Capítulo 50 :

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Bônus +

Arthur tinha partido quando ela acordou. Não realmente partido. Sua sacola de lona estava ainda num canto da sala, portanto, ele não voltou ao navio. Mas não estava em nenhum lugar da casa.

Aquilo não deveria tê-la surpreendido. Afinal de contas, Arthur também a evitou na manhã depois da noite deles juntos no navio. Todavia, de alguma maneira, Carla foi preenchida por uma sensação de desapontamento, enquanto questionava se ele estava deliberadamente se distanciando. Para facilitar a partida inevitável.

Com lagrimas acumuladas nos olhos, Carla entrou em sua rotina normal de cuidar dos meninos, e tentou não se lembrar da sensação maravilhosa de ter Arthur ao seu lado, compartilhando tudo aquilo com ela.

Uma vez que os gêmeos estavam alimentados e vestidos, ela decidiu que também sairia de casa. De jeito nenhum iria ficar lá sentada, esperando pelo retorno de Arthur, para que ele partisse seu coração com a notícia de que estava indo embora. Carla tinha sua própria vida, e estava determinada a vive-la.

Prendendo os meninos em suas cadeirinhas de carro, pegou a sacola já preparada dos bebês e sua bolsa, então deu partida no seu carro.

Carla: Não se preocupem garotos — disse ela, olhando pelo espelho retrovisor que havia posicionado na frente das cadeirinhas, de modo que pudesse ver o rosto deles —Nós ficaremos bem. Papai precisa ir embora, mas a mamãe está aqui. E eu nunca deixarei vocês.

Aquelas lagrimas irritantes queimaram seus olhos mais uma vez, e ela piscou freneticamente para reprimi-las. Não ia chorar. Teve uma noite incrível com o homem que amava, e não ia se arrepender disso. Independentemente do que acontecesse.

Quando seu celular tocou, ela presumiu que fosse sua mãe, até que olhou no pequeno visor e não reconheceu o número.

Carla: Alô?

Xxx: Carla?

Carla: Arthur? — disse ela, e tentou não suspirar ao som da voz profunda e rouca sussurrando em seu ouvido.

Arthur: Você está em casa?

Carla: Na verdade — começou ela, erguendo o queixo como se pudesse ajuda-la manter a voz leve e despreocupada — Estou no carro. Vou levar os meninos ao Shopping e....

Arthur: Perfeito — murmurou ele rapidamente — Tem uma caneta?

Carla: Sim, tenho uma caneta, mas o que é isto...

Arthur: Anote um endereço.

Carla: Bacana.. — As sobrancelhas dela se arquearam com a ordem. Mas ela pegou sua bolsa, e tirou uma caneta e um bloquinho que sempre carregava.

No banco de trás, Daniel estava começando a se agitar, e logo ela sabia, Davi se juntaria ao irmão.

Carla: Arthú — perguntou ela, com a caneta posicionada — De que se trata isto?

Arthur: Apenas... Eu quero lhe mostrar uma coisa, e preciso que você e os garotos venham aqui.

Carla: Aqui onde?

Arthur: Aqui em Ipanema. — Ela quase gemeu.

Carla: Ipanema?

Arthur: Carla, faça isso por mim tudo bem? — Arthur parou e então acrescentou — Por favor.

Aquilo a surpreendeu. Ela não se recordava de Arthur alguma vez pedindo por favor antes. Então enquanto ele lhe dava o endereço, ela anotou tudo. No momento que Arthur terminou, Carla franziu o cenho e disse:

Carla: Tudo bem, nós iremos. Devo estar aí em aproximadamente meia hora.

Arthur: Eu estarei esperando. — Ele desligou antes que ela pudesse fazer mais perguntas, e Carla olhou intrigada para o telefone antes de colocá-lo no banco ao seu lado.

Carla: Bom meninos, estamos saindo para encontrar o papai — ela falou para seus filhos — Mas conhecendo o pai de vocês, pode ser qualquer coisa.

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