Capítulo 16 :

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Carla: Eu ficarei aqui, mas não vou dormir com você — anunciou ela subitamente. Arthur maneou a cabeça e sorriu:

Arthur: Não se gabe. Eu disse que ficaríamos na minha suíte, não na minha cama. Por acaso, há mais três quartos aqui, além do seu. Suas coisas foram desempacotadas em um deles.

Carla: Oh. — Ela franziu a testa e o rubor do rosto clareou um pouquinho.

Arthur: Desapontada? — Perguntou Arthur, sentindo alguma emoção quente e impulsiva percorre-lo.

Carla: Por favor — replicou ela sem demora — Você não é exatamente irresistível, Arthur.

Ele arqueou as sobrancelhas, mas, uma vez que não acreditava nela realmente, não persistiu no assunto.

Carla: Na verdade, estou grata por estar fora daquele buraco no fundo do navio —acrescentou ela, olhando ao redor da suíte, antes de voltar a encara-lo — E se ficar aqui é o preço que tenho de pagar por sua atenção, então eu pagarei. — Uma sobrancelha de Arthur se arqueou.

Arthur: Quanta coragem de sua parte aguentar condições tão horríveis como esta.

Carla: Ouça —começou ela, — Se você não se importa, foi um longo dia. Então, que tal se me dissesse onde é meu quarto, de modo que eu possa tomar um banho. Depois conversaremos.

Arthur: Tudo bem, por ali — Arthur virou-se, apontou e disse — No fim daquele corredor, primeira porta a esquerda.

Carla: Obrigada.

Arthur: Meu quarto é no fim do corredor, a direita. — ela parou, olhou para trás e disse.

Carla: Eu me lembrarei.

Arthur: Faça isso — sussurrou ele enquanto ela saía da sala, os ombros eretos, o queixo erguido, os passos longos e lentos, como se estivesse marchando para a morte.

O olhar de Arthur baixou para acurva do traseiro dela, e alguma coisa em seu interior ganhou vida. Alguma coisa que não sentia desde a última vez que viu Carla. Algo que acreditava ter superado há muito tempo.

Ele ainda a desejava.

Girando, Arthur atravessou a sala e dirigiu-se para as janelas que mostrava uma vista inspiradora do mar. Mirando o horizonte, lutou para controlar a onda de desejo crescendo em seu interior.

Carla Diaz! Ela o virava do avesso mais de um ano atrás. Desde então, Arthur vinha sendo perseguido por memorias do tempo dos dois juntos, até que não tivesse mais certeza se suas lembranças eram reais ou apenas imagens oferecidas por uma mente que parecia incapaz de libertar da mulher que tinha mentido para ele. E Arthur não era um homem que esquecia uma coisa como esta. Agora ela estava de volta. Ali, presa no seu navio no meio do oceano, sem possibilidade de escapar dele.

Sim, eles precisavam conversar sobre muitas coisas e se aqueles bebês fossem realmente seus filhos, então haviam muitas decisões a serem tomadas. Mas enquanto enfiava ambas as mãos no bolso da calça e sorria levemente para a luz do sol brilhando no vasto oceano, disse a si mesmo que haveria tempo suficiente para que a tivesse de novo.

Para senti-la sob seu peso. Para reivindicar lhe o corpo mais uma vez. Para leva-la a loucura. Então, quando estivesse satisfeito o bastante para tira-la da cabeça, ele a libertaria, e Carla estaria fora da sua vida para sempre. Arthur nem mesmo permitiria que ela fosse uma memória desta vez.

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