Capítulo 36

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Seul, Coreia do Sul atualmente

Duas semanas se passaram desde que Jeong-ho voltou de Londres. Nesse intervalo de tempo ele teve vários problemas e situações complicadas. A primeira delas foi convencer o seu pai a deixar a presidência, o que foi extremamente difícil, pois seu pai insistia que permanecer como a imagem do grupo não afetava em nada. Para ele era difícil. O Sr.Bae trabalhou praticamente sua vida inteira para levar o bae group ao patamar em que estava e agora abrir mão de representá-lo? Não parecia ser uma escolha racional. Foram necessários uns quatro dias de muita conversa para convencê-lo e isso consumiu Jeong-ho. E, como se não bastasse ter que lidar com seu pai, os acionistas e diretores o importunavam o tempo dizendo coisas como: "Você já é bem grandinho, Jeong-ho, não acha que devia separar vida pessoal e trabalho?" "Estamos perdendo dinheiro, Jeong-ho, é você quem vai arcar com os prejuízos?". Para completar isso tudo ele teve que lidar com a família de Kim Yuna e sua mãe. Quando regressou à Coreia, ele cancelou oficialmente o noivado, porém as duas famílias simplesmente ignoraram a opinião e a vontade dele. Yuna alegava que não se importava se ele estava apaixonado por outra, ela só precisava estar casada no papel por alguns anos até obter a empresa legalmente. Segundo ela, eles só precisavam viver na mesma casa para não levantar suspeitas e evitar qualquer escândalo relacionado a adultério. Em relação a sua mãe, foi tudo muito mais complexo e complicado.

-Por que você não quer se casar com a Srta. Kim Yuna? - Ela gesticulou para que ele se sentasse no sofá. - Você sabe que na situação atual da empresa as ações do hospital e a visibilidade que isso traria são uma opção lógica, certo?

-Mãe, eu tenho alguém e não vou me casar com a Yuna! - Ele se sentou e olhou nos olhos da mãe. - Por favor, esqueça isso. Se a senhora persistir com essa ideia eu não vou arcar com as consequências!

-Você acha que eu não sei sobre Min Eun-Kyung? - Ela ignorou o que o filho disse. - Você deve ter um ímã que atrai mulheres pobres, só pode ser isso!

-MÃE!

-O quê? Está com medo de que ela seja igual a Dong-sun? - Ela se inclinou para frente. - Meu filho, não faz sentido você se casar com alguém que não tem nada a te oferecer, as pessoas vão julgá-la o tempo todo, ou você acha que vão dizer que ela se casou por amor? - Sua mãe iniciou sua jogada ardilosa. - Você faria ela feliz dessa forma?

-A senhora acha que eu seria feliz tendo um casamento arranjado? - Ele se levantou para sair. - Por favor, não se meta mais na minha vida! Acho que vai ser fácil, afinal, a senhora e meu pai me enxergam como uma forma de ganhar mais dinheiro.

-Você está chateado porque sabe que eu falei a verdade. - Ela se levantou também. - Vou ter uma reunião importante, então estarei ausente por alguns dias.

-Boa viagem! - Ele foi seco. - Enquanto a senhora não mudar de ideia, por favor, só me procure ou me ligue se for algo relacionado a empresa.

Ele foi duro com sua mãe, porém, ela estava certa. Aquele relacionamento era um choque entre realidades e a parte mais fraca sairia magoada. O amor é importante e essencial em um relacionamento, no entanto, só ele não é suficiente. Eun-Kyung teria que lidar com muitas coisas, como comparações, fofocas e humilhações. Como ter um relacionamento saudável em um ambiente de hostilidade e de ganância igual ao que Jeong-ho vivia? Seus pais nitidamente não aprovavam esse relacionamento tendo em vista que ela não teria nada a oferecer. Para eles, alguém daquela classe social só iria namorar com alguém como Jeong-ho por interesse, para adquirir bens e ter uma vida boa. Apesar de tudo, seus pais queriam que ele encontrasse alguém que não quisesse somente dinheiro. O que eles não enxergavam é que eles mesmos agiam assim, com hipocrisia. Achavam que ainda estavam na dinastia Joseon e tentavam achar um casamento arranjado para o filho. Quem é que age assim em pleno século XXI? Controlar a vida de alguém ao ponto de decidir com qual pesssoa ela vai se casar é ter uma visão pautada na monarquia antiga, na qual os reis determinavam o futuro de seus filhos baseados em alianças políticas e benefícios para o reino.

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