Cap 27: O que eu...

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Cap 27: O que eu...

Mesmo durante a hora do jantar, Light não saiu do quarto, ouviu Misa perguntando se ele estava bem e só respondeu algo como 'sim, apenas cansado'.

Obviamente não estava bem, e se L realmente o odiasse? Como olharia na cara dele agora que sabia sobre seu irmão morto?

Não demorou muito para ouvir batidas na porta, provavelmente era Ryuzaki querendo entrar no próprio quarto. Andou até lá e abriu, voltando para a cama em seguida.

Deitou-se no colchão, cobrindo todo o corpo com o lençol. Ouviu a porta sendo fechada, o fazendo engolir seco.

L: Não quer a minha companhia?

Light não conseguiu responder. Queria a companhia dele, mas não achava que tinha esse direito.

L: Se quiser, eu posso dormir em outro lugar.

Light: O quarto é seu. Se alguém tiver que sair, que seja eu... --- afundou o rosto no travesseiro.

L: Após saía! Se não fica confortável no mesmo ambiente que eu, é melhor não se forçar a ficar.

Light: Quem deveria estar desconfortável aqui é você! --- sentou na cama, fazendo uma expressão de raiva e indignação.

L: Eu? Por que eu ficaria desconfortável? Essa não é a primeira vez que dividimos a cama, não a nada para temer!

Light: Olha aqui, não precisa fingir que gosta de mim, certo? Eu sei sobre o seu irmão!

O moreno arregalou levemente os olhos, trincando os dentes.

L: Izuku ou Yumeko?

Light: Midoriya. --- suspirou --- Não importa. É verdade? Eu matei o seu irmão?

L: Sim. Mas não se preocupe, ele não te culpa por isso! --- andou até a escrivaninha, jogando a mala no chão.

No fundo, Ryuzaki conseguia ouvir a voz de B gritando que ainda o culpava e que o queria morto, mas sempre foi muito bom em ignorar o próprio irmão.

Light: Como não? Eu matei ele, óbvio que ele me odeia!

L: Já odiou, mas sabe que você se deixou levar pela individualidade, da mesma forma que eu sei.

E novamente a voz de B gritando que não ligava pode ser ouvida pelo morena, mas no fundo sabia que ele não culpava mais o acastanhado.

L e B não eram tão próximos assim, se afastaram quanto a carreira de detetive começou, apenas depois que morreu B conseguiu a atenção que sempre desejou de seu irmão mais velho.

L realmente se sentia mal por não ter sido um bom irmão, então recompensou todo o tempo perdido agora que tinha chance. Deu carinho e amor a B, mesmo que ele fosse apenas um espírito que ainda não reencarnou.

Light: Dúvido muito, se eu me culpo, porque ele não me culparia? --- perguntou baixo, torcendo para que o outro não tivesse ouvido pois falou sem pensar.

L: Não se culpe também. Você estava naquela fase de "bandido bom, é bandido morto", e o B era um bandido, então...

Light: Agora eu percebo o meu erro...

L: Sim, esse tipo de pensamento só faz a sociedade andar para trás. --- respirou fundo --- Muitas pessoas consideradas criminosas são acusadas injustamente, por isso existem detetives, para garantir que o verdadeiro culpado seja preso.

Light: Eu sei...

L: Sabe quantas pessoas eu já tive que colocar na cadeia? --- o outro negou com a cabeça --- Nem eu, perdi a conta a muito tempo. Na maioria das vezes, um inocente era colocado no lugar de culpado, simplesmente por algo que eles julgavam errado.

Light: Quantos inocentes você tirou da prisão, os substituindo pelos reais culpados? --- questionou, realmente curioso.

L: Muitos. Querendo ou não, a cor da pele influência muitos policiais e juízes sobre quem realmente é culpado, então muita gente não para pra ouvir a verdade! --- cerrou os punhos automaticamente.

Light: Eu tirei a vida de alguém inocente? Preso injustamente... --- um nó se formou em sua garganta.

L: Não sei. --- mexeu nos próprios cabelos --- Mas admito que concordo com você em alguns fatos, como a justiça ser falha!

'Light: Quantos inocentes eu posso ter matado?'

L: Para de pensar em quem se foi, comece a olhar o que pode fazer para que isso não aconteça novamente!

O Yagami congelou, o que diabos ele poderia fazer para reparar esse erro?

L: Sabe quantos adolescente entram pro mundo do crime por falta de oportunidade? --- questionou --- Sejam oportunidades escolares ou nos meios trabalhistas, as taxas são extremamente altas, em todo o mundo.

Light: E o que eu..?

L: Pense sozinho, a muitas coisas que podem ser feitas...

O moreno andou até o guarda-roupa, pegando uma peça aleatória.

L: Vou tomar um banho, arrume suas coisas no armário... Caso desista de ir para outro quarto!

Andou até a porta, saindo sem dizer mais nada.

Light: O que eu poderia fazer sobre isso? --- se jogou na cama, pegando o celular para fazer pesquisas sobre o assunto.

O medo sobre ser odiado por L passou, mas outros permaneciam. Ainda havia matado várias pessoas que poderia reconstruir a vida, aquelas mortes o perseguiram pelo resto da vida.

Foram centenas de morte, uma chacina. Muitos achavam que ele pagava por seus crimes, mas na realidade ele não pagou por nada do que fez. Matou pessoas e saiu impune, da mesma forma que as pessoas que ele matou saíram.

Durante o julgamento, L fez a justiça ignorar as ações cometidas por ele, novamente, a justiça falhou.

· · • • • ✤ • • • · ·

Continua?!

Desculpem o capítulo menor do que o habitual. Passei o final de semana fora, então não tive como fazer um maior, esse foi produzido no improviso.

Obrigada pela compreensão!

[908 palavras]

Ameaças - CrossoverOnde histórias criam vida. Descubra agora