Viagem para Qinghe

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Xichen saiu do hospital uma semana depois, a cozinha já estava quase toda reconstruída graças aos esforços conjuntos de todos no recanto. A primeira coisa que ele fez como líder de seita foi liberar Yu de todas as acusações e lidar com o espião que estava em Gusu, Wangji já havia arrancado tudo o que podia dele, então apenas deram um fim ao que sobrou do pobre homem. Qiren havia se tornado instrutor de Yu, decisão que ele mesmo tomou, pois, segundo ele, ela é uma Lan com muito potencial e isso não pode ser manchado pelos ensinamentos meia boca dos Su.

Mingji recebeu um chamado do pai e precisou voltar para casa às pressas, mas como Xichen havia prometido leva-la para visitar o pai, eles provavelmente se veriam logo. Os gêmeos também voltaram a circular pelo recanto após se recuperarem dos ferimentos, os três Lans que sobraram passavam a maior parte do tempo juntos.

-Senhorita Yu, o líder de seita quer te ver.

Um dos discípulos avisou quando avistou os três saindo da aula de filosofia. Desde que ela havia sido inocentada, todos a chamavam de senhorita Yu e mostravam o mesmo respeito por ela que tinham pelos gêmeos que eram herdeiros da seita.

-Eu irei o ver, obrigada por me avisar.

-O que será que Zewu-jun quer?

Hen perguntou curioso, mas foi cortado pela irmã antes que pudesse pensar muito.

-Nada que seja da sua conta ou teria sido chamado também.

-Provavelmente ele quer falar sobre a nossa viagem para Qinghe.

Esclareceu antes que o primo morresse de curiosidade.

-Ele me prometeu que iriamos ver o tumulo do meu pai.

Os gêmeos se entreolhara, não sabiam muito sobre o homem, mas ele não parecia uma boa pessoa, mesmo assim como Yu parecia feliz com aquilo eles acharam que era melhor manter o tom da conversa.

-Espero que seja isso então.

Hen comentou sorrindo e Yan concordou com a cabeça sem falar muito, os três seguiram juntos até o fim do corredor onde Yu seguiria um caminho diferente até os aposentos provisórios do líder de seita.

-Eu vou na frente, até mais tarde.

Os gêmeos acenaram enquanto ela se afastava.

-Aquele homem era mal negócio.

-Mas era o pai dela, devemos respeitar.

Yan lembra o irmão mais novo, quando ela dava sermão nele falava igualzinho ao pai.

-Eu sei, mas tenho um mal pressentimento. E se ela se machucar ainda mais nessa viagem.

-Os Su ainda podem tentar alguma coisa, mas tenho certeza de que Zewu-jun está se preparando para isso, ele não partiria em uma viagem sem planejamento.

O menino ainda não estava convencido, mas a irmã tinha razão como sempre.

Yu chegou nos aposentos do pai e bateu na porta, ouvindo a voz suave mandando-a entrar em seguida.

-Você me chamou, pai?

Estava ficando cada vez mais fácil chama-lo daquela forma com o passar do tempo e Xichen ficava muito satisfeito toda vez que ouvia.

-Sim, entre e sente-se, por favor.

A menina fez como ordenado, sentando de frente para o pai que lhe serviu uma xícara de chá para conversarem mais calmamente.

-Finalmente consegui colocar tudo no Recanto em ordem e posso deixar nas mãos do meu tio por algum tempo, não esqueci da nossa promessa, então se ainda quiser poderemos visitar o tumulo do seu pai em Qinghe.

-Eu adoraria.

Ela sorriu satisfeita tomando um gole de chá, desde que havia chegado à Gusu perdeu a conta de quantas vezes já havia sorrido, mas eram mais vezes que em sua vida toda.

-Pois bem, reúna suas coisas, eu vou mandar uma mensagem para o líder Nie e partiremos amanhã, eu e você.

Era a primeira viagem deles juntos como uma família, Xichen queria tornar mais fortes os laços com a filha e aprender mais sobre ela para recuperar todo o tempo perdido.

O fruto do nosso amor - XiyaoOnde histórias criam vida. Descubra agora