Capítulo 9| Ian

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'Que bien te queda a ti esa faldita
Ella es señora, no es señorita
Sexy baila y me deja con las ganas
Cómo te luces cuando lo meneas
Cuanto quisiera hacerte el amor
Enséñame lo que sabes'

- Ginza, J. Balvin

Quinta-feira, 05 de outubro

Não há palavras que consigam expressar o meu arrependimento por me ter envolvido com a Alice. Não há dúvidas de que foi o meu pior erro.

Esperava enterrar o passado ao sair de casa dos meus pais e ingressar na universidade, mas aparentemente é impossível fazê-la esquecer-me de vez.

A minha maior preocupação neste momento é a morena. Alice seguiu-nos até ao parque, após ser informada da nossa proximidade.

Mathilde parece calma em relação a tudo, mas não sabe o que a loira é capaz de fazer. Diria, mesmo assim, que Ricciardo encontra-se numa situação ainda mais delicada. Por esse motivo, não podemos descartar a possibilidade das nossas ex-namoradas atacarem as nossas vizinhas, por puro ciúme.

Embora eu e a morena não tenhamos nada, sinto que devo protege-la das maluquices da Alice, uma vez que é por minha causa que a segurança dela está comprometida. Não quero que a Mathilde me odeie por algo tão fútil e nutrir uma boa relação com a vizinhança é fundamental.

- Confias em mim? - perguntei impulsivamente.

No fundo, necessitava do apoio dela, quase como preciso de oxigénio para sobreviver.

- Não sei se sou assim tão boa como atriz para assumir o papel de vítima indefesa, que precisa de ser protegida do mundo cruel. - um sorriso contido despertou. - Não te apegues às expectativas que podem resultar desta pequena interpretação.

Por alguns momentos, enquanto ponderava se Alice teria a audácia de vandalizar o carro ou o dormitório delas, convenci-me de que a morena era pura e inocente. Todavia, não me posso esquecer do curso que as nossas vizinhas frequentam e reconhecer a mulher forte à minha frente só me faz cair um pouco mais no abismo do seu encanto.

- Vamos atrasar-nos se não formos para a faculdade. - tento desviar o assunto. - Eu dou-te boleia.

- Eu tenho carro. - ela rebate.

- Não me sinto confortável em deixar-te andar sozinha, pelo menos por agora. - indago.

Mathilde suspirou e eu aproximei-me instintivamente, ficando a poucos centímetros de distância.

- Nós não nutrimos nenhum tipo de relação. Não posso simplesmente estar colada a ti vinte e quatro horas por dia. - declara.

- Eu estou a tentar consertar o meu erro. - admito. - A partir do momento em que estás envolvida nesta situação, tenho o dever de garantir a tua segurança.

- Enquanto isso, prejudicas a tua vida amorosa. - pontua. - E ninguém vai se aproximar de mim se eu andar acompanhada de um membro da equipa de basket.

- Foda-se. - sinto o sangue subir pelo meu corpo apenas com a sua menção.

- Não esperes exclusividade se não és exclusivo. - a sua provocação é o suficiente para eu perder o controlo das minhas ações.

- Não esperes que eu te deixe escapar. - segurei-a pela cintura, colando o seu corpo ao meu.

O calor que exalava da sua pele, juntamente com o perfume adocicado, quase derrubou a minha postura. Senti-a amolecer nos meus braços, como um sinal claro de que eu não apresento qualquer tipo de ameaça e ela se sente segura. A nossa proximidade ainda a afeta, mas ela já não procura se afastar de mim.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora