Desci do táxi duas estradas antes da casa grande e rústica que já se podia ser vista ao longe. Paguei o motorista e fui arrastando minha mala pela estrada de terra rumo a casa. Assim que estava chegando, um carro para logo atrás, viro e vejo um homem alto em torno de 40 anos descer e ir na mesma direção. Ele transborda elegância metido num terno cinza e sapatos lustrosos.
—Olá — Falou ele passando por mim demorando um instante para me encarar.
—Oi — Respondo.
Na porta da casa há um grupo de 7 pessoas, todos conversavam baixo e um pouco distantes uns dos outros. Além de mim tinha apenas 1 mulher, de cabelo curto e que aparenta ser mais jovem que eu. Um homem de cabelo comprido e óculos veio em nossa direção, ele apertou firme a mão do homem a minha frente depois virou-se para mim fazendo o mesmo.
—Vamos, vou mostrar os quartos de vocês. Já estávamos esperando. — Diz ele.
Foi aquele homem que veio me procurar dias atrás com esse tal plano. Como se tratava de muito dinheiro e precisava de mim na fabricação, aceitei e fui. A casa era bem grande e antiga, mas aconchegante. Subimos uma escada que levava para um corredor cumprido e estreito, com varias portas do mesmo estilo.
—Aqueles dois quartos ali estão vazios, escolham e coloquem suas coisas lá que os espero aqui.— Fui em direção ao primeiro quarto e o homem o segundo, cada um em silêncio e sem troca de olhares.
Não era muito grande mas confortável. A mobília era velha e a cama-sofá ocupava quase o quarto todo. Pelo menos isso pensei. Coloquei minha mala ao pé da cama e saí. Os dois homens já me esperavam e descemos.
O homem de óculos, que lembrei tarde que se chamava Professor, levou todos nós a uma espécie de sala de aula que ficava no andar de cima do lado oposto dos nossos dormitórios, onde a escada era mais velha que a outra e senti balançar com todos nós subindo. Nos acomodamos e o Professor começou a falar:
—Sejam todos bem-vindos. E obrigado por aceitarem essa ... Oferta de trabalho.
Um garoto bem jovem e de olhos verdes ri da sua frase. Não nego que foi bem irônico chamar o maior roubo já planejado de "oferta de trabalho".
Ouve alguns questionamentos importantes antes de ele prosseguir.
—Antes de tudo. —Ele começa a andar pelo corredor de nossas carteiras e a falar — Nada de nomes, nada de perguntas pessoais e o principal; nada de relações pessoais.
O homem que veio comigo olhou-me e deu um leve sorriso de lado, que eu tive que ignorar, pois ele era atraente e isso complicava as regras.
—Podem ser números. Eu posso ser o 17 e ela a Sra. 34 — Disse o mesmo que brincou minutos atrás.
—Não, números não, eu não lembro nem o número do meu telefone — Falou o mais velho.
Ouve mais algumas babaquices até decidirem sermos chamados por cidades.
O homem que veio comigo e que não para de olhar minha bunda se chama Berlim. É procurado. Seu maior assalto, Champs- Élysées, em Paris. 434 diamantes. Era como um tubarão numa piscina; você pode nadar com ele, mas nunca ficaria tranquilo. Era o comandante do assalto.
O senhor mais velho, Moscou, um minerador que viu que poderia ir mais longe cavando para cima. Especialista em maquinarias industriais ao todo.
O rapaz atrás dele, era o Denver, filho dele. Drogas, dentes e costelas quebradas. O rei das brigas. Uma bomba relógio em qualquer situação.
O mais novinho, Rio. Igual Mozart, mas com computadores. Programa desde os 6 anos.
Os primos sérvios são Oslo e Helsinque. Até no plano mais sofisticado precisa-se de soldados.
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Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudo
FanfictionÁgata Jiménez tem a esperança de que sua vida possa mudar após esse assalto A Casa da Moeda da Espanha, resolvendo todos os seus problemas. Mas mal sabia ela que esses 5 meses na casa de Toledo poderiam ser incríveis. Principalmente por ter Berlim c...