O fruto do nosso amor - Xiyao

Acordo tácito

-Vocês não podem deixar a gente aqui.

Jingyi choramingou batendo o pé, ele e Hen estavam fazendo um escândalo porque os irmãos Lan mais velhos haviam sido deixados para trás com as crianças.

-Vamos Jingyi, nós não somos líderes de seita, é melhor ficarmos para cuidar da nossa família.

Sizhui tentou confortar o irmão, mas seu próprio rosto demonstrava desagrado em deixar Jin Ling ir sozinho.

-Seu irmão tem razão, pare de ser criança e fique aqui, vamos voltar logo.

Wuxian mandou dando um peteleco na cabeça dos dois filhos barraqueiros.

-Eu conheço os esconderijos dos Su, posso ajudar.

Yu tentou argumentar, mas o tio olhou para ela com carinho e se abaixou para encará-la de frente.

-Eu sei meu anjo, mas você já se machucou vezes demais por causa deles, deixe que os adultos cuidem disso agora. Fique aqui, divirta-se, coma bem e descanse em uma cama quente.

Ele passou a mão na cabeça dela, bagunçando os cabelos perfeitamente alinhados da Lan.

Os adolescentes e os dois Lans mais velhos observaram enquanto o grupo se afastava, quando estavam fora de vista, Jingyi desfez a carranca e se virou animado.

-Tudo bem, qual é o plano?

-Eu tenho um mapa.

Mingji tirou um mapa de dentro das vestes como se não fosse nada e abriu, todos se posicionaram em volta dele para ver com clareza.

-Espera, nós vamos atrás deles?

Sizhui perguntou confuso.

-Claro, você achou que a gente ia mesmo ficar aqui?

Hen pergunta incrédulo, nem mesmo Yan que normalmente segue as regras apresentou nenhuma objeção.

-Mas então porque vocês fizeram aquela cena toda?

Yu perguntou confusa, parece que só ela e Sizhui tinham sido deixados de fora do acordo tácito.

-Se nós não fizéssemos, não seria convincente.

Jingyi explicou sorrindo para a prima.

-Os nossos pais foram para cá.

Mingji apontou para a posição em que ficava a sede do clã Su.

-Mas eles iriam tão longe assim carregando o caixão, não é perigoso?

Guangli pergunta surpresa, se fosse ela iria querer se livrar daquilo logo.

-Não, eles não iriam.

Yu confirma verificando o mapa.

-É aqui que fica o cemitério?

Ela pergunta para Mingji, apontando para uma área específica.

-Sim.

-E aqui?

Ela pergunta apontando para uma área mais ao norte.

-É a cidade.

-Eles foram para lá.

A menina aponta sem dúvida e Sizhui analisa o mapa.

-Mas por que eles iriam para um vilarejo?

-Porque quando quebrarem o selo, todos no território de Qinghe vão ser mortos pelo próprio líder.

A menina explicou, fazendo um arrepio subir pela espinha de todos os presentes.

-Faz sentido, é fácil se esconder no meio de muitas pessoas e vai ser difícil para nós lutarmos enquanto tentamos proteger as pessoas.

-Precisamos ir para lá agora mesmo. Vou avisar nossos pais.

Sizhui virou rapidamente, mas foi impedido por Mingji.

-É melhor termos certeza do que estamos falando primeiro, se não vamos tirá-los da rota certa e atrasar a captura dos Su.

-Mingji tem razão, não temos como bater de frente com eles, vamos avaliar a situação e se estivermos errados, nós voltamos.

Jingyi sugeriu e todos concordaram. O grupo partiu algumas horas depois para a vila próxima.

-Você tem certeza de que está aquecida? Eu tenho um casaco extra se precisar.

Mingji ofereceu para Yu que estava com o rosto vermelho pelo frio que fazia em Qinghe.

-Não se preocupe, eu mesmo aqueço ela.

Hen ofereceu passando um braço em torno do ombro da menina e puxando ela para perto.

-Eu também.

Guangli abraçou o braço da irmã e deitou a cabeça no ombro dela.

-Tudo bem então.

Mingji suspirou vencido e se afastou deles, Sizhui guiava o grupo por ser o mais velho.

-A gente tá chegando?

Jingyi perguntou entediado.

-Ainda não.

Sizhui respondeu paciente, já estava acostumado com o irmão.

-Por que não podemos ir voando?

-O vento de Qinghe é muito frio, se formos voando os mais novos vão congelar.

Sizhui lembrou fazendo o irmão bufar.

-Logo já devemos ver a cidade, não seja tão apressado.

-Eu consigo ver daqui, está logo a frente.

Yan avisou de cima da árvore onde ela estava para ter uma visibilidade melhor.

-Ótimo, eu estou faminto.

Jingyi falou animado correndo naquela direção.

-Mas nós não viemos aqui para comer.

Mingji lembrou em vão, pois o garoto estava longe demais para ouvi-lo. Sizhui sorriu se desculpando pelo irmão.

-Nós andamos o dia todo, é melhor pararmos em uma pousada e descansarmos, não vai fazer nenhum bem procurarmos exaustos e com fome.