Capítulo 1

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Há 7 anos atrás...

    Era uma manhã ensolarada na amada Londres, os raios de sol atravessavam as árvores do campus e iluminavam uma estudante que se dirigia até sua sala de aula. "Por que Oxford é tão grande e meu dormitório é tão longe da minha sala?" Ela indagava. Não era fácil fazer o enorme percurso carregando vários livros.

    Eun-Kyung estava perto de seu destino, quando um incidente aconteceu. Algum aluno passou voando em sua bicicleta e derrubou todos os seus livros numa poça de água, que se formou devido à chuva da madrugada.

- AAAISH. MICHIN SAEKKI! – Ela xingou sabendo que aquele idiota que derrubou seus livros não entenderia nenhuma palavra que foi dita.

- Não acha você deveria xingá-lo em um idioma no qual ele saiba que é um cretino louco? – Uma voz calma se aproximou e a ajudou a apanhar os livros.

    Ela encarou surpresa o homem que a estava ajudando.

- É muito bom saber que existe uma coreana aqui. – Ele disse estendendo a mão com o último livro que ela havia deixado cair. – Ah, não coloque as páginas diretamente ao sol pois vão ficar retorcidas, tente deixar um papel entre elas para absorver a umidade antes.

- Obrigada pela ajuda!

   O gentil rapaz deu um toque em seu ombro como sinal de afirmação.

    Ótimo jeito de começar o meu dia. Ela pensou. Ao chegar na enorme sala de aula, Eun-kyung rapidamente se sentou e pegou alguns lenços de papel para secar as páginas de seus caros livros.

- Não acredito que você molhou seus livros, Kyung! – disse sua amiga Lizy surpresa.

- Algum idiota passou por mim andando de bicicleta e derrubou! – Era notável a sua indignação e a sua tristeza. Afinal, foram meses trabalhando duro para conseguir pagar pelo material.

    Logo após as reclamações, o professor chegou na sala e começou a dar a primeira aula que prometia ser bem tediosa.

———— <3 ————

- Atrasado novamente, Bae Jeong-ho?! – A professora indagava o jovem que acabara de entrar pela porta.

- Me desculpe! Prometo chegar mais cedo da próxima vez. – Ele entrelaçou os dedos na frente do rosto e pediu pela benevolência da temida professora.

- Se você conseguir chegar pontualmente próxima semana, eu te dou nota máxima. – Ela o desafiou com um sorriso sarcástico nos lábios.

- Não prometa o que não pode cumprir, Sra. Bruce...A turma está de prova!

    Bae Jeong-ho era um aluno querido por todos, atraente, alto, inteligente e às vezes sentimental. Porém, na maioria das vezes, era um homem que tinha uma armadura que não permitia que os outros se aproximassem demais.

    O dia passou rapidamente e estava na hora do almoço, Jeong-ho se dirigiu até a saída quando se deparou com uma fisionomia conhecida. Ficou alguns segundos parado, mas ao cair em si correu em direção a sua amada. Eles se abraçaram e naquele momento era como se o mundo tivesse parado para ele. Faziam alguns meses que ele não sentia aquele cheiro cítrico floral, não abraçava a delicada mulher a qual ele tinha orgulho de chamar "Minha namorada".

- O que você faz aqui, Dong-sun? Por que não me avisou que vinha? Como você veio parar aqui? Como você está? – Ele falava desenfreadamente.

- Como vou responder se você não me deixa falar? – Dong-sun soltou um sorriso forçado, aquela não era a expressão de alguém que havia passado meses longe do namorado. – Respondendo as suas perguntas: Eu vim te ver e queria fazer supresa por isso não te contei nada. Estou bem e você? – Havia certa tristeza na sua fala e um semblante indecifrável.

- Estou bem. Vamos comer alguma coisa? Aposto que está faminta. – Lá no fundo Jeong-ho percebeu que havia algo de errado naquela visita inesperada, porém ele decidiu ignorar aquele pensamento.

    O casal de namorados deixou o campus em direção a uma cafeteria que ficava próxima. A caminhada foi silenciosa, algo estava errado e Jeong-ho sabia disso, ele só não sabia o quê.

    Aquela cafeteria estava diferente, não tinha o mesmo ar de sempre, tinha um ar de melancolia, uma angústia e um nó preso na garganta, mas essa descrição não era do simples e aconchegante ambiente, mas sim de Lee Dong-sun.

    Ambos se dirigiram a uma mesa mais reservada, a fim de terem mais privacidade, se bem que, ninguém conseguiria entender o que eles estavam falando de qualquer forma. Uma garçonete gentil se aproximou e perguntou o que eles iriam querer.

- Um americano gelado e um café com chantilly e baunilha, por favor. Esse ainda é o seu favorito, Dong Dong? – Ela assentiu com a cabeça.

    Enquanto o pedido não chegava os dois conversavam bastante como nos velhos tempos, aqueles minutos se tornaram uma boa e bem aproveitada eternidade.

    Depois de um tempo, a garçonete trouxe os aromáticos e saborosos cafés. Cada gole parecia uma tortura para Dong-sun, ela precisava falar e parar de enrolar, tinha ido para Londres com um propósito e precisava cumpri-lo.

- Preciso te contar uma coisa. – Os dois disseram em uníssono som. – Jeong-ho cedeu para que sua amada falasse primeiro.

- Eu... Eu...quero terminar, Bae Jeong-ho!

    Aquelas palavras penetraram no seu coração como uma adaga que foi enfiada no peito e em seguida retorcida, com o intuito de dilacerar o coração.

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