Capítulo 33 :

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Mara: Espere, preciso trocar os meninos. Davi acabou, agora é a vez de Daniel.

Carla esperou e ouviu sua mãe falando com os meninos, obviamente deitando Davi e pegando Daniel, um vez que o choro infantil era agora mais alto e mais exigente. Ela sorriu quando o choro parou abruptamente, e soube que ele estava ocupado com a mamadeira.

Mara: Pronto, estou de volta — anunciou ela um momento depois — Agora, conte-me o que aconteceu entre você e Arthur.

Carla: O que você quer dizer?

Mara: Sabe exatamente o que eu quero dizer, e o fato de estar evitando a pergunta me diz o que aconteceu — disse sua mãe — Você dormiu de novo com ele não dormiu? — Carla inclinou-se contra a cabeceira olhando para o teto. — Carla...

Carla: Não dormimos muito, mas sim.

Mara: Droga, Carla...— Sua mãe era sua melhor amiga, não escondia nada uma da outra. Sempre foi assim!

Carla: Eu já sei que foi um erro, então se você não se importa...

Mara: Um erro? Esquecer de comprar pão no mercado é um erro. Dormir com um homem que já a dispensou uma vez é um desastre.

Carla: Bem, muito obrigada — disse secamente — isso faz com que eu me sinta imensamente melhor mãe. — Mara suspirou, depois sussurrou:

Mara: Está tudo bem Dan, eu não estou gritando com você. Estou gritando com a sua mamãe — então acrescentou com a voz um pouco mais alta — Certo, desculpe por gritar. Mas querida, você sabe que nada de bom pode resultar disso.

Carla: Eu sei — ela não acordou numa cama vazia, sem sinal do amante carinhoso com quem passou a noite? Arthur não poderia ter sido mais claro para informa-la do quão pouco ela significava — Deus, eu sei.

Mara: Venha para casa, meu amor.

Carla: Eu irei. Logo.

Mara: Agora.

Carla: Não — disse, maneando a cabeça, enquanto colocava as pernas para fora da cama e sentava ereta — Preciso falar com ele.

Mara: Vocês já não conversaram tudo que há para conversar?

Provavelmente, pensou Carla. Afinal de contas, não ia contar que o amava. E não era só esta informação que faltava a Arthur? Ela não fez que tinha ido fazer lá? Não completou sua missão, e mais?

Carla: Mãe.... — Sua mãe suspirou, e Carla quase podia vê-la fazendo uma careta.

Mara: Eu apenas não quero que seja destruída novamente, querida. Ele não é o homem certo para você, Carlinha, e no fundo, você sabe disso. Está somente pedindo para ser rejeitada mais uma vez. — O fato de sua mãe estar certa não mudava nada.

Carla sabia que não podia ir embora até que visse Arthur mais uma vez. Descobrisse o que a noite anterior significava para ele. Necessitava provar para si mesma, de um jeito ou de outro, que não tinha futuro para eles. Somente assim seria capaz de se libertar e criar uma vida para si mesma e para seus filhos.

Carla: Se eu me machucar novamente, irei me recuperar — disse ela com firmeza, então continuou — Aprecio sua preocupação comigo, mãe, mas tenho que passar por isso. Portanto, eu lhe ligo quando estiver voltando para casa. Tem certeza de que pode cuidar dos meninos por mais alguns dias? — Houve um longo momento de silencio antes que sua mãe dissesse:

Mara: Sim. Nós estamos bem.

Carla: E quanto ao trabalho? — Sua mãe era escritora de livros. Trabalhava em casa, o que era um bônus para ocasiões como aquela, quando Carla precisava de uma babá com rapidez. Como agora.

Mara: Eu escrevo enquanto os bebês tiram suas sonecas. Estou me virando. Não se preocupe com isso.

Carla: Certo. Obrigada mãe.

Mara: Carlinha? Tome cuidado, tudo bem?

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