Capítulo 49| Mathilde

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'Boy, lately you've been stingy with your time
Got me wondering, I'm wondering if I'm on your mind
Boy, I just wanna be in your possession
You say I'm the one you want, so come express it'

- Loveeeeeee Song, Rihanna & Future

Sábado, 27 de janeiro

A melhor coisa que eu podia ter feito em toda a minha vida seria aceitar o Ian Scott, com todos os seus defeitos e imperfeições. Não me arrependo de nada, embora esteja tão magoada que duvido ser capaz de superar o vazio que ele deixou.

Ian desapareceu há uma semana atrás e só hoje é que tivemos notícias dele. O treinador contactou-nos para saber se ele pretendia comparecer no torneio, uma vez que faltou aos treinos e às aulas.

Nós não soubemos responder, já que o moreno não atendia as nossas chamadas nem respondia às mensagens. Ricciardo ficou completamente apavorado, pensando em cenários horríveis, como sequestro ou até mesmo suicídio.

Porém, Ian apareceu hoje de manhã como se nada tivesse acontecido. A sua expressão era dura e ele nem se deu ao trabalho de explicar o desaparecimento. Apenas agiu como se tudo estivesse dentro da normalidade.

Isso irritou-me profundamente e fez com que os espinhos se pregassem ainda mais fundo no meu peito.

O meu coração foi destroçado pelo homem a quem me dediquei nos últimos meses. Pior, não podia dizer que nunca me avisaram que isso viria a acontecer. Quis ignorar, acreditando que Ian não era tão insensível e arrogante como diziam. E não estava enganada.

Tudo o que vivemos não foi puro fingimento da parte dele. Contudo, algo ativou um gatilho adormecido há muito tempo e ele não resistiu. Afastou-se de toda a gente e admira-me que não tenha entregue a braçadeira de capitão.

Ele assumiu a liderança da equipa e destruiu os adversários, um por um. Foi doloroso vê-lo triunfar e não poder abraçá-lo, principalmente porque não lhe faltava atenção por parte do género feminino.

Eu sabia que Ian estava ciente da minha presença e esperei que me procurasse com o olhar. Não aconteceu.

Ingénua. Estúpida. Vai embora.

O meu subconsciente maltratava-me desde aquele dia de manhã, quando acordei sem a sua presença.

- Idiota! - Valentina sussurrou irritada. - Custava-lhe muito substituir aquela expressão apática por um sorriso para ti? Tenho a certeza que quando te vir, vai esboçar uma reação.

- Ele tem de se concentrar, Tina. - comento, com falso humor. - De qualquer das formas, duvido que ele queira sorrir para mim.

21 de janeiro

10:04

Eu: Bom dia, amor. Onde estás?

12:16

Eu: Vens almoçar?

13:27

Eu: Estou preocupada, Ian. Onde te meteste?

15:09

Eu: O Ricciardo tentou ligar-te e não atendeste.
Eu: Nós não nos importamos de te dar espaço, se é disso que necessitas.
Eu: Por favor, diz-me só se estás bem.

23 de janeiro

09:39

Eu: Quase 48 horas depois, ainda não tenho notícias tuas.
Eu: Não te vou mentir, estou angustiada.
Eu: Recebes as minhas mensagens, então tens de estar comunicável.

Não me deixesOnde histórias criam vida. Descubra agora