Era uma casa. Do estilo, casa de novela de época, parecia distintamente deslocada no bairro, mas era a casa mais maravilhosa que Carla já tinha visto. Era enorme e ela podia apostar que cinco de sua casa caberiam confortavelmente lá dentro. Apesar do tamanho, parecia uma casa de família. Havia um grande gramado na frente, e quando ela saiu do carro na garagem, ouviu o som do oceano e soube que a grande casa devia estar muito perto da praia.Carla: O que está acontecendo aqui? — perguntou-se em voz alta. Mas então o grito curto e afiado de Daniel lhe chamou a atenção, e Carla virou-se para tirar os filhos de suas cadeirinhas.
Arthur: Carla!
Ela olhou para cima e observou Arthur correndo ao longo do gramado na sua direção. Ele parecia empolgado, os olhos claros brilhando, os lábios curvados num sorriso amplo, a covinha profunda na face esquerda. Naturalmente, ela sentiu uma onda involuntária de emoção ao vê-lo, e imaginou se seria sempre desta maneira.
Arthur: Deixe-me ajuda-la com os meninos — disse ele, após dar nela um beijo rápido e inesperado que a deixou meio zonza.
Carla: Hum, claro — ela observou quando ele rodeou o carro, abriu a porta de trás e começou a desfivelar o cinto de segurança da cadeirinha de Davi — Arthur, o que está acontecendo? Onde estamos? De quem é esta casa? — Ele lhe deu outro sorriso de tirar o folego e pegou Davi nos braços.
Arthur: Eu lhe contarei tudo assim que entrarmos.
Carla: Entrarmos? —terminando de soltar Daniel, ela o pegou, aninhou-o junto ao peito e fechou a porta do carro.
Arthur: Sim — replicou Arthur — Entrarmos. Vá na frente. Eu vou pegar a sacola dos bebês e sua bolsa.
Carla deu um passo, parou e olhou-o. Uma sombra proporcionada pelo enorme carvalho no jardim o envolvia. Ele vestia uma camiseta preta justa e aquele jeans desbotado que estava usando na noite anterior quando eles... Certo não pense nisso, avisou a si mesma.
Carla: Eu não posso simplesmente entrar. Não sei quem mora aqui e...
Arthur: Tudo bem — disse ele, rodeando o capô do carro, a bolsa dela debaixo de um braço, a sacola dos bebês pendurada sobre este ombro, enquanto ele balançava Davi no outro — Entraremos juntos. Todos nós. É melhor, de qualquer forma.
Carla: Do que você está falando?
Arthur: Você verá — Arthur começou a andar para a casa, e ela teve pouca escolha senão segui-lo.
O caminho da garagem até a porta da frente era alinhada com flores-de-cardeal de cores brilhantes. Mais canteiros seguiam a linha da casa, com diferentes tipos de flores, preenchendo o ar com um perfume delicioso.
Carla continuou esperando que o dono da casa aparecesse na porta da frente para lhe dar as boas-vindas, mas isso não aconteceu. E no momento que ela atravessou a soleira, entendeu por quê. A casa estava vazia. Os passos deles ecoavam nos cômodos imensos enquanto Arthur a conduzia através da sala de estar, passava por uma larga escadaria, entrava num hall, e então chegava a cozinha.
Carla virava a cabeça de um lado para o outro, observando tudo. A pessoa que projetou aquela casa, sabia o que estava fazendo. As paredes eram de um rico tom de creme, e madeira escura emoldurava portas e janelas. O piso era de madeira clara, totalmente polido e brilhante. Cada cômodo parecia gritar pela presença de uma família.
Aquela casa era feita para o som de risadas de crianças. Enquanto Carla seguia Arthur de cômodo em cômodo, experimentou uma sensação de tranquilidade na casa. Como se a construção em si estivesse respirando fundo e deleitando-se ao sentir pessoas dentro de suas paredes novamente.
Carla: Arthur... — A cozinha era incrível, mas ela mal teve tempo de olhar direito quando ele a conduziu diretamente pela porta dos fundos.
Arthur: Venha, eu quero que você veja isto — disse ele, dando um passo atrás, de modo que ela pudesse se mover para dentro do pátio de pedra na frente de Arthur.
Uma brisa fria do oceano bateu em seu rosto, e Carla percebeu que estava certa... a casa era erguida sobre uma colina acima do mar. O pátio de pedra abria caminho para um gramado inclinado, cercado por arvores e flores, parecendo um jardim de chalé da Inglaterra. Além do gramado, havia uma cerca baixa com um portão que levava a degraus que conduziriam as pessoas de sorte que morassem ali diretamente para a praia.
Segurando Daniel junto ao peito, Carla virou-se lentamente, absorvendo tudo, sentindo-se estupefata com a beleza do lugar, até que se virou, mais uma vez para olhar o mar, brilhando com a luz dourada do sol. Maneando a cabeça, ela olhou para Arthur.
Carla: Eu não entendo, Arthur. O que está acontecendo? Por que nós estamos aqui?
Arthur: Você gosta? — perguntou ele, enquanto colocava a bolsa de Carla e a sacola dos bebês no chão do pátio — Da casa, quero dizer — acrescentou posicionando Davi um pouco mais alto em seu peito — Você gosta?
Carla: O que há para não gostar? — Ela riu, a incerteza mexendo com seus nervos.
Arthur: Ótimo. Isso é excelente — murmurou ele indo para o lado dela — Por que eu comprei a casa.
Carla: Você...o que?
Arthur quase riu da expressão atônita do rosto dela. Deus, isso tinha valido todos os telefonemas secretos para corretores que ele vinha dando. Valido levantar-se e deixa-la sozinha naquela manhã, para que pudesse finalizar a negociação com os antigos donos da casa.
Aquilo ia dar certo.
Tinha de dar.
Carla: Por que você faria isso?
Arthur: Por nós — respondeu Arthur, e viu o choque nas feições dela por um segundo.
Carla: Nós?
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Dois Corações 💕
FanficSinopse: Arthur Picoli. Montou um projeto "Malhando a bordo" Que deu muito certo, hoje ele é Bilionário. Muito ocupado, muito importante para responder aos seus e-mails. Ele até mesmo se lembraria dela? Olharia o nome do endereço de e-mail se pergu...