DENTRO DE VOCÊ | LIVRO 2 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊ

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GABRIEL

Era a segunda noite que eu saia com uns amigos do meu primo, e desde a primeira noite uma morena ficou flertando comigo e a bebida é a pior inimiga nesses momentos. Aproveitei que minha mãe foi dormir mais cedo e saí sozinho mesmo, encontraria o pessoal do meu primo nesse terraço para um happy hour básico depois do trabalho deles. Eu ainda me sentia completamente perdido e quase todos os dias eu acordava com dúvidas se de fato eu deveria ter atravessado o país.

Horas depois...

Acordei com uma dor de cabeça horrível, havia extrapolado, bebi mais do que deveria com toda certeza. Sentei na cama e quando olhei pro lado engoli seco, um nó, uma bola de pelos na garganta, uma mulher morena, nua na cama de um hotel. Balancei a cabeça e passei a mão entre os cabelos levantando.

Gabriel: merda, porra, você é tão burro Gabriel -resmunguei baixo sem acorda-la e juntei minhas roupas rapidamente saindo de lá-

Entrei no carro e deitei a cabeça no banco, que merda eu fiz? Porque eu fui sair de casa ontem? Era só pensar em tudo o que havia acontecido com o meu pai que eu me transformava, minha cabeça ficava a mil e não conseguia evitar ficar tão irritado ou não beber. No relógio marcavam 12h, dormi demais na conta em uma cama que não era a minha, com uma mulher que não era Amanda... Amanda, merda merda. Meu celular tocou assim que liguei o mesmo, não lembro de ter desligado e era Gustavo, se aqui em Londres é 12h no Brasil são 7h da manhã, pensei em Amanda na hora e atendi.

IDL

G: onde você tá porra? -a voz irritada do meu irmão no outro lado da rua me fez estremecer e engoli seco-

G: acabei ficando em um hotel, bebi demais e...

G: a mãe está preocupada com você -ele continuava irritado e é com razão- que porra Gabriel, você foi pra aí para colocar a cabeça no lugar e não sumir deixando ela preocupada.

G: desculpa eu...

G: peça desculpas pra ela, não é pra mim não.

G: fiz merda -falei rápido demais e fechei meus olhos lembrando de alguns reflexos da noite anterior-

G: mais do que ter enchido a cara e deixado sua mãe preocupada?

G: dormi com outra mulher, acabei de acordar na cama de um hotel com uma mulher que eu conheci a 2 dias.

G: você o que? -meu irmão perguntou incrédulo, dava pra sentir o nojo pela sua voz, ele riu baixo e repetiu a pergunta- você o que Gabriel?

G: Trai a Amanda -suspirei- porra, que merda! pra que eu fui sair ontem? pra que eu fui beber.

G: você está fodido demais, isso é imperdoável.

G: não conta pra ela por favor, eu... eu não sei o que fazer mano.

G: Gabriel sinceramente, eu não posso fazer mais nada por você. Eu to aqui de frente me fodendo lidando com tudo sozinho enquanto você se recupera aí -ele fez uma pausa para recuperar o ar e senti meus olhos ferverem- a Amanda está sendo o meu braço direito, mulher pra caralho e confiou em você.

G: Eu sei, vou pegar o primeiro voo pra aí.

FDL

Estava com vergonha, com nojo de mim. Entrei no apartamento que estava ficando com a minha mãe e ela estava sentada com uma caneca de café nas mãos, seu olhar foi em direção ao meu e desviei o meu, não conseguia encará-la, o que eu fiz não foi o que eles me ensinaram.

Gabriel: desculpa não ter te avisado, essa noite eu fui muito moleque não vim aqui para dar trabalho e sim me recuperar -ela balançou a cabeça afirmando-

Mari: De fato você foi muito moleque e o que você fez com a Amanda foi pior ainda -ela colocou a caneca na mesa- Sim, o seu irmão me ligou puto da vida.

Gabriel: preciso ver ela, contar pessoalmente olhando nos olhos dela -senti meus olhos ficarem marejados e respirei fundo-

Mari: Filho, a Amanda é uma mulher forte demais e ela está a 2 semanas carregando um peso que não deveria ser dela, sozinha -ela estava tão séria, não lembro a última vez que minha mãe falou assim comigo- era tão simples você estar aqui e buscar coisas que te fizessem sentir melhor pra valer e não algo momentâneo, você errou feio e eu sinto em te dizer que isso eu não sei se tem volta.