Capítulo 38 :

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Carla: Você não deveria estar no seu quarto com a Srta. "Pronta e Disposta"? — Ela perguntou docemente, enquanto passava por ele, com roupas na curva do seu braço. Arthur balançou a cabeça.

Arthur: Ela está se vestindo e indo embora — respondeu ele, agarrando o braço dela novamente e virando-a para que ela o encarasse.

Que Deus a ajudasse, mas seu corpo ainda reagia aquelas mãos poderosas. Apesar de tudo, ela sentiu o calor, a paixão ardendo em seu interior e se misturando com uma grande fúria, e teve certeza que aquilo não era uma coisa boa. Tinha que sair de lá. Mas Arthur apenas aumentou a pressão do aperto em seu braço.

Arthur: Eu não a convidei. Ela subornou uma camareira.

Carla: Você está me machucando — não era verdade, mas a declaração foi o bastante para que ele a liberasse.

Arthur: Carla...

Carla: É de se admirar que a mulher tenha precisado subornar alguém. Tenho certeza que as camareiras estão acostumadas a deixar mulheres nuas entrarem em sua suíte, a qual funciona como uma porta vai e vem, não é?

Arthur: Ninguém entra na minha suíte, a menos que eu aprove, o que não fiz neste caso — contradisse Arthur rapidamente — E para o bem da camareira, espero que tenha sido um bom suborno, porque isso lhe custou o emprego.

Carla: Oh, que justo — zombou ela, fechando o zíper da mala — Despedir uma empregada porque você é o homem mais ardente do planeta?

Arthur: Perdão? — Carla endireitou o corpo, cruzou os braços contra o peito e bateu um dos pés no chão enquanto o olhava.

Carla: Todos neste navio sabem o jogador que você é, Arthur. Provavelmente não foi uma grande surpresa para a criada o fato de que uma mulher quisesse entrar na sua suíte, e, por tudo que ela sabia, você queria a loira aqui. — Ele a encarou de volta.

Arthur: Minha vida é meu trabalho.

Carla: Tem razão — Ela pegou a mala e escorregou-a para o chão. Não se importava com o fato de ter esquecido alguma coisa. Precisava fugir de Arthur, daquele navio, e voltar para o mundo que fazia sentido. O mundo onde era querida. Útil.

Arthur: E eu não lhe devo explicação por nada — apontou ele desnecessariamente.

Carla: Não, você não deve. Assim como não deve demitir uma empregada porque ela presumiu que estava acontecendo o usual por aqui — Ela maneou a cabeça, estudou-o de cima em baixo, então fixou os olhos no dele. — Mas faça o que quiser, Arthur. Você sempre fez. Culpe a criada. Alguém que trabalha duro para sobreviver. Despeça-a e sinta-se melhor por isso. Apenas não espere que eu fique por perto para assistir.

Arthur: Eu não vou deixa-la ir embora, Carla — ele se aproximou e ela sentiu o calor emanando do corpo másculo e envolvendo-a — Quero saber sobre meus filhos. Quero conversar sobre o que faremos agora.

Apertando a mão ao redor da alça da mala, Carla jogou os cabelos para trás dos ombros e falou suavemente:

Carla: O que vamos fazer agora é voltar para nossas vidas. Contate seu advogado, estabeleça uma pensão alimentícia. Eu lhe mandarei fotos dos meninos, informações do que está acontecendo com eles.

Arthur: Isso não é o bastante — murmurou Arthur, a voz baixa e profunda.

Carla: Terá que ser, porque é isso tudo que eu posso lhe dar — Ela passou por ele, dirigiu-se para a sala de estar e pegou a bolsa que tinha deixado sobre o sofá. Mas parou à porta e parou para olha-lo uma última vez.

Raios da luz do sol se infiltravam pelas janelas, lançando um brilho sobre os cabelos de Arthur. Os olhos estavam sombreados e preenchidos com emoções que ela não podia ler, e o corpo alto e másculo estava tenso com uma fúria que era quase tangível.

Tudo em Carla doía por ele. Mas ela teria que aprender a viver com o desapontamento.

Carla: Adeus, Arthur.

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