Capítulo 18| Ian

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'Oh, my God
Baby, baby, don't you see?
I got everything you need'

- Genius, LSD (Labrinth, Sia & Diplo)

Domingo, 22 de outubro

- Eu vou ganhar. - declarei, concentrando-me.

- Vai sonhando. - Ricci respondeu.

Estávamos a disputar videojogos, um com o outro, à quase três horas, já havíamos passado por jogos de luta, carros e acabamos no futebol. Eu queria consumar a minha quinta vitória e, assim, ultrapassar as suas vitórias acumuladas.

A minha vantagem já era larga e o jogo estava a chegar ao fim. Ricciardo ainda conseguiu marcar um golo no último minuto, mas mesmo assim a partida findou com a minha vitória, por três bolas.

Naturalmente, festejei o meu triunfo. A manhã de jogos terminou com algumas batidas na porta. Ricciardo apressou-se a atender e as nossas vizinhas entraram.

- Que surpresa boa! - exclamo, abraçando a morena.

- Suponho que estivesses concentrado em ganhar. - comenta. - Tentei ligar-te três vezes. O almoço está pronto.

- Desculpa, amor. - digo naturalmente.

Pela primeira vez reparo verdadeiramente nela e a sua beleza encanta-me. Noto alguma diferença no seu cabelo ondulado, que parece mais brilhante e definido. Também a sua pele adquiriu um tom mais bronzeado.

- Só precisas de abrir a boca quando tiveres a comida à tua frente. - ela sussurra maldosamente.

Não posso negar que ela está deliciosa.

- Espero estar neste momento a admirar a minha sobremesa. - não perco a oportunidade de a provocar.

- Vai sonhando! - respondeu, sorrindo.

Se as suas palavras forem tão impactantes como as do Ricciardo, que me mandou sonhar com a vitória, terei o que desejo. Posso, perfeitamente, ter o que desejo.

Mathilde aproximou-se da cozinha, onde Francesca já se atarefava, emprantado a comida que trouxeram.

- Olá casal! - entrei na cozinha.

- Desculpem pela interrupção, mas vocês têm um quarto para alguma coisa. - a morena diz, interrompendo o beijo deles.

- Que empata fodas, Da Cuñha! - Ricci exclama rindo.

- Vocês podem fazer o que quiserem, mas bem longe de mim, de preferência. - ela brincou.

- Podes ter a certeza. - a Fran confirmou e piscou-lhe o olho.

- Talvez tenham noção de que nós ouvimos tudo ontem. - sugiro e os dois encaram-me atónitos.

- Pensei, genuinamente, que não seria uma novidade. - Mathilde afirma e procura contacto físico comigo.

- Querem ajuda para descobrir o resto? - a loira ironiza.

- Não! - exclamamos em uníssono.

- Quando são vocês, ninguém reclama. - ela pontua.

- Vão reclamar de quê? Nós não fazemos nada. - Mathilde indaga.

- Não te preocupes, não vai demorar muito. - Francesca estreita os olhos em direção à prima com um sorriso provocador.

- Boa sorte cunhada! - Ricci deseja e, logo em seguida, tem um ataque de risos. - Perceberam? Da Cuñha, cunhada?

- Às vezes os neurónios deixam de funcionar, ignorem. - a loira afirmou fitando-o.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora