Londres, atualmente.O dia para Eun-Kyung já estava ruim desde a madrugada. Seu celular a acordou durante a noite por conta das diversas ligações e a caixa de entrada do e-mail não parava de emitir notificações. Ao acordar atordoada, ela foi checar o celular e, depois de fuçar um pouco, descobriu o motivo. A Nut. Sua primeira reação foi verificar o artigo que sua funcionária havia enviado, "Pelo visto, a Ha-yun realmente postou aquilo". Ela pensou. Não havia sido uma revelação grande, mas já trouxe um certo transtorno. Tudo bem que ninguém sabia quem era ela, porém o e-mail da sua empresa e o telefone da mesma as pessoas tinham. Em meio a tudo isso, ela pensava em que momento devia contar a Bae Jeong-ho sobre sua empresa, o que ela sabia é que deveria ser antes da inauguração do shopping, mas como explicar tudo? Isso ela ainda não sabia.
Por incrível que pareça, o transtorno da madrugada foi só o início do seu dia ruim. Depois de conseguir dormir um pouco, ela foi acordada pelo som de seu despertador. Hoje era o dia em que ela faria os moldes para o vestido da Lisa di Marino e seria um dia bem cheio, porque ela encontraria um novo cliente também depois teria que resolver os últimos detalhes do contrato com o shopping de Jacob.
Ao chegar perto de seu ateliê, ela foi surpreendida pela quantidade de repórteres que estavam em frente, não eram tantos, no entanto, eles deviam totalizar em uns cinco ou seis. Em todos esses anos, ninguém nunca teve interesse em entrevistá-la ou saber sua identidade. Eun-Kyung sabia que se aproximar dali naquele momento não seria a melhor opção, mas ela tinha que fazer os moldes e um cliente chegaria pela tarde. Sua única funcionária estava de folga hoje e ela não tinha outra opção a não ser enfrentar a situação, se ela não fizesse isso iria acabar perdendo o prazo e um futuro cliente. A melhor ideia que ela teve foi pegar um lenço que estava amarrado na sua bolsa e colocar no rosto, juntamente com seu óculos escuros.-Você é a dona da Nut? - um dos repórteres perguntou em coreano. - Pode nos dizer por que mantém sua identidade em segredo.
-Sim, eu sou a dona da Nut. - Ela respondeu em inglês. - No momento não darei nenhuma entrevista, então, peço que os senhores respeitem minha decisão. - Eun-kyung se curvou levemente como pedido de desculpas e em seguida continuou. - Sobre a minha identidade, não pretendo revelá-la agora por razões de privacidade...Obrigada por seu tempo!
[...]
O relógio marcava 14:00 e o cliente acabara de sair. Eun-Kyung, cansada do seu dia e só desejando almoçar, começou a organizar o escritório para em seguida ir arrumar a bagunça do ateliê. Só o início do seu dia já havia sido estressante o suficiente para um dia completo.
Imersa em seus pensamentos, ela nem percebeu quando seu celular começou a tocar, somente após alguns toques ela percebeu do que se tratava e foi correndo atender julgando ser Jeong-ho. Eles haviam começado a namorar há pouco tempo e já estavam distantes, isso a deixava triste. Ela sentia falta dele muito mais do que podia admitir. Seu sonho foi quebrado a ver um número desconhecido com o DDD coreano.-Alô? - Ela falou um pouco desconfiada. - Quem fala?
-Srta. Eun-Kyung, certo? - uma voz feminina falava do outro lado. - É a Kim Yuna... noiva do Jeong-ho.
-Aaah. - Eun-kyung discretamente sorriu. - O Jeong-ho já me contou tudo, Srta. Kim Yuna, não precisa fingir comigo.
-Você é realmente tudo o que dizem. - Ela bufou discretamente. - Eu só liguei para te dar uma informação importante sobre a família do Jeong-ho.
-Srta. Kim Yuna, não me leve a mal, mas eu estou extremamente ocupada e não tenho tempo para esses joguinhos . - Ela apoiou o celular no ombro e começou a guardar os papéis com as medidas de seu cliente em uma pasta. - Essa conversa será uma perda de tempo para nós duas, é melhor encarrarmos ela por aqui.
-Mesmo se isso envolve seu pai? - Yuna jogou. - Você deve saber do transplante dele de coração, certo?!
-Como você sabe disso? - Eun-Kyung foi um pouco ríspida. - Aah é mesmo, sua família é dona do hospital. Eu tinha me esquecido disso.
-Para poupar nosso tempo vou contar a história toda. Há uns anos atrás, para resolver a merda que o Dae-jung estava envolvido, o Sr. Bae Jun-ho pediu a ajuda do meu pai e colocou uma menina que não tinha prioridade como número um na lista dos transplantes de coração. Essa menina era filha do CEO da construtora em que o Dae-jung trabalhava. Para conseguir a confissão desse homem ele mexeu uns pauzinhos e fez essa proeza. Só que você quer saber a parte mais interessante nisso tudo?! Além de modificar a ordem de uma lista que devia ser imparcial, isso aconteceu quando o seu pai estava em primeiro lugar na fila de espera. - Ela deu uma pausa. - Eu fui olhar o laudo do seu pai e, por causa dessa modificação, ele poderia ter morrido...
-Onde você quer chegar? - Eun-Kyung rangia os dentes. - Você sabe que sua família pode se ferrar por causa dessa ligação não sabe?!
-Eu estou te contando, porque sei que você não ferraria a família do homem que você supostamente ama. - Yuna deu um sorriso do outro lado da linha. - Eu não sou a vilã nessa história, Eun-Kyung, eu só quero o meu hospital e por coincidência você está no meu caminho, mas esse não é o ponto. Eu posso lidar com o que houve garantindo que isso nunca mais se repita, afinal, como médica e como ser humano, o que aconteceu podia ter causado a morte de um paciente e isso me incomoda. A pergunta é se você consegue lidar com o fato de que a família dele poderia ter matado o seu pai, só para resolver umas questões jurídicas. Meu casamento com ele seria só no papel até que eu consiga o hospital, você pode até ficar com ele nesse meio tempo... Eu não ligo, porém, não fique no meu caminho, está bem?!
Aquelas foram as últimas palavras de Kim Yuna e ela em seguida desligou a ligação. Sem conseguir acreditar no que estava acontecendo, Eun-Kyung largou o telefone em sua mesa e começou a chorar. As lágrimas começaram a escorrer desenfreadamente pelo seu rosto e a respiração começou a falhar, ela tentava se acalmar, mas era pior, então ela apenas resolveu chorar. Sozinha naquela sala, Eun-kyung enfrentava um dos piores dilemas da sua vida. Ela tinha que lidar com o fato de que a família do seu namorado podia ter matado o pai dela, ela lidava com a dor, a angústia e o medo. Será que ela conseguiria encarar um jantar em família após aquela notícia? Será que ela conseguiria olhar para o seu pai sabendo que namora o filho do homem que poderia tê-lo matado? Não era um dilema que o amor resolveria.
Em meio ao desespero, ela recebe uma ligação de vídeo de Jeong-ho. Ela rapidamente enxugou as lágrimas e atendeu.
-Você estava chorando, Eun-Kyung? - Ele perguntou preocupado. - Aconteceu alguma coisa?
- Só foi um dia difícil. - Ela secou o resto das lágrimas que ainda caíam. - Mas como sempre, você é a melhor parte do meu dia.
Naquele momento, Jeong-ho olhou perdidamente apaixonado para Eun-Kyung.
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-✧- Nota da autora -✧-Oii, Queenies!
Atrasei, mas não tardei.
As últimas semanas foram super intensas e quando eu tenho semanas assim tenho bloqueio para escrever.
Trouxe dois capítulos para tentar compensar um pouco e bem recheados.
Espero que gostem!!
Sem data para novos capítulos, mas vou tentar não demorar muito :)Queen Mary
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Taj Mahal
FanficAs pessoas, em sua maioria, acreditam que o passado ficou para trás. Acreditam que certas atitudes não existam mais e que os seres humanos evoluíram em suas relações sociais, mal sabem elas que a história está sempre se repetindo. Joseon pode ser...