Capítulo 18

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Seul, Coreia do Sul, atualmente.

O dia havia nascido há pouco tempo, os raios de sol cortavam o céu dando-o uma coloração avermelhada. A cidade estava silenciosa e o movimento nas ruas limitava-se há poucas pessoas transitando. O clima estava agradável, a primavera chegara há algumas semanas e as flores coloriam a bela cidade de Seul.

O relógio marcava 05:40h e para atrapalhar toda a sensação de tranquilidade e calmaria, o celular de Min Eun-Kyung tocou; não uma ou duas, mas cinco vezes.

    Parecia um pouco irreal a situação, porém, no seu subconsciente, ela desconfiava de que a pessoa ligando fosse Jeong-ho. Sua estratégia foi a mais previsível, desligar o celular. O que funcionou, tendo em vista que ela pôde dormir por mais duas horas.

[...]

-Você vai acabar sendo demitida desse emprego se chegar sempre atrasada! – Seu pai brincou. – Não entendo, filha, realmente não entendo. – O brilho dos olhos foi sumindo aos poucos. – Você podia estar...

    Ele foi interrompido.

-Eu estou bem, pai! – Eun-Kyung mentiu. – Não se preocupe que eu não serei demitida! O senhor vai fazer alguns exames hoje, quer que eu o acompanhe?

-Não precisa, Kyung, são apenas exames de rotina! Vá logo se não você vai se atrasar.

-Tá bom, pai!

    Mesmo um pouco desmotivada ela foi trabalhar, não era a pior coisa do mundo, porém não era onde ela queria estar. O trajeto até a loja de conveniência foi monótono e cruel. Lá estava Eun-Kyung vestindo uma calça preta reta com uma blusa simples verde e seu tênis branco - um pouco sujo -, enquanto havia várias mulheres usando seus belos ternos, escarpins, emanando todo o poder possível. Para ela, era um pouco triste...

[...]

- Eu quero saber por que você não atendeu o telefone!

    Aquela voz conhecida a fez parar bruscamente o que estava fazendo e olhar para cima.

- Eu estava dormindo, Bae Jeong-ho. – Ela discretamente guardou suas coisas que estavam espalhadas na mesa do caixa e começou a passar as compras. – Você ainda vai para Busan?

- Uhum! Passei aqui só para te buscar e comprar algumas coisas para a viagem. – Antes que Eun-Kyung pudesse questioná-lo ele continuou. – Falei com sua superior e ela concordou em te dar um dia de folga... Vamos logo para chegarmos cedo?!

-Só vou aceitar por que eu estou precisando espairecer. – Ela pegou seu material e começou a se ajeitar para sair. – Vou falar com minha chefe e te encontro no carro.

    Algo estava estranho nesse processo para Eun-Kyung. O primeiro era como ele conseguiu o telefone dela, o segundo; era como ele descobriu o seu trabalho e o último é como ele convencera a sua chefe a liberá-lo por um dia. Para todas essas perguntas, ela só se interessava em ter duas respostas.

    Ao sair pela porta da loja de conveniência, ela se deparou com o carro de Jeong-ho. Ela mal podia acreditar na beleza daquele carro...

- Eu não acredito que você tem uma BMW iX! A potência desse carro, o jogo de rodas , o design, a recarga rápida e essa cor... – Ela suspirava. – Você tem um carro muito bonito!

- Não sabia que você entendia de carros.

- Você não sabe muita coisa sobre mim. – Ela sorriu e entrou no carro. – Vamos logo que eu quero ver como é essa belezinha na estrada. – Eun-Kyung acariciava os bancos e o painel fascinada com o que via.

    Na estrada, foi uma pequena guerra entre os dois. Kyung não parava de implorar para que Jeong-ho a deixasse dirigir, era uma discussão sobre o volume da música - ora um reclamava que o som estava alto ora o outro ignorava e aumentava mais o volume -, paradas constantes a pedido dela para ir banheiro e comprar comida, reclamações dele por ela tocar constantemente no painel e estar manchando tudo e no fim uma discussão sobre Jeong-ho ser bipolar. Nada fora do comum para aqueles dois.

    As cinco horas de viagem foram longas e cansativas, contudo muito divertidas. Em meio às pequenas brigas eles relembravam bons momentos da faculdade, algumas aventuras da infância e riam das vergonhas que já passaram quando mais novos.

    Ao chegar em Busan, Eun-Kyung ficou fascinada. Passar pela ponte Gwangan e ver o mar a deixou atônita, ela mal podia acreditar na beleza que estava vendo; a forma como o mar, o céu, a ponte em si e os prédios complementavam a paisagem a inspiraram.

- É muito bonita!

- Tem razão, é bonita! – Jeong-ho olhou rapidamente para Janela e para a mulher ao seu lado, deixando no ar se ele se referira a paisagem ou a aquela que vez ou outra o tirava do sério.

[...]

- Pare de ser covarde e vai logo lá!

- Não é tão simples. – Ele murchou. – Fazem sete anos... Não sei se foi uma boa ideia, acho melhor eu ir!

- Você é um COVARDE, C-O-V-A-R-D-E ! – Ela soletrou. – Dong-sun, Dong-sun! – Eun-Kyung a chamou e saiu correndo. – Te encontro no hotel pela noite, vou passear!

- Eiii, sua...sua... AAAISH! – Ele reclamava.

    Não se passou muito tempo e ele pôde ouvir os passos de alguém se aproximando no portão, seu coração estava acelerado, as mãos suadas e a boca estava seca. Ele estava prestes a encontrar a mulher a qual ainda amava e que não via há sete anos.

- Bae Jeong-ho?

   

   

   
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— Nota da autora —

Hey Queenies, esse capítulo saiu com muito trabalho!
Foi curtinho, mas introduziu o que eu queria... Considerem ele como a parte 1 da viagem!
Está bastante corrido, porém vou tentar escrever.
Enfim... Me desejem sorte.
Sem data para a parte 2

Queen Mary

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