'E quando a gente cai na cama
O bagulho esquenta quente na frigideira
Quando eu bato o olho nela
Não paro de imaginar besteira
Sinceramente o problema é ela
Porque essa bunda é brincadeira
Quem ela pensa que é esfregando
Essa porra em mim a noite inteira'- Anos Luz, Matuê
Segunda-feira, 08 de janeiro
Depois do jantar, o ambiente no dormitório voltou a pesar, algo que nunca tinha acontecido. Sempre fomos muito naturais uns com os outros e nunca tínhamos tido dificuldades em conversar. Até as nossas piadas internas parecem ter perdido completamente a graça.
O silêncio só se dissipou completamente quando ouvimos leves batidas na porta. Thiago e Valentina tinham finalmente chegado para nos animar um pouco.
- Trouxemos novidades! - a ruiva não consegue esconder a sua empolgação.
- Sabem perfeitamente que ela não descansa até obter a informação toda que necessita para completar uma fofoca. - Thiago brinca, rindo da namorada.
- Temos, oficialmente, rivais. - anuncia. - Aquela mansão na esquina da rua noturna agora pertence a um grupo formado por Leonardo, Victor, Pâmela, Alice, John, Anna, Flo e Beatriz.
- Eles não se cansam de nos copiar? - questiono.
- Aparentemente não. - Thiago responde.
- Só nos resta fingir que eles não existem. Não podemos deixar que isto nos afete de alguma forma. - Mathilde pronuncia-se.
- Não tenho paciência para estes joguinhos. - Francesca indaga. - Eles querem separar-nos a todo o custo, mas vão provar do próprio veneno.
- Como assim? - Valentina parece levemente assustada.
- A Pâmela sabe como desestabilizar e parece escolher os momentos perfeitos para implementar o caos. Somos muito ingénuos por deixar isso acontecer. - a loira declara.
A nossa distância é evidente, então eu compreendo exatamente o que ela quer dizer. Pâmela está a tentar aproveitar-se dos nossos desentendimentos para se aproximar de mim e eu não vou deixar.
- Se querem travar uma guerra conosco, vamos partir de uma posição superior. - Mathilde indaga.
Todos assentimos em silêncio e o Ian puxou a Mathilde para a cozinha para conversarem melhor, enquanto preparavam algo para o lanche. Francesca pediu para eu acompanhá-la até ao quarto e eu não hesitei. Ela sentou-se na cama e eu fechei a porta, um pouco ansioso pela nossa conversa.
- Há algo que tu tens de saber. - suspira. - A minha família sabe que eu e a Math estamos convosco, embora desconheça os detalhes. Eles pediram-nos para vos levar na próxima vez que formos visitá-los.
Fico estático, a encará-la, absorvendo a informação. Não estava à espera de uma proposta destas. Conhecer a família da loira é um passo gigante na nossa relação.
- Diz alguma coisa, Ricci. - ela pede com um tom de voz baixo, como se estivesse insegura.
Uma lágrima solitária escorre pelo seu bonito rosto e eu aproximo-me imediatamente. Francesca não está bem e até nestas condições ela é completamente pura.
- Não chores, linda. - faço-a olhar para mim. - Não consigo ver-te assim.
- Está tudo bem. - ela afasta-se. - Peço desculpa por ter ponderado apresentar-te aos meus pais.
- Não, não está. Eu não disse que não queria conhecê-los, apenas fiquei surpreendido. - esclareço. - Não fujas de mim, Fran.
Alcanço-a perto da porta, onde ela fica imóvel. Abraço a sua cintura, descansando a cabeça no seu ombro. Ela suspira e seca as lágrimas.
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Não me deixes
RomanceEm diversas situações, a emoção sobrepõe-se à razão. O amor e o ódio estão separados por uma linha ténue. Inseguranças e dúvidas fazem parte da vida dos jovens adultos que se preparam para enfrentar os desafios do futuro. Haverá espaço para um roma...