DENTRO DE VOCÊ | LIVRO 2 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊ

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AMANDA

Sempre fui uma menina muito pra frente, na verdade isso cresceu dentro de mim depois de ver o quanto a minha mãe ralava para me dar do bom e do melhor, meu pai nos abandonou eu ainda era pequena e graças a Deus não me lembro muito bem dele, e minha mãe? Bom, ela sempre evitou falar do traste e hoje em dia posso dizer que entendo bem o porquê. Coloquei meu curso de Administração em EAD e todas as noites trabalhava na boate EL INFERNINHO que o nome já diz tudo, era o verdadeiro inferno, ali ninguém respeitava ninguém, os homens então? Dava nojo, mas eu? Estava nadando no dinheiro, pagava a minha faculdade, bancava meus luxos que não eram poucos e mimava a minha mãe.

Pra ela falei que estava fazendo um bico de babá e que as pessoas tinham dinheiro e me pagavam muito bem e ela acreditou até eu completar 20 anos e ir para o 4º semestre da faculdade. Nunca vou esquecer o olhar de desgosto dela, e as palavras duras que ouvi saindo da boca da minha mãe, e tudo isso faltando 4 meses para o ano acabar.

Simone: te dou tudo Amanda, absolutamente tudo - gritou comigo e engoli o choro completamente- te criei sozinha todos esses anos, ralei tanto pra você fazer isso? Se prostituir? jogar a sua vida toda fora?

Amanda: eu não estou jogando a minha vida fora mãe -falei serena, o que deixava ela ainda mais irritada- não é algo que quero pra minha vida, eu só preciso juntar dinheiro e...

Simone: E o que? e vai parar? e vai trabalhar na sua área, se é que você estuda ainda né? -falou ríspida- você vai continuar fazendo isso? -era nítido que ela estava evitando me olhar nos olhos e aquilo foi uma facada no meu coração.

Amanda: sim, é o que me dá dinheiro o suficiente para bancar uma faculdade onde terei um diploma foda para não precisar ficar me humilhando nessas empresas de merda que não pagam nada.

Simone: você já se humilhou o suficiente dormindo com vários homens diferentes, e todas as merdas que você faz naquele lugar -seu olhar de nojo ficará marcado pra sempre na minha mente, balancei a cabeça assentindo ela tinha razão e eu não tinha o que fazer um silêncio de um minuto pairou entre nós até ela quebrá-lo- se você vai continuar com isso peço que se retire da minha casa -pude ouvir ela engolir seco e limpou as lágrimas rapidamente.

Amanda: mãe -minha voz falhou- você tem certeza disso?

Simone: nunca tive tanta certeza na minha vida, por favor saia da minha casa e não quero te ver nunca mais Amanda, não quero ver você destruir a sua vida assim -balancei a cabeça concordando.

Amanda: você vai se arrepender disso -falei baixinho e saí da sala correndo para o meu quarto.

O que fazer quando você é expulsa de casa aos 20 anos? Isso não é algo que eu planejava ou sabia o que deveria fazer se caso acontecesse, mas aconteceu e eu estava completamente na merda.

Estacionei meu carro um fox preto 2 portas manual que comprei no 6º mês de boate e precisava ser algo simples pra minha mãe não notar que eu estava de fato ganhando dinheiro, mas era o meu xodó. A boate só abria às 20h, olhei no relógio e marcava 15h da tarde, então tinha 5 horas para procurar um lugar para alugar e levar minhas malas, e assim eu fiz. Nunca imaginei que fosse tão difícil encontrar um lugar para morar, os apartamentos são caríssimos, os aluguéis estão completamente acima do meu orçamento, não podia contar que todo mês teria tal quantia na minha conta porque era incerto.

Estava viajando em meus pensamentos quando 2 toques no vidro do carro me fez dar um gritinho e xingar ao mesmo tempo, olhei para o lado e um dos meus patrões estava parado de braços cruzados o que fazia mostrar um pouco da arma em sua cintura, respirei fundo e abaixei o vidro.

Tony: o que faz aqui essa hora? -olhou para o rolex em seu pulso e desviou o olhar para mim novamente.

Amanda: adiantei algumas coisas e achei que...

Tony: Qual parte da boate só abre às 20h você não entendeu? -sua voz grossa estrondou em meus ouvidos e engoli seco balançando a cabeça e concordei.

Amanda: vocês deveriam disponibilizar alguns quartos para nós mulheres que não tem para onde ir, não acha?

Tony: quem é você pra achar alguma coisa Amanda? só porque tem uma bunda gostosa e uns peitos deliciosos não tem que achar porra nenhuma! -ele foi curto e grosso e senti um embrulho no estômago, minha boca sempre foi maior que tudo e eu raramente pensava antes de falar e no fundo eu sabia que tinha algo aí, porque não podíamos nem esperar dar o horário do trabalho aqui no estacionamento? Injusto.

Amanda: tudo bem -falei baixinho:

Tony: então rala daqui gostosa, antes que eu faça você entrar e usar esse corpinho -falou olhando para dentro do carro e respirei fundo, fechei o vidro na mesma hora e liguei o carro saindo do estacionamento da boate.

A voz da minha mãe ecoou na minha cabeça "você já se humilhou o suficiente" e ela tem razão, aquilo era um inferno que eu não desejava para ninguém, porém tinha os meu objetivos. Fui ao shopping mais próximo dali, precisava comer algo e continuar procurando um lugar para pelo menos passar a noite depois que os trabalhos acabarem. Comi um prato de salada e um bife, era maluca pirada com o meu corpo e não abria mão de estar com tudo em cima, por isso era tão viciada em alimentação e raramente enfiava o pé na jaca.

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Ansiosas para mais uma aventura? Porque eu estou e MUITO! Conto com vocês nos votos e nos comentários também, na verdade principalmente... eu AMO saber o que estão achando, e gosto muito das sugestões!