Não consegui falar com ele na sala de aula, então esperei até o intervalo. Procurei Rafael por cada canto da escola, mas não o achei. Tive que aguardar a saída. Quero saber como ele passou a noite, se está melhor, já que ele faltou ontem. Estou parada na porta do colégio desde que o sinal tocou. Parece que todos passaram por mim, menos ele.
— Rafael! — seguro seu braço quando o vejo passar rápido como um furacão.
— O quê?! — ele resmunga alto, chamando à atenção de algumas pessoas.
Me preparo uns segundos pra perguntar o que pretendo. "Ele só está num dia ruim", arrumo essa desculpa pra mim mesma.
— Você tá bem? — finalmente pergunto, olhando ele como um cachorro sem dono.
— Tô. — ele enrola um pouco mas enfim responde. Parece tentar não ser grosseiro. — Satisfeita?
— A sua vó-
— Não...! — ele me interrompe, levantando uma mão. — Não fale dela aqui... — Rafael conclui sua frase num tom baixo.
— Podemos ir pra sua casa então?
— Pera, o quê? — ele faz uma careta. — Não acha que anteontem já foi o suficiente?
— Mas, por que?
— Você já se meteu demais na minha vida. Olha, Maria... — ele se aproxima, ficando à centímetros de distância. — Se você contar o que minha vó te disse, eu juro que-
— Eu não vou contar. Quem você pensa que eu sou?! — aumento o tom da voz sem querer.
Ele olha pros lados, surpreso.
— Ok. — ele respira fundo. — Obrigado. Por me ajudar. Você sabe.
— Isso não é o suficiente. — cruzo os braços, no fundo me sentindo entusiasmada por ele ter me dado uma migalha de empatia.
— O que mais quer de mim? — ele grunhe.
— Me deixe te ajudar. — seguro sua mão mas ele a solta imediatamente.
— Maria, não. Não se meta, ok? Não se meta. — ele dá as costas e sai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
egoísta [r.l]
Fanfictionquando a atração pode ser dolorosa para ambos. AVISO DE GATILHO: alcoolismo, xingamentos/palavrões, masturbação, sexo e relacionamentos abusivos.