Capítulo 28 :

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Arthur: Teresa... — ele não queria falar sobre aquilo, e não se importava com o que sua assistente pensava sobre a Carla. Mas conhecendo Teresa, não havia meios de detê-la. Um instante depois ele provou que estava certo.

Teresa: Eu ainda estou falando. E se você vai me despedir por falar demais, então vou terminar o que comecei, de qualquer forma.

Arthur: Tudo bem. Termine.

Teresa: Eu não disse nada quando você a despediu, lembra-se? Sim, Carla deveria ter contado que trabalhava para você, mas entendo porque ela não contou.

Arthur: Isso é ótimo, obrigado. — Teresa ignorou a ironia e continuou:

Teresa: Eu nem mesmo falei nada quando ela partiu e você ficou num estado lamentável, parecendo uma pantera com um dos pés presos numa armadilha de aço.

Arthur: Ei...

Teresa: Mas estou falando agora — interrompeu ela, e até mesmo apontando um dedo para Arthur, como se ele fosse um menino mal-educado de 10 anos — Pode me despedir por isso se quiser, mas nunca vai conseguir uma assistente tão boa quanto eu, e sabe disso. — Cerrando os dentes, porque sabia que ela estava certa, Arthur assentiu e ordenou:

Arthur: Fale de uma vez então.

Teresa: A Carla não é do tipo que mente. — Uma risada escapou da garganta dele — Certo, ela não lhe contou que era uma funcionaria. Mas isso foi um erro. Lembre-se, eu a conhecia na época também, Arthur. Ela é uma boa menina, com um grande coração.

Ele se movimentou desconfortavelmente, porque não queria que Teresa estivesse certa. Era muito mais fácil acreditar que Carla era uma mentirosa e manipuladora. Arthur sabia como lidar com esse tipo de mulheres. Mas o que deveria fazer com uma mulher boa e gentil.

Teresa: E — adicionou  Teresa com ênfase — Eu vi as fotos dos seus filhos...

Arthur: Isso ainda não foi confirmado — replicou ele.

Teresa: Eles se parecem muito com você.

Arthur: Todos os bebês são iguais — argumentou Arthur, apesar de saber que ela estava certa.

Tersa: Será? — Ela sorriu e maneou a cabeça — Eles tem seus olhos. Seus cabelos. Seu sorriso. — Ela se aproximou e tocou-lhe o braço — Carla não está mentindo, Arthur. Você é pai. É melhor pensar em como vai querer lidar com esse fato.

Ele virou o rosto para o mar e deixou o vento golpeá-lo. O oceano aberto a sua frente em geral era um balsamo para sua alma, amenizando quaisquer tensões em seu interior. Mas não estava funcionando agora E talvez nunca mais funcionasse.

Porque se fosse pai... então seu envolvimento com aquelas crianças não se resumiria a assinar um cheque todo mês. Jamais permitiria que os gêmeos crescessem sem conhece-lo. Independentemente da vontade de Carla, Arthur ficaria perto. Seria parte da vida dos filhos, mesmo que isso significasse tirá-los da mãe.

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