo natural. - ela comenta. - Ambos sabemos que ia acabar por acontecer mais cedo ou mais tarde.

- Quero acumular memórias contigo, morena. Podes estar ao meu lado ou em cima de mim, eu não me incomodo com isso. - declaro. - Preciso disto mais frequentemente.

- Não estragues tudo. - a sua declaração soa mais como um pedido.

- Não vou, amor. - prometo.

Fomos para a cozinha e ela elogiou o meu empenho em preparar a nossa primeira refeição do dia.

- A Francesca está com o Ricci. - Mathilde confirma, enquanto verifica as suas notificações.

- Será que já se reconciliaram? - pergunto.

- Não me parece. - indaga.

Depois de comermos, eu arrumei a louça enquanto ela se foi vestir e mudar os lençóis da cama. A morena deixou as janelas abertas e reuniu todos os seus pertences.

Descemos para o estacionamento e entrámos no carro dela, já que o Ricciardo levou o meu. Não preciso de implorar para que ela me deixe conduzir, pois ela fá-lo de bom grado.

Pouso a minha mão na sua coxa nua firmemente e ela desliza a sua, cobrindo a minha. O caminho até à minha faculdade foi cheio de risadas. Quando chegamos, estacionei o carro à frente do edifício e saí, esperando que Mathilde se acomodasse no banco do motorista antes de entrar.

- Tem cuidado. - peço. - Vemos-nos depois do treino?

A morena sorri e acaricia a minha nuca. Enlaço a sua cintura, colando o seu corpo ao meu e beijo-a. Ela entra no carro e acena, antes de partir.

Eu apercebi-me de que, antes, o meu principal objetivo era levá-la para a minha cama e quem sabe manter uma ligação de amizade sexual, mas, agora, é muito mais do que isso. Ela preencheu todos os vazios da minha vida e encheu a minha mente de positividade. Em tão pouco tempo, a morena fez-me ser alguém melhor, com prioridades bem definidas. Isso era impensável depois do verão atribulado que eu tive.

Embora o meu desejo inicial tenha triplicado, principalmente depois do que fizemos logo ao despertar, as minhas intenções com ela mudaram imenso. Eu quero que ela seja a minha mulher, somente minha, e eu serei tudo o que ela quiser que eu seja.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora