Não sou um bebê

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Na manhã seguinte Yu acordou como uma verdadeira Lan e estava pronta andando de um lado para o outro do quarto antes das 6 da manhã. Ela não tinha muitas coisas para reunir de qualquer forma, pegou algumas mudas de roupa, seu instrumento musical e o selo de Lanling que havia herdado do pai e agora usava na cintura com orgulho, junto a ele havia se unido também um selo de jade branca de Gusu, Xichen disse que com isto ela seria considerada uma cultivadora da seita e poderia entrar e sair quando quisesse.

Estava nervosa como se fosse encontrar seu pai de verdade e não apenas um pedaço de pedra e energia ressentida, quando pensava nisso sentia o coração apertar, mas também era uma boa oportunidade para conseguir um fechamento. Depois de se despedir do pai ela não estaria mais presa a vingança e finalmente teria tido a chance de estar na presença do homem que a colocou nesse mundo, era mais do que poderia pedir, pensou que nunca teria essas coisas.

Além disso, a pessoa que estaria consigo nesse momento era o seu pai, o outro responsável pela sua existência e a outra única pessoa que amava seu pai tanto quanto ela, não só o destino final, mas também a viagem a deixava ansiosa, pois seria a sua primeira vez sozinha com ele.

Batidas leves vindas da porta tiraram a menina de seus pensamento, ela correu para a porta e abriu devagar, vendo o pai esperando do outro lado.

-Pronta para ir?

-Sim.

Yu respondeu animada como nunca havia estado na vida antes, ela havia se permitido mostrar mais os sentimentos desde o incidente e começava a agir mais como uma adolescente comum, apesar dos traços dos Lan de serem reservados e quietos.

Os dois passavam a maior parte do tempo em silencio, exceto quando Yu via algo que a agradava e desviava do caminho para chegar mais perto, quando isso acontecia Xichen procurava explicar o que era. Em um ponto da viagem eles haviam andado o dia todo e Yu estava muito cansada, sua vista estava escurecendo, era difícil manter os olhos abertos, e seu corpo oscilava ao andar, mas não queria atrasar a viagem então continuou se forçando a andar sem contar ao pai como se sentia. Xichen percebeu que ela estava ficando para trás e parou para espera-la, quando viu a menina nesse estado ele foi até ela e a pegou no colo.

-Descanse um pouco, logo chegaremos na cidade.

-Eu não sou... um bebê.

Ela reclamou fechando os olhos e deitando a cabeça no ombro dele, Xichen riu baixo para não a chatear.

-Eu não tive a chance de segura-la quando era um, considere isso um desejo egoísta meu e me deixe carrega-la até chegarmos na pousada.

Não houve resposta, mas a respiração da menina foi ficando mais calma até ela adormecer profundamente nos braços do pai, Xichen parou no primeiro lugar que encontrou e após trocar algumas palavras com o dono, foi levado até um quarto. Colocou Yu na cama e a cobriu com cuidado, deixando um beijo de boa noite em sua testa.

Caso estivesse viajando sozinho poderia aguentar por muito mais tempo e descansar na floresta, mas a menina ainda era jovem e precisava de descanso ou iria se desgastar demais. Depois de tudo o que passou ela merecia todo o conforto que Xichen pudesse proporcionar, mesmo que fosse apenas uma cama para dormir.

O Lan sentou-se sob a janela e ficou meditando durante a noite enquanto velava o sono da filha.

O fruto do nosso amor - XiyaoOnde histórias criam vida. Descubra agora