Ponto de vista: Rafael
Clarissa me faz genuinamente feliz. Nossa relação é divertida, saudável e cheia de surpresas. Eu nunca sei o que ela planeja pro dia de amanhã. Mas quando vi Maria sair da minha casa aquela noite, me questionei se fiz a escolha certa.
Porém agora, uma semana depois, eu já sei que fiz.
— Eu tô entediada. — ela choraminga se espreguiçando na minha cama. — E se a gente for tomar um sorvete?
— Tudo bem. — aceito e ela corre pro guarda-roupa.
Depois de escolher uma roupa pra sairmos, Clarissa se troca na minha frente, o que me faz pensar: nunca transamos e nem vamos, pois ela já deixou claro que não gosta. Isso não devia me incomodar desse jeito, porque ela é muito mais do que sexo pra mim.
Mas mesmo assim, eu gostaria que pudéssemos esquentar um pouco as coisas.
Chegamos na sorveteria e eu escolho uma mesa que fica do lado de fora. Em pouco tempo uma garçonete aparece e nos entrega o cardápio.
— Eu quero um picolé de chocolate e um cascão de flocos, com duas bolas. — Clarissa pede.
— Nossa... — dou risada.
— E você? — a garçonete me olha.
— É, eu quero... — olho pro menu lotado de opções. — Um milkshake de algodão doce.
— Certo. — a moça anota o pedido e sai em seguida.
— Eu não sabia que tinha de algodão doce. — Clarissa junta as sobrancelhas.
— Ninguém mandou escolher tão rápido. — provoco.
— Ridículo. — ela ri e me dá um tapa no ombro. — Você tá bem?
— Sim. — confirmo com a cabeça.
— Hm. — ela emite um som de desconfiança.
— O quê?
— Fala logo o que tá te incomodando.
— Não é nada. Só acho que o tempo tá passando muito rápido. — suspiro.
— Como assim?
— Falta pouco pra festa de natal da minha escola.
— Ah, sim. Você não tá animado?
— Não curto muito natal. Acho que nem vou. — dou de ombros.
— Vai sim. Podemos ir juntos, se você quiser. — ela toca no meu braço.
— Sério?
— Sim, ué. Lembra da regra número quatro? Dar à si mesmo oportunidades. — ela cita.
— Eu sei, eu sei. — reviro os olhos e me mexo pra me aproximar dela.
Puxo sua nuca com delicadeza e a beijo.
— Espera, eu tenho vergonha. — ela me empurra na mesma hora.
— Por que, doida? — sorrio.
— Não sei. Só tenho. — ela desvia o olhar.
— Tá mentindo, né? — franzo a testa. Ela se inclina impaciente e me beija.
— Pronto. — Clarissa diz ao separar nossos rostos.
— É por causa do seu pai? — pergunto.
— Não exatamente.
— Eu posso falar com ele. — passo minha mão pelo braço dela carinhosamente.
— Não, deixa quieto.
Os nossos sorvetes chegam e nós tomamos sem falar muito. Às vezes ela é bem estranha, mas isso me atrai de muitas formas. Ouso dizer que estou mais apaixonado à cada dia que passa. Talvez não tanto quanto...Mas creio que estou. Eu quero estar.
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egoísta [r.l]
Fanfictionquando a atração pode ser dolorosa para ambos. AVISO DE GATILHO: alcoolismo, xingamentos/palavrões, masturbação, sexo e relacionamentos abusivos.