Capítulo 18 :

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Arthur: Aqui estamos — disse ele, ajudando-a se sentar na mesa que reservou — Carla vamos jantar e começar a ter aquela conversa que você quer. — Ela acomodou-se e o observou sentar ao seu lado.

Carla: Tudo bem Arthur. Mas antes, deixe-me lhe perguntar uma coisa.

Arthur: O quê?

Carla: Todas as pessoas com quem você falou enquanto entravamos no restaurante... todas as mulheres com quem flertou — ela o olhou e maneou a cabeça — Você não mudou nem um pouco, mudou?

As feições de Arthur se tornaram tensas enquanto ele a fitava, e na luz tremulante de uma única vela no centro da mesa, os olhos dele pareciam um pouco perigosos.

Arthur: Oh, eu mudei bastante — murmurou ele suavemente, e o tom de voz gelou a pele de Carla — Hoje em dia eu sou muito mais cuidadoso com quem passo meu tempo. Não acredito mais na palavra de uma mulher quando ela diz quem é. Agora, eu mando investiga-la. Não quero me deparar com outra mentirosa, afinal de contas.

Carla se sentiu enrubescer, e ficou grata pela iluminação fraca do restaurante. Unindo as mãos sobre o colo, olhou para a toalha de linho branca cobrindo a mesa e disse:

Carla: Certo, eu vou repetir mais uma vez. Eu não planejei mentir na época.

Arthur: Então simplesmente aconteceu?

Carla: Bem — murmurou ela com relutância erguendo o olhar pra ele — Sim.

Arthur: Certo — ele assentiu, deu um sorriso forçado e acrescentou — Você não conseguiu encontrar um jeito de falar que trabalhava pra mim, então me deixou pensando que era uma passageira.

Carla tinha se deixado envolver pela noite enluarada, e o homem mais maravilhoso que conheceu na vida.

Carla: Eu nunca disse que era passageira. Você presumiu isso.

Arthur: E você não fez nada para me corrigir.

Verdade. Tudo verdade. Se ela tivesse dito a verdade, então a semana dos dois juntos nunca teria acontecido. Carla jamais teria descoberto como era estar nos braços dele. Nunca teria engravidado. E nunca teria dado a luz dois garotinhos sem os quais não poderia se imaginar vivendo. Por causa de seus filhos, era difícil se sentir culpada pelo que havia feito.

Carla: Arthur, não vamos remoer o passado tudo bem? Eu pedi desculpas na época. Não posso mudar nada. E sabe, você também não agiu exatamente como príncipe encantado na ocasião?

Arthur: Está me culpando?

Carla: Você nem mesmo falou comigo — Ela o relembrou — Descobriu a verdade e fechou as portas pra mim tão rapidamente que fiquei surpresa por você não ter me obrigado a pular do navio e nadar para casa.

Arthur: O que você esperava que eu fizesse? — Arthur se mexeu desconfortavelmente, parecendo lutar contra a vontade de gritar.

Carla: Tudo o que eu queria era me explicar.

Arthur: Não havia nada que pudesse ser dito.

Carla: Bem —murmurou suavemente — Nunca saberemos disso com certeza, verdade? — Então ela suspirou e acrescentou — Nós não estamos resolvendo nada aqui, vamos deixar o passado para trás. O que aconteceu, aconteceu. Precisamos conversar sobre o presente.

Arthur: Certo — ele sinalizou para o garçom, então a olhou novamente — Conte-me sobre seus filhos.

Carla: Seus filhos também — corrigiu ela, erguendo o queixo, como se estivesse pronta para lutar.

Arthur: Isso ainda precisa ser provado para mim.

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