— Para, eu não quero! — digo resistindo e acabo rindo da reação dela.
— Foi brincadeira. Mas vocês ainda podem se encontrar. O lugar é grande mas nem tanto. — ela fala enquanto dança no mesmo lugar.
— Você tá bêbada, né? — pergunto.
— E ainda pergunta? — Camila diz.
— Essa daí vai ter um porre daqueles. — Joana acompanha e nós rimos.
— Gente, por que estamos no fundo, mesmo? Eu quero ir pra lá, onde a putaria acontece! — Eduarda aponta pra certa direção.
— Meninas? — um cara com uma bandeja de drinques aparece, num tom convidativo. — Cortesia da casa, não é assim de dizem?
As meninas murmuram e eu me prontifico à pegar o primeiro copo.
— Boa, Maria. — Joana aplaude e pega dois copos pra si.
— Tá, valeu moço, agora vamos! — Eduarda nos apressa.
Vamos pra direção apontada anteriormente, que é nada menos que o centro da festa. Passamos pelo bar e no meio do caminho, esbarro em alguém.
— Foi mal. — me desculpo com certo medo da reação da pessoa.
— Tudo bem. Você se machucou? — o garoto pergunta, num tom tranquilo.
— Não.
— Certo. Boa festa. — ele sorri e dá as costas.
Volto à alcançar as meninas, o que foi fácil pois elas pararam um pouco na frente pra me observar.
— Tá vendo? O destino se encarregou de apresentar vocês. — Eduarda diz, satisfeita.
— Então aquele é o Pereira? — pergunto. — Por isso ele disse "boa festa"... — penso alto.
Enfim na pista de dança. Começo só observando sem jeito as garotas dançarem sedutoramente enquanto bebem. Eduarda se aproxima e começa à mexer meus braços, me fazendo dançar junto dela. Ela põe minhas mãos ao redor de seu pescoço e coloca as suas na minha cintura.
— Você tá mal, hein? — brinco, bebericando o resto do meu drinque. Que gosto horrível.
— Um pouco. Mas eu juro que não sou alcoólatra.
Depois dessa fala, eu penso instantaneamente no Rafael. Sinto uma ansiedade junto com batidas frenéticas dentro do meu peito.
— Eu já volto. — entrego meu copo à ela e viro.
— Onde vai?
— Eu só...vou ali. Não vou demorar. — perco as palavras.
— Vai atrás do Pereira, né? — ela gargalha maliciosamente.
— Não! — junto as sobrancelhas.
— Então de quem? — ela insiste.
— Eu...N-Não posso contar. — gaguejo, me sentindo uma idiota.
— Mas Maria-
— Até depois. — me despeço e distancio na mesma hora.
Vou até o bar e não o encontro. Bom, acho que posso considerar isso um ponto positivo. Seria pior vê-lo perto de um monte de álcool.
Sento no banco e apoio meu cotovelo no balcão. Tem alguns restos de bebida aqui. Em uns segundos o barman chega e recolhe tudo. Suspiro e olho as pessoas dançarem.
— Quer alguma coisa, moça? — um garçom se aproxima.
— É...
— Sim? — ele pergunta, vendo que eu não tenho a menor ideia do que tô fazendo da minha vida.
— Pode me servir um...uma bebida?
— Alguma em específico?
— Qualquer uma. — levanto um pouco meu cabelo, sentindo calor no meu pescoço.
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egoísta [r.l]
Fanfictionquando a atração pode ser dolorosa para ambos. AVISO DE GATILHO: alcoolismo, xingamentos/palavrões, masturbação, sexo e relacionamentos abusivos.