Os Ventos do Norte

Apêndice 2: Sacerdotisa de Rison

       Rison era um templo localizado entre Vurian e Zufreid. Conhecido como uma escola para as meninas que seriam transformadas em Sacerdotisas. Seus poderes eram lendas até para as Crucia.
        As Sacerdotisas acreditavam em Rilvera e usavam ritos e costumes antigos para se manterem santas. De alguma forma isso acabou abrindo um universo para elas, dando entendimento sobre muitas coisas.
        Embora nunca fosse comprovado, as Sacerdotisas eram capazes de conversar com os deuses e entender o idioma antigo das escrituras sagradas. Seus poderes eram resumidos a transformar venenos em água potável, curar doentes e expulsar impurezas das pessoas.
         A Sacerdotisa responsável pelo teste de Rose, se chamava Aurora. Na época com pouco mais de 63 anos. Cresceu em Rison depois de abandonada pelos pais.

Aurora acompanhou suas irmãs para o teste em uma garotinha. A profecia havia sido lançada por Lara, uma das três mestras Sacerdotisas. As outras acreditavam que a menina que seria testada, era a da profecia, Aurora achava que não.
        O pátio externo de Rison havia sido preparado para o teste, uma mesa única havia sido colocada, e Aurora seguia para a sala dourada, onde pegaria o artefato sagrado para o teste.
        O diadema lhe sussurrou quando ela entrou na sala: não quero que ela me toque.
        Aurora o pegou e sentiu o formigamento da quantidade de poder que ele tinha. Ali em Rison não era permitido falar quando um teste estava prestes a ser realizado.
        Ela se lembrou das dez meninas antes, que ao tocarem o diadema, nunca mais voltaram ao normal. A própria Aurora o havia sentido uma vez.
        Todas as Sacerdotisas eram obrigadas a olhar dentro do existência do diadema, que abria a elas um espaço infinito e poderoso de conhecimento e poder. Lhes era apresentado todas as práticas e ensinamentos dos deuses.
         As Sacerdotisas tinham poder com o conhecimento, assim sabiam o que era preciso fazer para realizar curas, indentificar venenos e ver impurezas em perturbadas perturbadas pelo mal.
         Aurora colocou o diadema na mesa do lado de fora e esperou, ouvindo a súplica afiada do artefato que pedia para não ser tocado.
        Muitas irmãs se juntaram no pátio externo, todas em silêncio com os rostos cobertos por mantos brancos.
        A menininha chegou minutos depois. Cabelos negros, pele branquinha e olhinhos curiosos, uma gracinha aos olhos de Aurora.
        Sua mãe a colocou ao lado da Sacerdotisa e desceu do pequeno altar com a mesa. A menininha não sabia o que fazer, apenas observava o diadema hesitante.
        — Pode tocar, não tenha medo — disse Aurora.
         A menininha tomou coragem e repousou sua mão no diadema. Minutos se passaram e toda a pele dela se cobriu de escrituras na lingua antiga.
        Riat Sukir la vincar tsuwi kiv liar.
        Aurora sabia o que significava e traduziu em sua mente: O sangue sagrado abençoado pelos deuses corre nas veias deste pequeno ser.
         A frase se repetia diversas vezes brilhando na pele da menina, então, Aurora sentiu que algo fora retirado de dentro de si e do diadema.
        Um vazio se fez no ar, e então a menina abriu os olhos. Aurora retirou o diadema da mesa rapidamente e ele não sussurrava nada.
         Demorou meia hora para Aurora perceber que a menininha havia retirado uma parte de poder do diadema, não, o diadema deu a ela uma parte do seu poder. 
         Sem o poder do diadema, as Sacerdotisas ficariam desprotegidas no templo de Rison.
         Aurora era considerada mestra, por ser uma das três mais velhas de Rison. Tinha conhecimento infinito quando o diadema deu poder à menina.
          Aurora era a única que o diadema permita tocar, além de Rose. Depois do teste ela ficou doente, e dizia que sua hora estava chegando, que a glória a encontraria.
         Meses depois, Rison foi atacada pelos Pesadelos, Aurora morreu envenenada e o diadema desapareceu sussurrando uma última vez à mestra Sacerdotisa: Viar mukir firtar.
         Ela entendeu na língua antiga onde o diadema se esconderia e escreveu em um pedaço de pergaminho. T.S.S.R.
         Templo Sagrado Subterrâneo de Rilvera.