parte 21.

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— Para, eu não quero! — digo resistindo e acabo rindo da reação dela.

— Foi brincadeira. Mas vocês ainda podem se encontrar. O lugar é grande mas nem tanto. — ela fala enquanto dança no mesmo lugar.

— Você tá bêbada, né? — pergunto.

— E ainda pergunta? — Camila diz.

— Essa daí vai ter um porre daqueles. — Joana acompanha e nós rimos.

— Gente, por que estamos no fundo, mesmo? Eu quero ir pra lá, onde a putaria acontece! — Eduarda aponta pra certa direção.

— Meninas? — um cara com uma bandeja de drinques aparece, num tom convidativo. — Cortesia da casa, não é assim de dizem?

As meninas murmuram e eu me prontifico à pegar o primeiro copo.

— Boa, Maria. — Joana aplaude e pega dois copos pra si.

— Tá, valeu moço, agora vamos! — Eduarda nos apressa.

Vamos pra direção apontada anteriormente, que é nada menos que o centro da festa. Passamos pelo bar e no meio do caminho, esbarro em alguém.

— Foi mal. — me desculpo com certo medo da reação da pessoa.

— Tudo bem. Você se machucou? — o garoto pergunta, num tom tranquilo.

— Não.

— Certo. Boa festa. — ele sorri e dá as costas.

Volto à alcançar as meninas, o que foi fácil pois elas pararam um pouco na frente pra me observar.

— Tá vendo? O destino se encarregou de apresentar vocês. — Eduarda diz, satisfeita.

— Então aquele é o Pereira? — pergunto. — Por isso ele disse "boa festa"... — penso alto.

Enfim na pista de dança. Começo só observando sem jeito as garotas dançarem sedutoramente enquanto bebem. Eduarda se aproxima e começa à mexer meus braços, me fazendo dançar junto dela. Ela põe minhas mãos ao redor de seu pescoço e coloca as suas na minha cintura.

— Você tá mal, hein? — brinco, bebericando o resto do meu drinque. Que gosto horrível.

— Um pouco. Mas eu juro que não sou alcoólatra.

Depois dessa fala, eu penso instantaneamente no Rafael. Sinto uma ansiedade junto com batidas frenéticas dentro do meu peito.

— Eu já volto. — entrego meu copo à ela e viro.

— Onde vai?

— Eu só...vou ali. Não vou demorar. — perco as palavras.

— Vai atrás do Pereira, né? — ela gargalha maliciosamente.

— Não! — junto as sobrancelhas.

— Então de quem? — ela insiste.

— Eu...N-Não posso contar. — gaguejo, me sentindo uma idiota.

— Mas Maria-

— Até depois. — me despeço e distancio na mesma hora.

Vou até o bar e não o encontro. Bom, acho que posso considerar isso um ponto positivo. Seria pior vê-lo perto de um monte de álcool.

Sento no banco e apoio meu cotovelo no balcão. Tem alguns restos de bebida aqui. Em uns segundos o barman chega e recolhe tudo. Suspiro e olho as pessoas dançarem.

— Quer alguma coisa, moça? — um garçom se aproxima.

— É...

— Sim? — ele pergunta, vendo que eu não tenho a menor ideia do que tô fazendo da minha vida.

— Pode me servir um...uma bebida?

— Alguma em específico?

— Qualquer uma. — levanto um pouco meu cabelo, sentindo calor no meu pescoço.

egoísta [r.l]Onde histórias criam vida. Descubra agora