Capítulo 47

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-Posso prosseguir?

    Ela, sem dizer uma palavra, balançou a cabeça afirmativamente. Quando Jeong-ho começou a tirar sua blusa, o que revelou que ele estava mais forte do que a última vez, o celular tocou. Ao olhar de relance para desligar o aparelho, ele viu o nome de Dong-Sun.

-Alô?

-O senhor é o contato de emergência da Srta. Dong-Sun?

    Aquela voz estranha dizendo aquilo fez seu rosto perder a cor e seu corpo estremecer.

-Sim sou eu, cadê a Dong-Sun?

    Eun-Kyung, que antes estava deitada no sofá, se levantou ao ouvir o nome da ex de Jeong-ho. " Por que diabos ela ligou justo agora? E por que ele atendeu?" Ela pensava enquanto tentava ouvir o que a pessoa do outro lado da linha falava.

-Senhor, a Dong-sun sofreu um acidente de carro, enquanto estava com o filho, a criança está bem, mas ela está no centro cirúrgico em estado crítico. O menino disse para ligarmos para esse número. O senhor pode vir para o Hospital Busan St. Mary's?

-Filho? - Ele disse atônito- Eu estou em Seul, mas vou dar um jeito de chegar aí o mais rápido possível.

Ele desligou a ligação.

-Eun-Kyung, a Dong-Sun sofreu um acidente de carro com o filho e eu sou o contato de emergência dela, preciso ir pra Busan agora, você me acompanha?

-Ela tem um filho? - Ela perguntou e se arrependeu no instante em que fez a pergunta. - Isso não importa agora, ele deve estar assustado e se sentindo sozinho.

-Se formos de carro vamos demorar muito, mas como eu vou comprar duas passagens de avião agora? O que eu faço? -Ele estava fora de si. - O que eu faço?

-Jeong-ho! - Ela segurou os dois braços dele e olhou firme nos seus olhos. - Respire, está bem? Pegue seus documentos, uma muda de roupa e eu vou resolver o resto.

-E você?

-Eu vou com você, mas eu não vou ficar no hospital. Eu não ia conseguir lidar muito bem com o fato de estar cuidando da sua ex, fora o fato de que eu acho que consigo cuidar melhor do filho dela do que você- Ela deu uma pausa e prosseguiu - . Você precisa pegar suas coisas e eu preciso ir atrás das passagens.

    No mesmo instante, Eun-Kyung começou a buscar passagens de trem e de avião para ver qual das duas opções ela conseguiria mais rápido.

-Jeong-ho nós vamos de trem. - Ela disse enquanto andava em direção ao quarto dele. - De avião é mais rápido, mas só tem voo para daqui a 2 horas.

    Ao tirar os olhos do celular ela pôde vê-lo mudando de blusa.

-Acho melhor eu sair daqui. - Ela riu. - O trem sai em 30 minutos, temos que correr para a estação.

-Certo, só vou pegar um casaco.

[...]

    Assim que eles chegaram na estação, viram que faltavam poucos minutos para o trem sair, então, correram em direção ao portão de embarque.
    Como era Chuseok, o trem estava relativamente vazio. As pessoas que estavam ali, provavelmente, estavam indo para a casa dos seus familiares que moram em Busan.
    Aquela deveria ser a primeira vez que Jeong-ho andava de trem na Coreia. Em Londres ele adorava andar de trem e de metrô, porém, no seu País, era ilógico pegar um transporte público que, na maior parte do tempo, está lotado. Fora o fato que ele tinha seu carro, o que lhe dava muito mais comodidade.
    Enquanto Jeong-ho estava obsorto em seus pensamentos sobre o "trem", Eun-Kyung repetia para si mesma que ela conseguiria estar naquele hospital. Era preciso muita maturidade para não confundir as coisas. Seu subconsciente se perguntava se aquela criança era de Jeong-ho ou não. Ela achava pouco provável, mas, por qual razão a criança ligaria para Jeong-ho e não para seu pai? Seria pelo fato dele não conhecer o pai biológico e Jeong-ho ser o único com quem Dong-sun poderia contar? "É melhor não pensar nisso" ela repetia para si mesma.

-Eun-Kyung! - Ele olhou para ela com um olhar meigo. - Você já avisou aos seus pais que estava indo para Busan?

-Eu esqueci completamente. - Ela estava um pouco distante. - Vou ligar para a minha mãe, mas você não vai falar nada para os seus pais?

-Se minha mãe sonhar que eu não vou jantar com a família da Yuna hoje para ver a Dong-sun, eu sou deserdado, meu pai bloqueia todas as minhas contas, que nem fez há uns anos, minha mãe manda ela para outro país e não sei o que a família da Yuna faria com a minha.

- Você ia jantar com a família da Yuna hoje? - Eun-Kyung ficou um pouco enciumada, mas tentou não se abalar por isso. - O que você vai dizer para eles? Vai ficar tudo bem?

-Eu não sei o que vou dizer, mas em breve meus pais descobrem onde eu estou.

-Você tem GPS por acaso? - Ela riu - Como eles vão te achar?

-Se alguém contar que eu estou com a Dong-sun, eles me ligam no mesmo instante.

-Quando você me conta essas coisas eu me sinto numa dinastia.

-Essa é a minha família!

   Depois disso, Eun-Kyung ligou para seus pais e explicou toda situação. Sua mãe achava que ela estava usando uma desculpa para viajar com o namorado, que, por sinal, ainda não tinha sido apresentado à família dela, mas ela explicou que eles estavam indo socorrer uma "amiga" que sofreu um acidente e o filho estava sozinho no hospital.

    Jeong-ho dormiu a viagem toda, porém ela não conseguiu adormecer ou relaxar. Tudo foi muito repentino. As cenas do beijo deles se passavam na cabeça dela, ela conseguia reviver as situações e ver tudo aquilo ser interrompido por uma ligação. O tempo todo Eun-Kyung tentava não confundir as coisas. Ela e Jeong-ho estavam juntos, Dong-sun, apesar de ter tido uma história com ele, estava no passado. Não era uma situação muito fácil, mas ela precisava lidar com aquilo da melhor forma e ser forte por Jeong-ho que estava muito abalado por aquilo tudo.

    Não demorou muito e o trem chegou em Busan. Era ótimo estar naquela linda cidade novamente e relembrar a última vez que estivera ali. Foi em Busan que ela desenhou uma de suas melhores coleções, em um café próximo à praia, conheceu um amigo, esteve em um luau e foi ali que Jeong-ho teve a convicção que gostava dela. Uma cidade marcante para ambos.

-Jeong-ho, chegamos! - Ela fazia carinho em seu braço - Vamos pegar sua bolsa e descer.

    Ele abriu os olhos, ainda um pouco sonolento, e, ao perceber a proximidade de Eun-Kyung e que não tinha ninguém por perto, ele a puxou para um beijo. Seus braços, que antes estavam em apoiados nos braços da cadeira, foram para a cintura dela e para sua nuca. Após um beijo lento e delicado, ele sussurrou no ouvido dela:

-Depois disso tudo vamos terminar o que começamos. - Ele tirou com seu dedo o fio de cabelo que estava no rosto dela. - Obrigado por estar comigo, Eun-Kyung!

Ela sorriu e o abraçou.

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-✧- Nota da autora --

Demorei quase dois meses? Sim, mas eu trouxe a informação que estava planejada desde o início do livro: Dong-sun tem um filhoooo!!
Será que o Jeong-ho é o pai? Ou ela engravidou de outro? Vai ficar tudo bem com ela? Por que o Jeong-ho era o contato de emergência dela? Respostas só no próximo capítulo!
Tive meus bloqueios novamente e descobri que eles vêm quando eu tô com muita coisa na cabeça. Me desculpem, Queenies!
Vou dar o meu máximo para publicar o próximo capítulo o mais rápido possível.

Queen Mary

Taj MahalOnde histórias criam vida. Descubra agora