Capítulo 17

9 1 0
                                    


Seul, Coreia do Sul, atualmente.

-Eun-Kyung, não tem ninguém aqui! Por que você não senta aqui um pouco e me faz companhia?

-Tenho mais o que fazer, Jeong-ho!

Ha-yun e os outros poucos clientes haviam deixado o café há mais ou menos uma hora. Nesse intervalo de tempo, Jeong-ho importunava Eun-Kyung como costumava fazer em Londres.

-Por favor, prometo ser breve. – Ele fez sua carinha persuasiva. – Por favor.

-Minha mãe deixou seu pedido por conta da casa, mas não pense que foi gratuito. – Ela alertou. – Da próxima vez que você pisar aqui vou cobrar o que você me deve.

-Você não mudou nada, a mesma menina inconveniente de sempre! – Ele resmungou baixinho. -  Senta um pouco, Eun-Kyung, por favor.

-Não quero! – Ela continuou a limpar as mesas. – Você está me atrapalhando, dá o fora daqui, Jeong-ho!

-Será possível que eu vou ter que fazer isso? – Ele se levantou e a "forçou" a se sentar na cadeira, mesmo que contrariada.

– Desde quando você se tornou alguém importante ao ponto de alguém querer te entrevistar? – Ela o alfinetou.

-A gente não se vê há uns três anos e é assim que você me trata?! – Ele fingiu tristeza. – Assim você me magoa...

-Vai, Jeong-ho, me fala! Nos conhecemos há tanto tempo, mas não sei nada sobre sua vida aqui na Coreia.

-Eu sou o CEO do Bae group. Sua amiga veio me entrevistar porque recentemente a empresa cresceu bastante e também porque sou uma pessoa muito almejada... Digamos que ter esse rostinho na notícia principal levantará uma boa visibilidade para o jornal. – Ele se gabou. -Posso saber por que você está em um café  não em um grande escritório de advocacia?

-Me formei, mas nunca fiz o exame da Ordem... e também preciso ajudar meus pais! Digamos que minha família está atolada de dívidas e eu tenho uns três empregos para ajudar com as contas. – Ela se calou. – Acho que você é a única pessoa que consigo ser 100% sincera e contar a realidade sem medo de jugamentos.

-Isso não combina com você! – Ele riu. – Deixe desse falso sentimentalismo e me conte o que aconteceu.

-Aish!

-Por que você não fez o exame da Ordem? – Ele se reclinou sobre a mesa demonstrando interesse. – Pelos júri simulado, todos sabiam que você seria uma excelente advogada!

- Você deve se lembrar que eu era tutora do Jacob, filho da senhora Bruce, certo?! – Ele assentiu. – Por um tempo, eu achava muito estranho o fato dele preferir aulas na cafeteria do que na biblioteca da universidade. Foi aí que eu descobri que ele sofria uma pressão muito grande por parte dela para ser um advogado.

-Qual é a relação entre a Sra.Bruce e a prova da Ordem?

-Se você me deixar falar eu te conto a história. Posso continuar? – houve uma pausa indicando que sim. – A Sra.Bruce não era brincadeira com ele, você não faz noção do tipo de pessoa que ela é... Enfim, eu convenci o Jacob a ser verdadeiro consigo mesmo e seguir a vida que ele quisesse. O problema foi que ela descobriu o que eu "fiz" e armou pra mim.

-O que ela fez?

-O Jacob era  menor de idade na época e ela me acusou de assédio, faltavam alguns dias pra eu fazer o exame da Ordem e ela me disse que eu nunca seria advogada por causa disso. O esposo dele era o responsável por analisar a conduta dos estudantes então... Ela me ameaçou dizendo que seu eu pisasse no lugar da prova ela faria questão de arruinar a minha vida. Na época eu não tinha o que fazer! Era uma luta desigual, sabe?! Uma advogada renomada, professora em Oxford, com marido promotor e eu uma simples garota nascida em Seul...Eu nunca ganharia! Resumindo, me formei, mas não exerço minha profissão por causa de uma &$#@&%-+=€|! que não vale nada. Essa é minha história!

-Aquela v@#|@ fez isso?! – Ele estava com raiva. – E pensar que aquele cocô de cavalo ensina em Oxford!

Eun-Kyung riu. Para ela era novidade ver Jeong-ho irritado daquela maneira, principalmente por algo que aconteceu com ela.

-Mesmo não trabalhando como advogada eu permaneci em Londres por uns dois anos depois de me formar, não queria voltar sendo uma vergonha, sabe?! – Ela murchou. – E também eu estava devendo algumas mensalidades da universidade e precisava pagar.

-Qual é o problema da sua família com dívidas, hein? – Jeong-ho brincou. – Vocês por acaso tem um ímã que atrai?

-Cala boca. – Ela se levantou e deu uns tapas de leve em seu braço. – Mudando de assunto, conseguiu reatar com aquela menina? Onde ela está? Você me disse algo sobre ela estar em Busan, já foi visitá-la? Vamos, Jeong-ho, me responde!

-Nós não reatamos e eu nunca fui visitá-la mesmo sabendo onde ela está... Tenho medo de ter demorado muito e ela agora estar com outra pessoa!

-Se você parasse de pensar muito e agisse estaria em Busan tirando sua dúvida. Por que você não arrisca? – Ela estava sendo sincera. – Talvez ela esteja esperando sua visita.

-Você iria comigo, Eun-Kyung?

-Ficou maluco?! – Ela deixou escapar um gritinho. – Por que eu iria com você visitar a mulher que você ama? Se ela me vir com você pode pegar mal... Já pensou nisso?

-Vamos lá, Eun-Kyung! Não é como se fôssemos dividir o mesmo quarto. – Ele riu. – Vamos pra Busan amanhã o que acha? Você me dá apoio moral e eu reencontro o amor da minha vida, todos ganham!

-Desde quando te dar apoio moral é sair ganhando? – Ela o provocou. – Não sei se quero ir...

-Sou seu melhor amigo e você não quer me dar uma forcinha?!

-Melhor amigo.– Ela riu nasal. – Somos no máximo amigos, não se promova a um cargo que você não merece!

-Não mereço? – Ele aumentou o tom de voz. - Tudo o que nós vivemos não significou nada pra você? – Jeong-ho estava fazendo drama. – Não acredito que você vai desprezar nossa amizade desse jeito!

-Você deveria virar ator. – Ela se levantou. – Quero ir pra casa, então, preciso fechar o café, Jeong-ho!

-Vai viajar comigo amanhã?

-Já disse que não!

-Por favor, Eun-Kyung! – Ele fez seu olhar persuasivo. – Vai me dizer que não está com vontade de viajar no meio da semana para ver o mar?

-Passar umas 5 horas no carro com você deve ser uma espécie diferente de tortura. – Ela começou a apagar as luzes e sair. – Estou bem e eu não posso faltar meu trabalho ao contrário de você.

-Te busco às 07:00h. – Ele saiu primeiro. – Até amanhã, Min Eun-Kyung.

-Eu já disse que não vou, Jeong-ho...

E suas palavras foram em vão, Jeong-ho saiu sem nem olhar para trás.

.
.
.
.
.
.
.
.
— Nota da autora —

Oii, Queenies.
O capítulo finalmente saiu!
Vou aproveitar o Carnaval e escrever bastante, então deixem a ⭐️ pra eu me inspirar!
Se tudo der certo quinta que vem tem viagem para Busan e capítulo novo!

Queen Mary

Taj MahalOnde histórias criam vida. Descubra agora