Capítulo 8| Mathilde

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'I rob and I kill to keep him with me
I'll do anything for that boy
I'd give my last dime to hold him tonight
I'll do anything for that boy'

- Can't Remember to Forget You, Shakira feat. Rihanna

Quinta-feira, 05 de outubro

As últimas vinte e quatro horas foram atribuladas. Depois do passeio com os nossos vizinhos, eu e a Francesca tivemos dificuldade para adormecer, então ficamos até tarde a conversar. Isso fez com que eu acordasse em cima do horário da primeira aula.

Levantei-me apressadamente, uma vez que odeio atrasar-me. Tomei um banho rápido e enrolei-me na toalha, saindo da casa de banho à procura da minha prima. Deparei-me com Ian na sala.

- Bom dia. - ele abre um sorriso em minha direção e eu quase me desequilibro.

Tento esconder-me atrás da porta, mas ouço a voz de Ricciardo vindo do quarto da Francesca.

- Não te preocupes, morena. Não sou um tarado. - ele gargalha e vejo a sua sombra mover-se através da porta. - Estou de costas para a porta, podes passar tranquilamente.

- O que fazes aqui? - questiono.

- Calma, linda. Não sabia que não era bem-vindo. - ele finge-se ofendido.

- Eu não disse isso. - pontuo. - Estamos atrasados.

- A primeira aula nas universidades do extremo norte e este foi cancelada. - Ian afirma.

- Como assim? - interrogo, desconfiada.

- O diretor mandou um comunicado a informar que os alunos do intercâmbio chegam hoje. Este semestre a universidade vai receber mais de dois mil estrangeiros. - ele explica. - Durante o período da tarde, vão restringir o acesso às faculdades do extremo sul e oeste.

- Obrigada. - digo timidamente. - Vocês vieram por algum motivo específico?

- Vocês estudam no período da manhã, então são as únicas pessoas que nós conhecemos que estão livres. Os membros da equipa são todos preguiçosos, ainda não estão acordados. - pontua. - Trouxemos comida!

Olho para o balcão da cozinha e vejo várias caixinhas e alguns copos de café. Um sorriso se abre no meu rosto e Ian parece realmente aliviado.

- Perdão. Vocês são bem-vindos. Aliás, parece-me que o loiro foi muito bem recebido. - brinco, arrancando uma gargalhada do moreno.

- Ele está de bom-humor hoje. - comenta. - Não costuma estar tão feliz logo pela manhã.

- Efeito da Cuñha, meu caro. - afirmo. - A minha prima tem poderes.

- É de família, então. - declara.

Ouço a porta do quarto da minha prima ser aberta e corro para o meu quarto. Visto-me rapidamente e rezo em silêncio para que Ian tenha conseguido inventar uma desculpa. O meu coração erra os batimentos quando ouço a voz do moreno.

- Eles saíram. - ele diz calmamente, analisando-me. - Eu posso ir embora, se preferires.

Por algum motivo desconhecido, eu não nego instantaneamente, hesito antes de lhe dar uma resposta. Isso faz-me pensar, uma vez que eu sempre fui muito reservada e estar sozinha com um homem estava fora de questão.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora