parte 3.

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Camila praticamente arrastou todos nós à uma loja de roupas. Ela e outra menina ficaram provando várias peças e nos fazendo opinar em todas. Depois do fora que alguns deram nela, começamos a andar, apenas observando as vitrines.

Como somos muitos, alguém tem que ficar sobrando, e esse alguém sou eu. O grupo anda lado à lado no grande corredor e eu estou sendo esmagada no canto das paredes, quase implorando pra que me deem algum espaço.

— Eu quero sorvete. Vou ali comprar, vocês vem? — uma menina diz se aproximando de um quiosque.

— Não, nem tô com fome. — a maioria nega, com exceção da Joana.

— Esperem a gente! — Joana praticamente exige.

A galera começa a andar de novo, dando risadas e debochando das meninas. Eu tento acompanhar mas ainda estou sem espaço, acabo tropeçando num vaso grande de planta. Caio no chão e machuco minha mão.

— Maria! — um dos meus colegas grita meu nome com o susto mas não me ajuda à levantar.

— Quem foi que pediu pra você vir, hein? Só serve pra ocupar espaço. Levanta. — pra minha surpresa, é o Rafael quem se prontifica à me ajudar, mas infelizmente ele usa as piores palavras possíveis.

Seguro sua mão e levanto. Reparo nas pessoas de fora me olhando e tento aguentar o nó que se formou na minha garganta.

— Tá tudo bem? — uma colega pergunta, segurando a risada.

— Claro que tá. — Rafael responde por mim, pondo as mãos nos bolsos e tornando à andar.

Começo a chorar, esfregando no local machucado.

— Maria! O que houve? — as meninas que foram comprar sorvete aparecem chocadas.

— Nada. Eu vou embora. — ajeito minha mochilinha nas costas e dou meia volta.

— Espera! A gente vai ver a seleção de filmes, vem-

— Não, Joana. — respondo ela um pouco ríspida.

— Todo mundo já caiu, Maria. Deixa de drama, vai. — Camila diz.

— Vamo, por favor. — Joana me suplica com o olhar.

— ...Tá bom. — acabo concordando, ressentida mas disposta à me divertir pelo menos um pouco hoje.

egoísta [r.l]Onde histórias criam vida. Descubra agora