Capítulo 20 :

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Arthur: Será isso verdade? E como você sabe?

Carla: Bem...— Ele inclinou a cabeça quando ela permaneceu em silencio.

Arthur: Exatamente. Você não me conhece melhor do que eu a conheço.

Carla: Está enganado. Eu sei que você não é o tipo de homem que se prende num único lugar. Naquela semana que nós passamos juntos, você me disse que não tinha planos de se casar e se acomodar um dia.

Arthur: Quem falou alguma coisa sobre casamento?

Carla respirou fundo e disse a si mesma para ir com calma. Estava andando num campo minado ali.

Carla: Eu não quis dizer...

Arthur: Esqueça isso.

Outro garçom apareceu, desta vez levando o jantar que Arthur claramente pediu mais cedo. Surpresa, Carla olhou para o peito de frango e fettucine ao molho de cogumelo, antes de erguer um olhar interrogativo para ele.

Arthur: Lembrei que você gostava desse prato — murmurou ele com um dar de ombros.

Carla: Bacana! — O que deveria fazer com aquilo? Perguntou-se. Ele fingia não se importar com ela, todavia, depois de um ano lembrava quais eram seus pratos favoritos? Por que? Por que Arthur se recordaria de um detalhe tão pequeno?

Arthur: Então me responda uma coisa. Quando você descobriu que estava gravida, por que levou a gravidez em frente? — Depois que o garçom saiu, Arthur recomeçou a falar.

Carla: Perdão? — Ele deu de ombros.

Arthur: Você estava sozinha. Muitas mulheres nesta posição não teriam feito o mesmo. Dado a luz, decidido criar os bebês por conta própria.

Carla: Eles eram meus — declarou ela, como se isso explicasse tudo. Nem por um segundo tinha considerado interromper a gravidez. Tentou falar com Arthur, é claro, mas quando não conseguiu, havia começado a construir uma vida para si mesma e para seus filhos.

Arthur: Sem arrependimentos?

Carla: Somente o de ter entrado neste navio — sussurrou ela.

Arthur: Eu ouvi isso. — ele sorriu.

Carla: Falei para você ouvir — ela deu uma garfada antes de dizer — Arthur, meus filhos são as coisas mais importantes do mundo para mim. Farei qualquer coisa que for necessário para me certificar de que eles estão seguros.

Arthur: Bom pra você.

Ela deu uma garfada na refeição e, embora pudesse dizer que o prato era cozinhado a perfeição, o molho delicado e o frango tinham gosto de areia em sua boca.

Arthur: Eu vou querer um exame de DNA.

Carla: É claro — disse ela — O exame de sangue dos meninos já foi feito num laboratório local. Você pode enviar sua amostra para eles e solicitar o exame de comparação.

Arthur: Eu cuidarei disso amanhã.

Carla: O que? — Ela maneou a cabeça, olhou e perguntou — Você não pode esperar até que estejamos no Rio de Janeiro?

Arthur: Não, eu não vou esperar. Quero resolver essa questão o mais rápido possível —ele continuou a comer, como se o que eles estivessem discutindo não o afetasse nenhum pouco — Atracamos em Salvador pela manhã. Você e eu descemos em terra firme, encontramos um laboratório e pedimos que eles enviem os resultados dos exames para o laboratório no RJ.

Carla: Nós vamos fazer isso?

Ela não havia planejado passar muito tempo com Arthur, afinal de contas. Apenas subiu a bordo para lhe contar sobre os gêmeos, e, francamente, pensava que ele não ia querer mais nada com ela depois disso. Contudo, ele a mandou para sua suíte, e agora estava propondo que passasse ainda mais tempo juntos.

Arthur: Até que este assunto seja resolvido a minha satisfação — murmurou Arthur suavemente — Eu não permitirei que você saia da minha vista. Não iremos nos separar nem por um minuto. Portanto, é melhor você começar a se acostumar com isso.

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