Capítulo 22 :

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Carla: Eu não acredito. Você não é tão superficial quanto finge ser, Arthur. Recordo-me de coisas demais para acreditar nisso.

Arthur: Então sua memória está errada, não procure por algo que não existe Carla. —disse ele baixinho, para o caso de o motorista não escutar — Eu não sou o garoto rico e solitário procurando por amor — Arthur inclinou-se contra ela, ainda sustentando seu olhar, e acrescentou — Estou fazendo este exame de DNA para meu próprio bem. Se aqueles bebês são meus, então eu preciso saber. Mas não sou o tipo de homem que quer morar com a família numa casa com cerca branca. Portanto não construa castelos no ar. Você vai cair no asfalto quando eles desmoronarem.

CARLA

Carla sentiu um calafrio ao mirar aqueles olhos gelados. Durante a noite inteira, tinha ficado deitada na cama, imaginando se fez a coisa certa procurando Arthur. Contando-lhe sobre os filhos. Agora se deparava com uma possibilidade muito real de ter cometido um erro.

Uma vez que ele estivesse convencido de que os filhos eram seus, o que faria? Realmente ficaria satisfeito em assinar um cheque para pensão alimentícia todos os meses? Ou exigiria tempo com os filhos? E se assim fosse, como ela o encaixaria na vida deles?

Visualizar Arthur passando tempo em sua minúscula casa no Rio de Janeiro era quase impossível. O estilo de vida dele era tão diferente do seu que eles poderiam ter vindo de planetas distintos.

Carla: Arthur, sei que há uma parte sua que pensa que estou mentindo sobre isso tudo. Mas não estou — ela parou, observando a reação dele, e não vendo nada que a fizesse se sentir melhor, continuou — Então, antes que você faça o exame de DNA, quero que me prometa uma coisa. — Ele riu brevemente, mas não havia um único brilho de humor nos olhos.

Arthur: Por que eu faria isso?

Por nenhuma razão que eu possa pensar, mas ainda estou pedindo.

Arthur: O que? — Perguntou ele, sentando-se ereto, descansando uma das mãos no joelho — Que promessa é esta?

Mais uma vez ela tentou estudar a expressão, mas o semblante dele estava completamente fechado para ela. Mas Arthur estava ouvindo, e isso já era alguma coisa.

Carla: Eu quero que me prometa que, independentemente do que aconteça, você não vai descontar o que sente por mim em nossos filhos.

Ele inclinou a cabeça para um lado, estudou-a por um longo momento, então, enquanto ela prendia a respiração e esperava por uma resposta, Arthur finalmente assentiu.

Arthur: Tudo bem. Eu lhe dou a minha palavra. O que existe entre você e eu não vai afetar como eu trato seus filhos.

Carla: Obrigada. — Carla deu-lhe um pequeno sorriso.

Arthur: Mas se eles forem meus filhos — acrescentou ele — Você e eu teremos muito o que conversar.

Tentando controlar aquele tão conhecido tremor que a simples presença de Arthur a fazia sentir, Carla virou-se e comtemplou a vista pela janela.

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