Taj Mahal

Capítulo 42

Londres, atualmente.

-Por que você está me olhando com esses olhos? - Eun-Kyung perguntou. - É estranho...

-Que olhos? - seu olhar revelou a pergunta de Eun-Kyung mais nitidamente. - Estou te olhando como sempre olhei.

-Que mentira, Jeong-ho! - Ela aumentou o tom de voz sem acreditar. - Você me olhava com olhos fulminantes às vezes.

-Você pedia. - Ele sorriu. - Quer que eu peça para o Benny entregar algum doce aí?

-Não precisa, eu comi faz pouco tempo. - Eun-Kyung continuou arrumando o resto do escritório para poder ir para casa- Já deve estar tarde aí, você jantou?

-Ainda não.

-Vai ficar no escritório por muito tempo ou já vai para casa?

-Vou ter que ficar por aqui, ainda preciso assinar uns documentos do shopping e analisar algumas propostas, mas por que a pergunta?

-Quer comida coreana ou chinesa? - Ela abriu o aplicativo e começou a procurar algum lugar que estivesse aberto. - Fala logo, Jeong-ho!

-Eu posso pedir para a minha secretária fazer o pedido você não precisa se preocupar com isso.

Eun-Kyung franziu o cenho naquele momento e prosseguiu.

-Você está até tarde com sua secretária? - Ela estava enciumada. - E ainda quer que ela peça sua comida? Uau!

Jeong-ho riu.

-Você está rindo de quê? - Ela suspirou. -Comida coreana ou chinesa, Jeong-ho?

-Chinesa.

-Quando a comida chegar me avise. - Eun-kyung disse num tom um pouco ríspido. - Eu acho que você devia deixar sua secretária ir para casa, ela já trabalhou demais hoje.

Enquanto terminava de falar a frase a secretária de Jeong-ho bateu na porta do escritório e entrou.

-Sr. Bae Jeong-ho, trouxe um Latte para o senhor.

-Obrigado! - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - Srta. Lee, já está tarde, então, não precisa me esperar. E, pelo horário, é melhor a senhorita pedir um táxi, não se preocupe que eu pago.

-Muito obrigada, Sr. Bae Jeong-ho. - Ela se curvou em agradecimento. - Boa noite e não fique até muito tarde.

Quando ela deixou o escritório, Eun-Kyung repetiu com implicância.

-Aqui está o Latte, não fique até muito tarde. Desde quando você gosta de tantos tipos de café?!

- Você fica fofa quando está com ciúme. - Ele sorriu. - Você sabe que não precisa se preocupar com nenhuma mulher, não é?!

-Vai dizer a breguice de que nenhuma delas chega aos meus pés? - Ela revirou os olhos. - Não minta para mim, se a IU aparecesse na sua frente você me trocava num instante!

-Como você sabe que eu escuto a IU? - Ele estava surpreso. - Esse não é o ponto...Eun-Kyung, não importa quem apareça na minha frente, seja atriz, seja cantora, seja modelo o fato é que nenhuma delas será você.

-Não me convenceu! - Ela retrucou.- Até parece, Jeong-ho.

-Eu nem terminei de falar. - Ele riu. - Eun-Kyung, há uns sete anos atrás eu ajudei uma garota, em Oxford, que tinha derrubado seus livros numa poça de água, e eu não fazia ideia, na época, o impacto que aquela estranha teria na minha vida, sabe?! Acontece que nós viramos amigos, mas eu passei a gostar dela, eu não podia gostar de alguém de novo e tentei por muitos tempo mentir para mim mesmo dizendo que não sentia nada por ela. Para você ter noção do absurdo, cheguei a procurar minha ex achando que ainda existia algum sentimento, mas até ela percebeu que eu gostava dessa garota de Oxford. Só que não parou por aí, tempos depois eu briguei com essa garota de Oxford e, nesse meio tempo, ela começou a sair com meu melhor amigo. Isso me destruiu, porque eu estava passando por um momento muito difícil e eu não podia contar com ela. A única pessoa que me confortava, sem falar uma palavra sequer, não estava ali. Foi nesse dia, que eu percebi que gostava dela bem mais do que eu conseguiria admitir para mim mesmo.