Capítulo 22

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Seul, Coreia do Sul, atualmente.

Tudo estava bem tranquilo, era apenas mais um dia monótono de trabalho para Jeong-ho com reuniões, relatórios e contratos. Desde que chegou de Busan, ele não havia falado mais com ninguém, algo o deixou estranho e talvez um pouco triste.

- Sr. Bae Jeong-ho, o presidente está aqui para vê-lo. – A secretária o informou e em seguida prosseguiu. – Quer que eu traga algo para beberem?

- Mande-o entrar. – Ele estava apático. – Apenas um chá, por favor.

    Mesmo sem dizer uma palavra ela assentiu. Aquela atitude de seu chefe era estranha, seu pai estava ali para vê-lo e em nenhum momento ele quis inventar uma desculpa ou simplesmente reclamou.

- Posso saber o motivo de você estar sumido por essas últimas semanas? – Ele reclamou e se sentou. – Ficou mal depois de terminar com aquela lá?

- Oi, filho, como você está? Faz duas semanas que eu não tenho notícias suas, aconteceu alguma coisa? – Jeong-ho insinuou o que o pai deveria ter dito. – Estou bem, pai, quer alguma coisa? – Ele foi sarcástico.

    De forma inesperada, seu pai se levantou e deu um tapa em seu rosto.

- Nunca mais fale comigo dessa forma, entendeu?! – Os músculos de sua face estavam contraídos de raiva. – Quando uma pessoa está com problemas, chateada ou até mesmo triste, ela não deve descontar isso nos outros nem se esconder.

- Me desculpe, pai. – Ele enfiou as mãos por dentro do cabelo bagunçando-o. – Veio falar sobre meus encontros?

- Filho, você não tem escolha a não ser se casar. Pessoas como nós não podem simplesmente esperar alguém que nos cative! – Ele pegou o chá que estava sobre a mesa. – Sua mãe fez a lista dela, mas eu já tenho a minha escolhida.

- Pai, já disse que não vou me casar dessa forma!

- Kim Yuna. Vai me dizer que não gostaria de sair em um encontro com ela? – Ele lançou um olhar com duplicidade. – Você era louco por ela antes de conhecer a Dong-sun.

- Eu não sinto mais nada por ela! – Ele tomou o chá nervoso. – Por que a Yuna? – Jeong-ho ficou desconfortável.

- Por que ela é uma excelente pretendente e muito bonita. – Bae Jun-ho riu. – Está com medo de se apaixonar por ela, filho?

- Não. É só que o Si-woo tem uma queda por ela.

- Se for preciso eu mesmo aviso ao seu amigo que vocês dois vão se casar, mas nem pense em me contrariar por causa de uma amizade, entendeu? – Ele ameaçou. – Você tem um encontro com ela hoje à noite. Compre flores e não se atrase!

- Eu não vou sair com a Yuna, pai!

- Você vai sim! – Ele aumentou o tom de voz. – Ou você acha que eu deixaria você impune se isso acontecesse?

- E eu pensava que essa história de casamento arranjado tinha ficado no passado. – Ele riu ironicamente. – Pai, estamos em pleno século vinte e um, não vou me casar só por que o senhor e a mamãe querem uma forma mais rápida de conseguir um hospital.

- Você sabia que a Dong-sun tem uma irmã doente? – Jun-ho soltou a bomba. – Seria uma pena ela perder sua vaga na clínica e acabar morrendo por que você agiu feito uma criança mimada! E seria pior ainda se eu contasse que você foi a razão da morte dela.

- O senhor não ousaria. – Sua voz se alterou. – Por favor, pai, deixe ela fora disso! Nós já terminamos, não existe razão para usá-la como moeda de troca.

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